Odontologia realiza reunião concorrida para discutir demandas de estudantes

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Na reunião nesta terça-feira(14) dos trabalhadores de vários setores da Faculdade de Odontologia, o comando Local de Greve (CLG) e a direção do Sintufrj deliberou que a proposta da direção da unidade para incluir na lista de essencialidades durante a greve outros serviços, será submetida a assembleia desta quarta-feira, 15, como também a contraproposta da categoria à solicitação.

Desde o início da greve, em 11 de março, os servidores da Odontologia listaram, junto com o CLG, que funcionariam durante a greve como serviços essenciais setores da Estomatologia, Radiologia (para pacientes internados aguardando cirurgias), Odontopediatria (para pacientes PCDs com urgência), Esterilização (atendimento restrito às essencialidades), Administração predial (em função das essencialidades) e o Serviço Social (para atendimento por telefone pela assistente social de situações de violência).

Proposta

Durante a reunião, os trabalhadores avaliaram que deveria constar também da lista de essencialidades a Patologia. Mas, na maior parte do tempo, a discussão foi em torno da solicitação encaminhada, a pedido de um grupo de estudantes, para o retorno dos técnicos-administrativos ao trabalho em setores que garantam o funcionamento dos Estágios na Clínica Integrada I e II e Supervisionado I e II. Por fim, aprovaram a redação de uma contraproposta que será levada pelo CLG à assembleia.

Demandas internas

A presença de cerca de 70 técnicos-administrativos na reunião estimulou a discussão de demandas internas da categoria, que deverão constar de uma pauta interna. Vania Godinho, coordenadora do Sintufrj e integrante da Comissão de Ética do CLG, apontou que outras questões, além das relativas à greve, vêm aflorando nas discussões com a categoria em outras unidades.

Por conta disso, a dirigente sugeriu que os trabalhadores da Odontologia se reúnam e discutam suas dificuldades cotidianas de trabalho para que as situações sejam enfrentadas coletivamente e os temas constem da pauta interna.

Greve de ocupação

Como na reunião anterior, o tema sobre o conceito da greve voltou a ser discutido. A categoria na UFRJ aprovou que seria uma greve de ocupação, mas não dos locais de trabalho e, sim, das ações de mobilização, como o CLG, atos e manifestações públicas para fortalecer o movimento grevista. O direito de greve dos trabalhadores foi reiterado pelo CLG.

A Comissão de Ética, conforme informado em reunião anterior, já enviou à Pró-Reitoria de Pessoal documento apontando o que seria considerado assédio moral durante a greve para distribuição entre chefias, diretores e decanos das unidades e centros.

Luta coletiva

“A gente vem ouvindo as demandas dos estudantes para tirar no coletivo aquilo que está se organizando em relação à greve, o que seriam as essencialidades, o que a gente manteria ou não. A gente formulou uma proposta hoje que vai ser levada à assembleia. Eu acho fundamental a gente se organizar coletivamente dentro da nossa unidade. O Comando Local de Greve vem dando um suporte que é muito importante na interlocução com a direção e os estudantes”, disse Bárbara Meneses Silva Santos, assistente social

Semana decisiva

Além de Vânia, participaram da reunião os coordenadores-gerais  do Sintufrj Laura Gomes e Esteban Crescente.

Esteban reafirmou a importância da greve para a liberação dos servidores para as ações de massa com impacto no público, e lembrou que a UFRJ está na mídia devido a uma série de problemas de infraestrutura de seus prédios.

O coordenador informou sobre a data da próxima mesa de negociação da categoria com o governo, que será no dia 21, com o Ministério da Gestão e Inovação no Serviço Público, em Brasília, e da ida de uma caravana do Sintufrj. Esclareceu sobre a proposta de aumento apresentada pelo governo, considerada insuficiente pelo movimento, falou do orçamento das universidades federais. “O governo está tendo que se mexer, porque a nossa greve está tendo impacto”, afirmou Esteban, que encerrou sua participação na reunião convocando os trabalhadores para a assembleia desta quarta-feira, 15, e para as ações de mobilização da agenda do CLG.

“Essa é a hora. O governo, na terça, 21, vai trazer uma proposta à mesa. eles estão ajustando o que vão oferecer. Então a gente tem que lutar pela nossa contraproposta. Esteban reiterou o caráter da greve: “É ocupação das ações, das agendas. Porque com a evasão muita gente deixa os outros lutarem e não participam das ações de mobilização. Você tem que estar na ação. O que chama a atenção são os atos de impacto, como o que fechou na semana passada a ponte do saber ou a última caravana”, concluiu o coordenador sindical. (foto: Elisângela Leite)

 

 

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