Em ato no Rio, servidores federais exigem reajuste e avanço nas mesas setoriais

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Assim como em Brasília, nesta quarta-feira, dia 17, onde em uma grande marcha nacional unificada, servidores federais, em especial da Educação, em greve que rumaram à capital federal em caravanas de todo país, reivindicaram atendimento às categorias nas mesas específicas e protestavam contra a falta de reajuste, atos locais unificados se repetiam em outros estados.

No Rio, contando com a presença das coordenadoras do Sintufrj Laura Gomes (Geral) e Marly Rodrigues (Comunicação), de membros do Comando Local de Greve e da base da UFRJ, com apoio do carro de som do Sintufrj, o ato unificado chamado pela Confederação dos Trabalhadores do Serviço Público Federal e pelo Sindicato Intermunicipal dos Servidores Públicos Federais dos Municípios do Rio de Janeiro, Sindisep-RJ, foi em frente ao Museu da República, no Palácio do Catete, categorias diversas categorias.

SINTUFRJ, CLG e base: UFRJ marcou presença

Laura Gomes apontou que servidores das universidades estão na luta pela reestruturação da Carreira: “Queremos melhores salários, a recomposição do orçamento, queremos uma universidade pública de qualidade. Nossos prédios estão caindo aos pedaços. Precisamos de orçamento para reconstruir nossas unidades”, disse, convocando a sociedade a apoiar a luta em defesa da Educação e do serviço público que, afinal, é em defesa dos direitos da população: “Na pandemia, os servidores não largaram a mão de ninguém. Agora pedimos que não larguem nossa mão. Venha lutar conosco!”

“Nós amamos a universidade e por isso é que estamos na rua e é por isso que essa greve vai crescer. Os benefícios não estão atrelados a nossa greve. É uma reivindicação de paridade com aqueles que ganham auxílios maiores. Nossa categoria é pior paga (no Executivo), por isso estamos nesta luta. Vamos fortalecer essa greve e dizer para o governo que só sairemos quando tivermos nossa pauta atendida. Brasília está fervilhando, é precisamos que na base fortaleçamos a greve, chamando a companheirada que ainda não se convenceu”, disse Marly Rodrigues

.O servidor da UFRJ Roberto Gambine chamou atenção que o ato, além da exposição das reivindicações é um momento de diálogo com a população: “O que é um serviço público? É aquilo que a gente organiza para disponibilizar para todos os cidadãos, selecionadas por concurso público, para trazer o que tem de melhor para servir ao povo. Por que é importante o servidor ter Carreira? É importante que as pessoas possam servir ao público por muitos anos, utilizando a qualidade do seu trab publicamente. Por isso tem que ter carreira digna. Privatização é expressão da falta de democracia, do aprofundamento das desigualdades. Defender o serviço público é defender uma sociedade democrática e cidadã”.

Diversas categorias contra o reajuste zero

Além do Sintufrj, servidores da UFRJ e do Sindsep-RJ, estavam lá representantes de técnicos-administrativos e docentes Uni-Rio, da UFF, da Associação Nacional dos Docentes, do Instituto Brasileiro de Museu (Ibram), Funai, Funarte, Biblioteca Nacional, Museu Histórico Nacional. O Fórum das associações de servidores da Cultura reivindica a efetivação da mesa específica em que esperam a Carreira que reivindicam há 25 anos.

“Reajuste zero eu não aceito”, disse o secretário geral do Sindsep-RJ, Raul Bittencourt criticando a tática do governo de negociar com cada categoria nas mesas específicas, ponderando sobre a inviabilidade de uma negociação com 242 carreiras do serviço público demandaria a mesma quantidade de projetos de lei no Congresso Nacional para efetivação de cada reajuste.

Marcos de Brum, do Instituto Brasileiro de Museus, do Ministério da Cultura e explica “A gente está brigando já há muitos anos por um plano de carreira que nunca chegou, então a gente tem um quadro de evasão extremamente elevado. Por exemplo, no Instituto Brasileiro de Museus, onde eu trabalho, a gente teve 56% de evasão nos últimos 15 anos, e a gente está trabalhando com 44% da força que a gente já teve. A projeção é que nos próximos cinco anos tenhamos apenas 6 servidores para cada museu federal vinculado ao Instituto Brasileiro de Museus. Então, o quadro de evasão é muito grande. A gente tem um pessoal extremamente qualificado, com mestrado, com doutorado. Pessoas que investiram na sua própria carreira e que não são remuneradas pela qualificação que tem”. Então os dois motivos desse ato de hoje são: a campanha salarial unificada do Serviço Federal como um todo, mas também a nossa. específica.

Claudia, do Andes-SN, contou que a estudantes estão com o movimento e que planejam um ato no dia 9 de maio. “Vamos tentar fazer um gigantesco ato aqui no Rio de Janeiro e no Brasil, colocando a população na rua junto conosco para que a gente possa avançar. Sem isso, a gente não vai conseguir convencer o governo a colocar os servidores públicos no orçamento e colocar os servidores e os serviços públicos na centralidade da pauta do governo”.

Estudante apoia movimento

Filha da servidora Luciana Borges, da UFRJ, Giovana, que estuda no Colégio Pedro II (em que técnicos-administrativos e docentes estão em greve), estava lá não apenas pela mãe, mas também em apoio ao movimento. Ela acha que, se a paralisação pode dificultar o estudo, como tem ouvido argumentarem, por outro lado, é importante porque é preciso lutar pelo “que a gente tem direito” porque não se trata só de alunos, se trata da população. As pessoas precisam ser valorizadas pelo que fazer, eu acho que isso é importante. Eu vejo muita perguntando ‘por que a greve?’ porque é importante para a sociedade, para o país. Tem que lutar, são direitos!”

 

Ato Unificado Servidores no Palácio do Catete.
Rio, 17/04/24
Foto de Elisângela LeiteVídeos; Regina Rocha

 

 

 

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