O reitor Roberto Medronho convidou os parlamentares federais da bancada do Rio de Janeiro – deputados e senadores – para um café da manhã nesta segunda-feira, 26, no Salão Nobre da decania do Centro de Tecnologia com o propósito de expor em detalhes a grave crise financeira que a universidade está enfrentando e, pior, como isso se reflete no seu dia a dia, afetando inclusive a segurança de estudantes e trabalhadores.
Dos 50 parlamentares convidados estavam lá apenas Jandira Feghali (PcdoB), Tarcísio Motta (Psol), Gutemberg Reis e Otoni de Paula (MDB). Os deputados Reimont (PT) e Hugo Leal (PSD) mandaram assessores.
Medronho explicou que já há várias gestões vem se realizando cortes no orçamento em contraste com a grande produção em ensino, pesquisa e extensão da maior federal do país, entre as melhores em rankings nacionais e internacionais.
Depois de um vídeo institucional, o Reitor mostrou números: um gráfico com valores em queda livre desde 2011 (com alguma recuperação em 2024, mas ainda insuficiente), o déficit de despesas anteriores (em 2023 ficaram em R$ 66.510.432,76) e a insuficiência de recursos para o custeio (R$176.556.180,08 em dezembro de 2023).
Medronho apresentou imagens das precariedades que os prédios da instituição enfrentam (como os da Educação Física, Eba, Ifcs, Letras). Em seguida falou da enorme dificuldade no cuidado com os prédios tombados.
Casos graves
Um dos quadros apresentados por Medronho mostra o tamanho do problema. “De acordo com a metodologia utilizada foi estimado a necessidade de um investimento no valor de R$795.781.041,00 para realizar a reabilitação predial dos 514.816 m² que foram avaliados em 2023. Dessa estimativa R$567.354.439,00 (71%) são necessários para reabilitar as anomalias do tipo grave que representam situações de risco imediato para os usuários dos imóveis”, expôs o Reitor.
Resultados
“Isso é dramático. Essa universidade já viveu momentos anteriores em que queriam apagar a universidade. E nós acompanhamos todos esses processos”, disse Jandira Feghali, comentando que se deve buscar, de fato, crédito suplementar para a instituição possa se manter. Ela relacionou uma série de iniciativas que precisam ser tomadas, como ações junto ao Ministério da Educação e defender um orçamento, para o ano que vem, para que a universidade não esteja submetida a situação que está hoje.
Diante da gravidade da situação, os parlamentares se comprometeram com algumas iniciativas como uma tentativa de uma audiência direta com o ministro da Educação e com o presidente Lula.
“Eu, na Comissão de Educação, devo apresentar o requerimento logo assim que a Comissão se instalar para aprovar essa audiência pública (para discutir a situação da UFRJ)”, afirmou Tarcísio Motta. O reitor ficou de articular uma carta com os diretores e toda comunidade acadêmica da UFRJ, um documento que sirva para unificar a bancada e pressionar o governo a receber representantes da universidade. “O que não dá é para aceitar essa situação. Nós precisamos conquistar mais recursos”, comentou Tarcísio Motta.
O reitor comemorou que o Sintufrj, o DCE Mário Prata, professores, técnicos, alunos, diretores e decanos estivessem presentes na atividade convocada pela reitoria com a reivindicação de que haja a recomposição do orçamento. Ele avaliou também como muito importante propostas como a reunião com uma comissão de deputados que podem ajudar num encontro com o presidente Lula para levar a situação da UFRJ.