Superintendência completa um ano com ações voltadas à luta antirracista
Fotos: Renan Silva
A comemoração do primeiro aniversário de implantação da Superintendência de Ações Afirmativas, Diversidade e Acessibilidade (Sgaada) na UFRJ teve o tom de celebração da democracia.
Nesse ambiente, numa solenidade aberta com performance de ancestralidade negra expressa na presença do mestre Manoel Dionísio, o combate ao racismo e a preconceitos foi marca nas reflexões.
Denise Góes, superintendente da Sgaada, foi o centro de gravidade do evento. Técnica administrativa e militante decana do Movimento Negro Unificado (MNU), fez enfática fala ao afirmar que a superintendência ampliou a pauta racial na universidade.
Antes de fazer breve balanço de um ano de ação da Sgaada, Denise fez registro de sua participação como sindicalista e destacou a importância do Sintufrj, sindicato do qual foi dirigente.
“No Sintufrj tive espaço para trabalhar a pauta racista, foi o meu espaço de discussão que eu reivindico hoje, amanhã e sempre”, disse.
“Este sindicato está verdadeiramente a serviço da luta desse técnico administrativo que hoje tem outro olhar”, afirmou.
Denise Góes disse que a Sgaad vem fazendo um trabalho “que nos tirou do silenciamento, do apagamento”. Ela distinguiu o papel da superintendência do da Câmara de Políticas Sociais. “A Sgaad está na estrutura institucional, a Câmara é uma frente de ação política”, explicou. “Essa é a nossa luta por uma universidade mais representativa”.
Mulher e negra
A dirigente do Sintufrj, Marli Rodrigues, que representou o sindicato no evento, saudou o fato de hoje termos “uma superintendência de ações afirmativas tendo à frente uma mulher negra”.
Marli foi mais longe. Disse que se deve defender a universidade combatendo o racismo, o assédio moral, a homofobia e fez um breve balanço da greve em curso de mais de 90 dias dos técnicos administrativos.
Na sua saudação, o reitor Roberto Medronho destacou o valor da diversidade e da democracia e recordou seus tempos de Faculdade de Medicina ao lembrar que, quando ingressou na UFRJ, o curso só tinha brancos e alunos de famílias com posse. “Hoje esse perfil mudou”.
Ao se referir aos técnicos administrativos, Medronho foi conciso e firme: “sem eles, a universidade não existiria. Simples assim”.
Manoel Dionísio
O primeiro momento da solenidade que celebrou o aniversário da Sgaada foi de beleza pura. Mestre Manoel Dionísio, um nome fundamental para a história do carnaval carioca e brasileiro, como é definido nas redes da Internet, apresentou sua neta Bárbara Dionísio e seu neto Iago Dionísio em passos de mestre-sala e porta-bandeira. A escola do Mestre vem ensinando gerações passos dessas duas danças que encantam os desfiles de escolas de samba.