Técnicos-administrativos da UFRJ e servidores de outras instituições de ensino também em greve, realizaram nesta terça-feira, 26, ato em frente ao Horto do Museu Nacional. A intenção era expor à população as razões do movimento grevista.
As trabalhadoras e trabalhadores reivindicam uma resposta do governo às reivindicações de valorização da carreira técnico-administrativa das instituições federais de ensino, recomposição salarial e recursos para as universidades saírem do sufoco.
No carro de som do ato levado pelo Sintufrj, os dirigentes sindicas presentes se revezavam nas explicações às pessoas que se aproximavam da manifestação.
Indignação
“Que valorização é essa que o governo diz ter pelos servidores e pelas universidades federais?, questionou a coordenadora do Sintufrj Marli Rodrigues. Ela listou as precariedades na infraestrutura dos prédios da UFRJ, com vazamentos e goteiras, e a falta de manutenção nas redes elétrica e hidráulica, responsáveis por sinistros e destruição do patrimônio, conforme ocorreu com o Museu Nacional e a histórica construção da reitoria, cujas instalações e acervos foram destruídos por incêndios.
O coordenador Cícero Rabello expôs a perda inflacionária de mais de 40% nos salários dos servidores e o plano de carreira defasado, que não garante a permanência dos profissionais na universidade.
“Esperamos que esta greve conquiste um percentual de reajuste ainda este ano, portanto, todos precisam reforçar o CLG para definir os rumos do movimento que deflagramos na UFRJ no dia 11 de março”, disse o coordenador Nivaldo Holmes.
A coordenadora Sharon Rivera falou sobre assédio moral, problema que se repete em várias unidades, inclusive no Museu Nacional. Ela orientou que a categoria deve entrar em contato com a Comissão de Ética do Comando Local de Greve (CLG), em caso de pressão das chefias, pelo e-mail: comissaodeetica@sintufrj.org.br.
Está prevista uma nova reunião no Horto para tratar sobre assédio moral e outros assuntos de interesse dos trabalhadores, no dia 4 de abril, às 10h.
Terceirizados — Victor Silva, do CLG, elogiou a iniciativa dos companheiros do campus UFRJ- Duque de Caxias que se mobilizaram para a paralisação dos trabalhadores terceirizados sem salários. Na avaliação dele o corte de direitos de terceirizados é um grave reflexo do problema de falta de verbas na UFRJ.
A técnica do Laboratório de Aracnologia do Museu Nacional, Carla Barros, apontou diversos problemas na unidade, como a falta de espaço adequado para os servidores trabalharem, a necessidade de verbas e de mais técnicos. Segundo a servidora, o baixo salário é responsável pela evasão de quadros para outras carreiras.
Caminhada
Panfletos produzidos especialmente para a população com os motivos da greve e as reivindicações dos servidores foram distribuídos durante o ato e a caminhada na Quinta da Boa Vista. Conversar com os pedestres também foi uma tarefa cumprida pelos integrantes do CLG.