Marquise desaba na EEFD

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“Quantos desabamentos serão necessários?”, questionam estudantes da Escola da Educação Física e Desportos (EEFD) em vídeo divulgado na manhã desta quinta-feira, dia 2, no Instagram pela Atlética Acadêmica da escola e pelo DCE Mário Prata.

   

Fotos: Elisângela Leite

A comunidade da EEFD foi surpreendida esta manhã, dia 2, com a notícia do desabamento de mais um trecho da marquise (de cerca de dez metros) do prédio no bloco A, no corredor da Direção. O acidente foi às 22h15 de ontem, 1º de maio. Não houve feridos.  Oito meses depois da queda de um outro trecho marquise, em 6 de setembro de 2023, desta vez no bloco B, ainda em obras.

Quatro engenheiros do Escritório Técnico Universitário estiveram lá. O reitor Roberto Medronho também visitou o local.

“Como não se indignar diante do resultado tão evidente do sucateamento da universidade. Como ficar de braços cruzados?”, questionam docentes e técnicos administrativos, estes últimos em greve que tem como uma das pautas centrais a recomposição orçamentária das universidades.

   

Os destroços também se projetaram para dentro do prédio, no corredor onde ficam salas da direção. Não atingiu ninguém. A área até então era considerada segura, segundo os funcionários haviam sido informados. Não houve apenas o isolamento do corredor atingido. Toda escola está fechada. Em nota ao corpo social essa manhã, a direção informou o cancelamento das aulas no prédio. Sem previsão de reabertura.

O vice-diretor Alexandre Palma explicou que o acesso ao prédio – de servidores ou estudantes – foi fechado. “É um risco. Assim como foi ali, pode ser qualquer outra parte”, diz ele sobre o prédio, cercado pelos beirais. Segundo ele, pelo que consta, fruto de problemas numa obra realizada há 12 anos.

Ele conta que cinco profissionais (engenheiros e arquitetos) do Escritório Técnico Universitário (ETU), já estiveram no local com o reitor Ricardo Medronho, já tentando iniciar providências. “A gente entende que a UFRJ está sem dinheiro. Mas precisamos resolver essa questão”, diz ele.

Pelo que foi informado, deve começar na próxima à segunda a obra de escoramento do bloco B. Mas ainda não havia há previsão quanto aos demais trechos, nem como será com feito com as aulas que necessitam do espaço.

   

Já não é o primeiro

“Lamentável a situação da nossa UFRJ. É triste ver estas cenas ”. “O que deveria ser considerado inconcebível, está se tornando normal e “A universidade caindo aos pedaços e só os técnicos-administrativos em greve. Pior é quem não discute”. Estes foram alguns dos comentários após o ocorrido que repercutiu também e nas redes.

Luís Felipe Cavalcanti, assistente em administração da Direção da EEFD e representante técnico-administrativo no Conselho de Ensino de Graduação explicou que a estrutura colapsou. “Por sorte, não tivemos vítimas, não havia ninguém por ser feriado, mas denota um problema estrutural na UFRJ. Estamos em campanha salarial, por melhores condições de trabalho e é fundamental que a comunidade acadêmica se reúna, debata e encare a situação de precarização, de desmonte do serviço público, da educação pública, para que a gente possa, unido, fazer o enfrentamento necessário ao governo, ao Lira e a todo o mecanismo de desmonte da educação pública”, diz ele, convocando a comunidade a mobilizar suas categorias, “para que a gente possa defender a universidade de maneira altiva e digna”.

 

No Instagram, vídeo

No desabamento do outro trecho, que aconteceu durante as aulas, atingindo quatro salas, destroços e janelas também foram projetados para dentro. Mas sem feridos. Segundo funcionários, numa sala que estava ocupada, o professor escutou o estalo da estrutura e retirou a turma. A ala foi interditada.

O vídeo postado esta manhã pela Atlética e do DCE, estudantes mostram imagens de ambos os desabamentos e informam que o escoramento foi iniciado, mas não foi concluído e as obras também atrasaram.

Veja o vídeo em https://www.instagram.com/atletica_eefd_ufrj/

Trecho do vídeo que mostra o desabamento em 2023.

 

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