Foi aberto, na manhã desta segunda-feira, 27, no Salão Nobre da decania do CCMN, o XI Seminário de Integração dos Técnico-Administrativos em Educação da UFRJ (que segue até 1º de dezembro), vitrine da produção técnico-administrativa nas mais diversas áreas de conhecimento de dentro e de fora da UFRJ.
O Sintufrj, representado pelos coordenadores gerais Esteban Crescente e Laura Gomes, participou da mesa de abertura, que contou ainda com o reitor Roberto Medronho, com a pró-reitora de Pessoal Neuza Luzia, com o superintendente geral de Pessoal Rafael Pereira, com a representante da decania do CCMN, Mônica Oliveira e com Gustavo Cravo, coordenador da Comissão Organizadora.
Esteban lembrou que o Sintae tem tudo a ver com a luta sindical: “O Sintae existe porque existe a Carreira. E existe a Carreira porque tivemos luta, greve, mobilização, caravana e trouxe consigo a luta por formação e capacitação do trabalhador como instrumento para seu avanço”, disse Esteban, comentando que houve um tempo em que eram tratados como serviçal e não como técnicos-administrativos em Educação como hoje, num patamar em que pode mesmo desenvolver pesquisa e extensão.
Segundo ele, mesmo que o cenário não seja mais o mesmo que aquele anterior à derrota do fascismo, não é tão mais fácil. Que é preciso se mobilizar para evitar retrocessos, como uma reforma administrativa que visa extinguir a Carreira conquistada com muito suor. Ou a tentativa de terceirização da gestão de hospitais universitários (com a Ebserh), que pode levar ao fim do Regime Jurídico Único.
Laura Gomes comentou que esteve em todas as edições do Sintae, com seus trabalhos, como nesta em que também apresentará painel, no dia 30, no Grupo de Trabalho sobre Saúde do Trabalhador e Qualidade de Vida (das 9h às 12h na sala 3 do CCMN). Técnica em Enfermagem do HU, lembrou a importância do fórum para valorização do trabalhador, que pode olhar para outro de igual para igual: somos técnicos, somos pesquisadores. Este é um espaço conquistado por nós. Vamos mostrar porque estamos aqui.
O reitor garantiu que a gestão quer valorizar este trabalho com ações concretas. Não pode dar aumento de salário, mas pode criar mecanismos para que os servidores possam progredir na Carreira através de cursos e ter o reconhecimento de sua participação em eventos e nos colegiados, porque o docente também tem.
Contou que há um processo em curso no Sistema Eletrônico de Informação para retirar a expressão “subalterno” (se referindo a técnicos-administrativos) que até hoje há no Estatuto da UFRJ. “Não existe subalterno na universidade”. E que pretende incluir no regimento a possibilidade de que técnicos-administrativos possam participar dos programas de pós-graduação inclusive na coordenação (hoje uma resolução do Conselho de Ensino Para graduados impede). “Não é uma coisa da Capes ou CNPQ (ambas agências do documento), mas algo que nós criamos!!!”, espanta-se, mencionando ainda o compromisso com a criação da CPPTA e da Comissão Interna de Supervisão da Carreira.
TAE na Pós
“O papel dos técnicos-administrativos na pesquisa e na produção acadêmica da UFRJ”, aliás, foi o tema da mesa seguinte, da qual participou a coordenadora-geral do Sintufrj Marta batista, Flávio Chedid (NIDES/UFRJ) e João Sérgio dos Santos Assis (Representante dos Técnicos no CEPG), mediada por Fernando Pimentel (técnico-administrativo da PR3/UFRJ).
Marta relatou a demanda que chegou ao Sintufrj de trabalhadores que atuam na pós-graduação proibidos – por uma resolução recente do CPEG – de coordenar curso, como mencionara o reitor. “Um retrocesso lastimável” que, segundo ela, é preciso enfatizar: não se trata de determinação da Capes. Mas local, atingindo pessoal que atuam na pós-graduação há mais de uma década.
O Sindicato, contou Marta, solicitou mesa de negociação com a Pró-reitor a de Pós-graduação e Pesquisa (PR-2) para que este retrocesso situação seja corrigido. E que vai cobrar o compromisso público feito pelo Reitor por um novo regimento sem retrocesso. Ela também falou a importância mais espaço para as representações técnico-administrativas nos colegiados, inclusive na da Reitoria e cobrando do reitor ações que possam ir além do simbolismo.
Painéis, grupos etc.
A Comissão do Sintae informa que, além de debates e exposição de trabalhos, ocorrerão dois painéis. O primeiro “Relações de Trabalho na UFRJ”, composto por trabalhadoras da Seção de Acompanhamento das Relações de Trabalho (SART). O segundo, apresentando pesquisas em andamento de estudantes do Curso de Especialização em Administração Universitária Federal, atividade conjunta da PR-4 e Faculdade de Administração e Ciências Contáveis.
O evento, que conta com apoio do Sintufrj, está pela primeira vez organizado em grupos de trabalho. É híbrido, mas conta com atividades exclusivamente presenciais e outras remotas. Serão apresentados 137 trabalhos de servidores de diferentes universidades, institutos, colégios e centros federais.