O tema assédio moral dominou a reunião que teve a participação de dirigentes do sindicato e da advogada Adriana Rosalba, do departamento jurídico da entidade
O combate ao assédio moral, a mobilização dos servidores e o protesto unificado do dia 3 de outubro por recomposição salarial e aprimoramento da Carreira e a escolha dos delegados sindicais de base para fortalecer a organização local, foram temas abordados pela Coordenação do Sintufrj no seminário “O fazer coletivo dos trabalhadores nas pró-reitorias”, na manhã desta segunda-feira, 25, no auditório Inova UFRJ, no Parque Tecnológico.
O evento – na sequência de reuniões que o Sintufrj vem realizando em diversas unidades – reuniu servidores especialmente das pró-reitorias, recebidos com um café da manhã oferecido pela entidade. Foi aberto com a palestra da advogada Adriana Rosalba, que abordou o tema “Políticas de combate ao Assédio Moral na UFRJ”.
O evento contou com a participação de diversos coordenadores, como Esteban Crescente e Marta Batista (Geral) e Anaí Estrela (Políticas Sociais), que compuseram a mesa coordenadora. Estevam presentes também Nivaldo Holmes (Comunicação), Carmen Lúcia (Administração e Finanças), Marly Rodrigues, Vania Godinho (Políticas Sociais) Helena Alves (Formação Sindical) e Fátima Rosane (Aposentados e Pensionistas).
Demandas
Esteban lembrou que em reunião anterior os trabalhadores apresentaram demandas e a coordenação observou que é preciso avançar na organização local: “Se estamos organizados e coesos, juntos temos mais chance de superar as adversidades. O sindicato tem esse papel de aglutinar, organizar e combater injustiças”.
Adriana Rosalva, do Departamento Jurídico do Sintufrj, observou que o conhecimento sobre assédio possibilita a ação e, principalmente, políticas de prevenção. Deu exemplos de assédio moral como o isolamento do trabalhador e a exigência de urgências em tarefas sem necessidade.
Mas apontou também fatos que não se caracterizam como assédio, como os conflitos que fazem parte das relações humanas. Ela lembrou, no entanto, que um conflito mal manejado pode levar ao assédio.
Guia lilás
Ela lembrou que há vários manuais e guias que tratam do assédio, como o da CGU que elaborou uma cartilha com orientações e procedimentos de denúncia (o Guia Lilás: Orientações para prevenção e tratamento ao assédio moral e sexual e à discriminação no Governo Federal e que pode ser consultado em https://repositorio.cgu.gov.br/bitstream/1/16385/4/Guia_para_prevencao_assedio.pdf)
Caminhos
Adriana lembrou ainda caminhos para o enfrentamento como: “é preciso romper com o pacto do silêncio; não se pode validar o assédio, não se pode ser tolerante ou omisso. O assédio é um problema coletivo e de todos e ninguém está imune a uma situação assim. É importante não nos sentirmos sozinhos e termos o compromisso de exigir ambientes de trabalho saudáveis, respeitosos e éticos”.
Dirigente cobra política contra assédio
A coordenadora Marta apontou a necessidade de uma política efetiva na instituição, integrada, multiprofissional, de prevenção e combate a todas as formas de assédios. Segundo ela, uma questão que o GT Mulher do Sintufrj pretende aprofundar. “É importante que nós, especialmente as mulheres, possam se sentir acolhidas”, disse ela, apontando que o sindicato realiza este acolhimento, mas que a instituição precisa se comprometer com uma política séria de combate ao assédio.
Os coordenadores distribuíram ao público a cartilha produzida pelo Sintufrj sobre o assédio moral. A coordenadora Anaí Alves explicou que é preciso cuidado ao se falar em assédio e muitas vezes uma situação se refere a um conflito. Contou que está à disposição no Sindicato.
Marly lembrou do trabalho importante que vem sendo feito pelo Sintufrj no que toca ao tema. A entidade recepcionava a denúncia, ouvia o servidor, oficiava a unidade e marcava com a direção a presença de coordenador para fazer um trabalho de esclarecimento sobre o tema
Delegados de base
Marta anunciou que o sindicato vai organizar o processo de escolha de delegados de base entre os trabalhadores do setor. Falou sobre a importância do conselho de delegados (que quando em funcionamento se reunirá uma vez por mês para definir políticas comuns) e é possível que e já no próximo mês haja a eleição dos delegados nas pró-reitorias.
Palestra do PGD será depois
O olhar dos trabalhadores na execução do Plano de Gestão e Desenvolvimento nas pro-reitorias e gabinete seria o tema que Marcelo Rosa, representante da coordenação Jurídica e de Relações de Trabalho da Fasubra, iria abordar.
Ele e Francisco de Assis, também coordenador da Federação, acompanharam toda reunião, mas a questão dos conflitos e do assédio moral no local de trabalho tomou a quase todo tempo de debate.
Assim, o grupo decidiu adiar a palestra do sobre o PGD para permitir uma discussão mais aprofundada devido a exiguidade de tempo.
Marcelo ofereceu sua participação em nova oportunidade para o debate sobre o PGD. Francisco lembrou que a questão do assédio moral é central na pauta de reivindicações da categoria, que é papel do sindicato, a representação dos servidores e fazer o enfrentamento pelo direito de cada um e cada uma.