Reunião na Odontologia com o CLG enriquece debate sobre a greve

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A reunião do Comando Local de Greve (CLG) com os técnicos-administrativos da Faculdade de Odontologia, nesta terça-feira, 7, foi concorrida.  A demanda maior das companheiras e companheiros dizia respeito ao que “era considerado excepcionalidade dentro da essencialidade”. Mas havia ainda trabalhadores com dúvidas sobre as atividades que deveriam ser consideradas essenciais na unidade acadêmica. “É serviço essencial tudo o que for relacionada à vida ou a subsistência”, definiu uma representante da Comissão de Ética do CLG.

‘Greve de ocupação é não ir ao local de trabalho e ocupar o movimento’

O CLG também esclareceu o que é greve de ocupação. Para alguns dos presentes na reunião, o conceito significava continuar desempenhando suas tarefas laborais, mesmo que elas não constassem da lista de essencialidades. No máximo, fazendo revezamento ou trabalhando até uma parte do expediente.

“Greve de ocupação não é ir para o setor de trabalho. Inclusive temos a garantia do reitor que nosso ponto não será cortado e a nossa greve não será judicializada. Estamos atuando junto com a PR-4 (Pró-Reitoria de Pessoal) e a Reitoria”, informou a companheira da comissão de ética. Ela acrescentou que naquele mesmo dia estava sendo enviado para a PR-4, documento expondo o que era considerado assédio moral durante a greve, para ser distribuído às chefias imediatas, diretores de unidades e decanos.

“Greve de ocupação é ocupar o movimento, fazer parte das comissões do CLG, estar presenta na luta. Não faltar às assembleias, às manifestações, aos atos e a todas as ações organizadas para fortalecer a nossa greve”, resumiu integrantes do C LG.

“A realidade na UFRJ é medo de desagradar a chefia. Mas o próprio servidor pode resolver isso, quando assume que está numa situação difícil e a UFRJ não está podendo oferecer condições dignas de trabalho. Campanha salarial se faz com todos juntos. Nós estamos na pior. Nosso Congresso é o pior e ainda ocorreu essa tragédia no Sul, que demanda dinheiro do governo federal”, argumentou uma companheira do CLG, em tom de convencimento a adesão à greve na Odontologia.

“Por que estou em greve?” 

“Esta pergunta tem que ser respondida por cada um de nós, pois só assim seremos convencidos e compreenderemos as razões da nossa luta. A gente é que constrói a greve no dia a dia”, afirmou uma trabalhadora. Uma servidora e um servidor da Odontologia, no CLG, deram seus depoimentos para incentivar os colegas a participarem da luta: “Em Brasília eu vi como esse trabalho é árduo. Eu vi o povo (os caravaneiros da UFRJ) brigando por todo mundo, sofrendo, porque não é fácil chegar até lá e ficar lá dias. São 22 horas de viagem e muito perrengue. Mas a gente precisa brigar, estar presente no movimento. Senão, a gente não vai garantir que o presente seja bom e o futuro mais ainda. Quando a gente participa, a gente entende por que estamos em greve”.

Em tempo – Trabalhadores da Faculdade de Odontologia e o CLG, com a participação da representante da Comissão de Ética, se reuniram para rediscutirem as essencialidades na unidade. Até o momento da greve eram considerados serviços essenciais a Estomatologia, a Radiologia para atender pacientes internados nas unidades de saúde da universidade (HUCFF e IPPMG) aguardando cirurgia, e pacientes especiais.

REUNIÃO DA BASE DA ODONTO serviu para mobidlizar e esclarecer vários aspectos acerca do caráter da greve que de forma corajosa trabalhadoras e trabalhadores da UFRJ realizam Foto de Elisângela Leite
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