Comunidade quer debater Ebserh

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 Todos devem comparecer às reuniões que terão como ponto de pauta a Ebserh: no Conselho de Centro do CCS, dia 30, às 9h30 e, segundo informou o Reitor, no dia 1º, no Quinhentão, em horário a confirmar. Reunião desta segunda será no auditório Hélio Fraga – bloco K do CCS

 

O trabalho da Comissão instituída pela Reitoria para um levantamento do que aconteceu com 41 hospitais universitários nestes 10 anos de adesão à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) – um retrato, como pretendem os integrantes da comissão, com base em indicadores, valores, estatísticas -, está perto de ser concluído. Foi o que informou a conselheira discente Giovanna Almeida na última sessão do Conselho Universitário (Consuni), quinta-feira, 26, ao inquirir o reitor, Roberto medronho sobre o calendário de discussão a respeito.

O representante do Sintufrj na comissão e o conselheiro técnico-administrativo Roberto Gambine conta que, de fato, a comissão instituída pelo reitor para fazer a avaliação da experiência da Ebserh nas outras unidades hospitalares está concluindo o seu trabalho, mas que são muitas, muitas informações. Tanto de caráter quantitativo como qualitativo e que devem ser objeto do conhecimento do Conselho Universitário, mas também de toda a UFRJ.

“São informações que todos devem ter acesso para fazer a sua avaliação e construir o entendimento da universidade sobre a melhor saída para as nossas unidades hospitalares e para a própria UFRJ”, alerta o representante.

Nesta sexta-feira, 27, a Comissão deverá apresentar uma prévia do resultado dos levantamentos feitos ao reitor Roberto Medronho, segundo este informou no Consuni.

Isso acontece na véspera da reunião do Conselho de Coordenação do Centro de Ciências da Saúde, na segunda-feira, dia 30, e de uma audiência pública, anunciada pelo reitor, na quarta-feira, dia 1º que terão a Ebserh em foco.

“Toda comunidade acadêmica deve estar lá, num grande movimento de mobilização e resistência.  queremos o debate”, conclama a coordenação do Sintufrj. A Ebserh é severamente criticada pela comunidade que questiona as consequências de uma adesão a uma empresa que imporá seus critérios mercadológicos e produtivistas, que apontam necessariamente para a lógica empresarial, nos hospitais universitários que têm, por sua própria natureza, compromisso com o ensino, a pesquisa e a extensão.

Consulta pública

“Estamos finalizando o trabalho de comissão de avaliação dos contratos e queremos entender qual a perspectiva de debate no Conselho e solicitar um calendário para que a gente consiga fazer o debate aqui, mas também coletivamente, com o corpo acadêmico”, disse a estudante Giovanna propondo uma consulta pública à comunidade acadêmica e que as pessoas possam ter acesso ao relatório com um debate em bases científicas: “É fundamental que a gente consiga munir a UFRJ para que possamos tomar uma decisão que é muito séria”, destacou.

Relatório deve ser apresentado brevemente

O reitor anunciou que, segundo contato que fez com o médio Leôncio Feitosa, que coordenou o Complexo Hospitalar, na próxima quarta-feira, dia 1º de novembro (às 9h ou 9h30, ele iria se certificar), haverá a primeira audiência pública referente à Ebserh no auditório do Quinhentão, aberta a todo corpo social (será transmitida também pelo Youtube).

Medronho elogiou o trabalho da comissão que, lembrou, incluiu representantes técnicos-administrativos, docentes e estudantes. “As informações que tenho e que está sendo um trabalho extremamente profícuo de levantamento de dados e me parece que amanhã vai ser apresentada para a mim a prévia do relatório. Segundo ele os dados finais ainda serão acertados para que o relatório seja apresentado.

“Foi um compromisso de campanha, (a constituição) de uma comissão paritária para analisar a Ebserh com representantes do DCE, Sintufrj e Adufrj. E o relatório faz uma análise que mostra que a Ebserh tem um momento de problemas e um monte de coisas boas e outras nem boas nem ruins. O espírito do relatório é esse e a comissão tem trabalhado de forma harmoniosos, embora haja divergências”, avaliou o reitor, garantindo que os dados serão apresentados ao Consuni “muito brevemente”.

“É importante que toda a UFRJ saiba”

“Eu considero essa como uma questão que vai muito além dos hospitais, muito além do Centro de Ciências da Saúde e deve ser objeto de discussão de todo a UFRJ, não só pelas suas consequências imediatas como aquelas de médio e longo prazo, na perspectiva da mudança da gestão da universidade que essa iniciativa, a meu ver, propõe e carrega”, alerta Roberto Gambine.

O representa chama atenção para as duas agendas que devem ser objeto da participação de todos, docentes, técnicos administrativos ou estudantes: o Conselho de Centro do CCS, na segunda-feira. dia 30, na parte da manhã (normalmente às 9h30), no bloco K do CCS, e a audiência pública (que ainda espera confirmar com a Reitoria), prevista para quarta-feira, dia 1º, no CCS também.

“É importante que a categoria e toda UFRJ saiba desses dois espaços onde, supostamente, o contrato que está sendo negociado poderá ser apresentado. Isso é uma questão importantíssima, porque, se por um lado a comissão que fez o balanço tem todo interesse que o trabalho chegue ao conjunto da universidade, o do contrato ainda é desconhecido por quase toda a universidade. Então conhecer o contrato é essencial para a clareza do debate, para o espaço democrático de reflexão e fundamentalmente para a melhor decisão institucional da UFRJ”, alerta Gambine.

“Temos que lançar luz sobre essas informações. Não podem ficar restritas a um núcleo duro de poder, e deve chegar ao conjunto da universidade”, insiste, reiterando a importância das reuniões da semana para que as informações levantadas, “tanto as da comissão, quanto as que está tratando do contrato, sejam de conhecimento público e jogadas à luz para que todas as pessoas possam conhecer, opinar e refletir e lembrar”.

 

ROBERTO GAMBINE NO CONSUNI. Ele foi indicado pelo Sintufrj para representar a entidade na comissão que investiga a performance da entidade no comnando de hospitais
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