A equipe da Biblioteca Central do Centro de Ciências da Saúde (CCS) comemorou com orgulho, no dia 8 de abril, em meio a celebração dos seus 50 anos, a reabertura de um primeiro módulo do plano de recuperação do espaço; Com isso, o público volta a ter acesso a uma das maiores e mais importantes bibliotecas universitárias do país em termos de acervo, inclusive com obras raras, algumas das quais só existem lá.
Fotos: Elisângela Leite
Glauber Braga participa da inauguração com a presença de autoridades universitárias
Parte da equipe da Biblioteca Central do CCS
Graças a uma grande mobilização de seus técnicos-administrativos – com declarado amor pela universidade e pela biblioteca – com apoio de estudantes e docentes, a equipe conquistou recursos para a reforma através de emenda parlamentar do deputado Glauber Braga (Psol). Conseguiu também recursos para higienização do acervo com a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj).
O que houve?
Levando à interdição desde 2017, a contaminação por fungos teve origem na precariedade da infraestrutura acentuada pela falta de recursos para a recuperação. O funcionamento da Biblioteca ficou, durante todos estes anos, restrito a um espaço no hall de entrada.
Mas, inconformados, os trabalhadores moveram intensas campanhas, inclusive nas redes socais (Apoie a reforma da Biblioteca Central do CCS) pedindo participação da comunidade nas reuniões públicas sobre emendas parlamentares promovidas por Braga para apoiar o projeto de recuperação. O deputado promove plenárias públicas para apresentação e votação nos projetos para os quais destinará os recursos das emendas participativas.
As “Emendas Participativas”, segundo o site do mandato, iniciativa inédito no Brasil, partiram de projeto criado por Glauber em 2009, quando deputado federal pela primeira vez. Outras emendas já foram destinadas por ele à UFRJ, assim como a outras instituições públicas federais de ensino.
Na solenidade de inauguração, o deputado elogiou o trabalho da UFRJ, especialmente dos servidores do CCS, que submeteram o projeto de renovação do espaço e acompanharam as obras, como registrou o site do centro:. “Não podemos esquecer das pessoas que fazem a universidade e se dedicam à educação pública”, disse ele, mencionando a diretora Celeste Velasques Torquato.
O que representa
“Representa o começo do fim da reforma da Biblioteca de cem mil metros quadrados, interditada desde 2017, prejudicando todo o corpo social, todos os alunos. E funcionários também. Estamos trabalhando esse tempo todo num espaço improvisado no hall . Então foi um grande avanço. Um espaço para alunos e todo acervo de livros, limpos e disponíveis. Mas Ainda falta muita coisa. A gente já ganhou uma segunda emenda parlamentar em 2023 também do deputado Glauber (a primeira foi em 2020), para um outro módulo da reforma, para que a parte técnica da biblioteca volte para onde estava antes do fechamento”, explicou Celeste, bibliotecária chefe desde 2019, na Biblioteca há 32 anos.
“Como a universidade nunca tem dinheiro, resolvemos participa das emendas e conseguir verba, mesmo que seja por etapas”, contou lamentando o estado da Biblioteca: “Temos muito que lutar para reformar tudo”, pondera.
O espaço reformado conta com uma nova sala de estudos climatizada, um setor de livre consulta e uma área de obras raras. E, segundo a Decania, em breve começará a reforma do segundo módulo.
Luta de todos
Em setembro de 2023, na conquista da outra emenda do deputado, Braga apontou que a participação das universidades públicas na disputa por recursos é retrato da sua necessidade. “Lutar pelo Orçamento do conjunto da Educação é uma luta para todos”, disse.
o coordenador de Comunicação do Sintufrj, Nivaldo Holmes, parabenizou todos que participaram da reunião: “A Biblioteca do CCS uniu a comunidade universitária pela reestruturação e abertura ao público”, comemorou.
De fato, em meio à crise orçamentária da universidade, a luta da equipe é um exemplo de que a mobilização da comunidade é importante e rende frutos.
Iloêne Cristina Ferreira Rodrigues, bibliotecária responsável pela Seção de Circulação, na UFRJ desde 2011, explica que, em 2020, a emenda garantiu R$ 500 mil para a reforma do módulo um. A higienização de cerca de 30 mil livros e teses foi feita com recursos da ordem de R$600 mil da Faperj. Agora, com os recursos da segunda emenda, de 2023, de R$1 milhão, partem para o módulo dois.
“Ganhamos a emenda, mas a verba ainda não foi liberada pelo governo federal”, diz ela, portanto, a mobilização continua por novos projetos .
Ainda há muito o que fazer
E a luta continua
Agora por R$1,5 milhão para o início da reforma do telhado.
“A gente faz uma campanha no CCS, inclusive entre os alunos, pedindo que votassem no nosso projeto”, diz ela, comemorando que os projetos da equipe foram os mais votados nas duas oportunidades de concessão de emenda. Ela elogia o processo pelo qual o deputado promove a destinação das emendas: “È bem democrático”, diz. E compartilha as loas da conquista com os demais servidores, o Sintufrj, alunos, o DCE Mário Prata, os centros acadêmicos da Saúde e todo corpo social.
Além dela e de Celeste, participaram da mobilização pelas emendas, Cintia Afonso, Mara Magalhães, Márcia Barcelos, Isabel Rangel, Marcelo Souza, apoiado por toda equipe, como o amigo José Carlos, servidor mais antigo da biblioteca (era da Biblioteca de Medicina ainda na Praia Vermelha) e alunos. Sem esquecer de colegas como Ilson Menezes Augusto, que faleceu em 2020 e Maria Rosa Calmão, que faleceu em 2023.
“Os trabalhadores não aceitaram a situação imposta por todos os governos que atacaram a universidade. Simplesmente lutamos com as armas que a gente tinha”, conta, apontando o amor dos trabalhadores pela universidade e pela biblioteca.