Assembleia não rejeita proposta e exige nova rodada de negociação

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Debate intenso no auditório do Quinhentão abordou vários aspectos desta jornada de lutas iniciada já há 100 dias

Os técnicos-administrativos em educação da UFRJ não rejeitaram a proposta do governo, mas querem uma nova mesa de negociação para avançar nas proposições de forma que elas contemplem todo o conjunto da categoria e respeitando a isonomia entre ativos e aposentados, conforme orientação do Comando Nacional de Greve/Fasubra. Portanto, a greve na universidade continua até que todos os pontos destacados sejam formalizados pelo governo em uma minuta, para que então os trabalhadores aprovem a assinatura do acordo.

Essa decisão foi aprovada na assembleia de quarta-feira, 19, com cerca de 400 pessoas presentes no auditório Quinhentão (CCS/Fundão) e mais de 200 pessoas acompanhando pelas redes sociais do Sintufrj (Youtube, Instagram e Facebook). A assembleia teve transmissão simultânea garantindo a participação da categoria (com voz e voto) nos campi Macaé e Praia Vermelha. O debate sobre a proposta do governo durou mais de 50 minutos e cada inscrito se manifestou a respeito por dois minutos.

O DEBATE INTENSO

Aceitar o proposto pelo governo e reivindicar uma nova rodada de negociação, com o objetivo de avançar mais no que foi oferecido e mantendo a greve, foi defendido por quase todos que se inscreveram. “O Comando Local de Greve (CLG/UFRJ) se reuniu na segunda-feira. Não votou pela continuidade ou não da greve, mas defendeu que o CNG/Fasubra solicitasse nova mesa com o governo para avançar nesse debate. Ganhou não rejeitar a proposta”, informou na assembleia o coordenador-geral do Sinjtufrj, Esteban Crescente.

“Devemos continuar em greve até que se assine o acordo”, propôs uma companheira técnica de enfermagem. “É necessário mais uma rodada de mesa com o governo para amarrar o acordo, que deve ser analisado por nós com tranquilidade”, disse um servidor da Praia Vermelha. “Essa é uma greve forte e histórica, e temos condições de arrancar mais”, analisou uma técnica presente no Quinhentão. “É preciso que o governo corrija a distorção que existe com os níveis CB em relação aos níveis A e D”, reivindicou um servidor do Colégio de Aplicação. “O que temos hoje de avanço são propostas de GTs e mesas. Temos que ir para as ruas”, acrescentou uma companheira.

“Devemos votar pela aceitação da proposta e terminar a greve  depois  de tudo amarrado”, falou outro participante da assembleia no Quinhentão. “Ontem estive em duas plenárias importantes de mulheres, fui a assembleia dos estudantes e participo dessa greve antes mesmo dela começar. Mas, não vejo quem vem para cá distribuir papelzinho e fazer propostas nas ações de greve”, desabafou uma companheira militante.

“Concordo com a orientação do CNG depois dessa última mesa. E pergunto: de onde tiraram que o governo vai dar mais. A gente tem que conseguir nova mesa de negociação para amarrar o que conseguimos até agora”, opinou um companheiro. “A força e a organização do movimento garantiram avanços históricos. Mas isso porque temos um governo progressista que nos recebe. Devemos aceitar a proposta, porém, com um acordo assinado”, acrescentou uma técnica-administrativa.

“Não tem uma minuta na mesa e o CNG apontou para mais uma rodada de negociação e só depois assinar o acordo”, lembrou outro companheiro. “Não podemos mentir para a categoria para continuar tendo palanque. Houve aumento, sim. Não deixem mentir para vocês”, opinou um companheiro.

“O que obtivemos até agora foi fruto do esforço da nossa luta. Os banqueiros recebem R$ 4 trilhões de remuneração da dívida pública, enquanto para nós só tem R$ 3.7 bilhões. Precisamos unificar o movimento com as forças políticas para exigir a auditoria da dívida pública. Não rejeitamos a proposta do governo, mas continuaremos a greve para pressionar por mais. Vamos encerrar a greve com unidade e coesão”, defendeu um companheiro.

Destaques aprovados para serem levados à mesa de negociação 

  • Aprovada a orientação do IG Fasubra: solicitar ao governo nova reunião da mesa de negociação para avançar nesta proposta ofertada da forma que realmente contemple toda nossa categoria (ativos, aposentados e pensionistas).
  • Continuidade da greve.
  • Após assembleia se dirigir para a entrada dos trabalhadores do Cenpes com ato às 14h30 estendendo faixas de greve.
  • Insistir para que as classes B e C precisam ser contempladas, igualmente como as classes A e D, com mais 1% na correlação.
  • Afirmar a necessidade de alteração na lei garantindo o posicionamento em nível médio da classe C. Precisamos deste debate em plenária a nível nacional para debater esta reparação. Levar o tema para mesa de negociação.
  • Realizar agenda hibrida na sexta-feira para construção de contraproposta á política de capacitação e desenvolvimento apresentada pela PR-4 no Conselho Universitário (Consuni).
  • Criação de uma mesa de negociação pra os pontos em abertos, quanto aos GTs propostos pelo governo, que conste do termo de acordo com prazo de no máximo seis meses para apresentarem as propostas se a categoria não concordar, retornaremos a greve.
  • Colocar na agenda de greve o ato unificado do movimento de mulheres no Rio para domingo, 23 de junho, às 10h. Concentração no Posto 4, com caminhada até o Posto 1.
  • Garantir na próxima mesa com o governo isonomia para os aposentados.
  • Quinta-feira, 20 de junho: protesto com os extraquadros dos hospitais e repúdio à Ebserh.

Mulheres exigem respeito

A assembleia foi encerrada com um grupo de companheiras dirigentes do Sintufrj e militantes da base se manifestando contra abuso de poder e desrespeito por parte de servidores presentes na assembleia do Quinhentão. “Basta! Exigimos respeito quando estivermos falando. Não importa de que força política sejamos!

 

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