GT antirracista do Sintufrj nos 21 dias de ativismo contra o racismo

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A reunião (híbrida) mais recente do Grupo de Trabalho Antirracista do Sintufrj definiu a participação da entidade na campanha “21 dias de ativismo contra o racismo”.

Esta campanha prevê atividades dos movimentos negros e apoiadores da causa antirracista em todo país durante o mês de março para debater o tema até o dia 21 de março, data instituída pela ONU como Dia Internacional da Luta em memória das vítimas (69 pessoas assassinadas e 186 feridas) do massacre de Shaperville, na África do Sul, em 1960.

Elas faziam um protesto contra o apartheid, em ato pacífico, com milhares de pessoa. Um grupo de policiais atirou contra a multidão.

A realização de um evento, no dia 20 de março, no Espaço Cultural para o qual serão convidados representantes dos coletivos, núcleos institucionais e centros acadêmicos, com rodas de conversa, palestras e apresentações culturais – está entre as propostas que estão sendo tocadas pelo grupo.

O tema será “A ditadura e o negro: violência no passado e no presente”. A próxima reunião, para avançar na organização, está marcada para o dia 7 de março, às 20h, em ambiente virtual.

Reunião aberta com debate

Antes do ponto da organização do dia evento, o grupo realizou uma atividade formativa: debateu o texto O Carnaval e o “Elogio do Cordão”. Uma análise sobre a festa e sua resolução com o texto de João do Rio, da estudante e militante Julia Vitória Vieira Lucas em parceria com Paulo César Vieira. Julia participou da reunião.

A coordenadora de Políticas Sociais Vania Godinho e o delegado de base da PR-7 e facilitador do GT Antirracista Hilem Moisés de Souza Rodrigues resumiram o encontro.

“Aproveitando o mês de fevereiro, a gente começou falando sobre o Carnaval e usamos o texto da estudante Julia que ajudou na apresentação, debatendo a questão do carnaval e as suas implicações sociais, políticas, estruturais, culturais, e associadas ao trabalhador. Isso por si já gera sempre reflexões para a nossa própria ação”, contou Hilem.

Vania também comentou a organização da participação da entidade na campanha dos 21 dias de ativismo contra o racismo: “A gente propõe uma atividade que vai ser puxada por nós, mas em conjunto com outras entidades antirracistas da universidade”, contou. Entre estas estão, lembra Hilem, a Superintendência de ações afirmativas, a Câmara de Políticas Raciais, coletivos de docentes negros e negras, o Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros e Indígenas, DCE e centros acadêmicos. “A gente já começou a preparar um evento, marcado para o dia 20 de março. Hoje decidimos o tema, algumas das participações, eixos de discussão”, disse ele.

Ideias, propostas, sugestões

Propostas como a criação de uma biblioteca virtual sobre o tema na entidade ou a organização pelo Sintufrj de um curso de letramento racial, para compreensão do fenômeno do racismo (esta por exemplo, da estudante de pós-graduação em Artes Visuais da EBA) Aline Santiago; o sonho de que o Sindicato venha a constituir uma escola de Formação Sindical, como mencionou a coordenadora Vania; informações e análise de fatos e políticas, como a violência sofrida por jovens negros nas comunidade do Rio de Janeiro e de outros estados ou a sugestão do tema para o debate no evento do Sintufrj dia 20 (“Ditadura e Racismo: violência no passado e no presente”), proposto pelo estudante do IFCS Matheus Monteiro, com base no livro “Dançando na mira da ditadura”, de Lucas Pedretti; o questionamento feito pela aposentada Yvone Gabriel, aos poucos avanços da legislação que obriga o ensino de história e cultura afro-brasileira e africana; e ainda depoimentos relevantes, como o da coordenadora de Educação, Cultura e Formação Sindical, a aposentada Helena Alves, que ingressou na UFRJ (na Praia Vermelha) em plena vigência do AI-5 (Ato Institucional nº 5 de 1968) e que contou detalhes da repressão a estudantes e servidores, alguns conhecidos seus que tiveram que se exilar neste que foi um dos períodos mais sombrios da ditadura: estes foram alguns dos temas desta reunião do Grupo de Trabalho Antirracista do Sintufrj.

O GT

Um grupo bem diverso do qual participam, além de coordenadores da entidade, militantes de base, aposentados, estudantes de graduação e de pós-graduação, integrantes de alguns dos coletivos de negras e negros da UFRJ e apoiadores da luta antirracista.

“A gente tenta agregar o máximo de pessoas possível. É um esforço nosso, trazer mais gente da categoria para participar do GT e fazer essa integração com outros segmentos, tanto que foi muito produtiva (esta reunião) na produção de ideias, e temas que não teriam sido trazidos se não tivesse mais gente”, diz ele, convidando a participação de ainda mais pessoas messa luta importante. “É da sociedade, então atinge a categoria também, e a gente precisa, enquanto GT e enquanto Sindicato, estar presente e ativo nessa luta”, aponta o facilitados Hilem.

GT Anterracista.
Rio, 28/02/24
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