No dia 22 de junho o Conselho Universitário (Consuni) da UFRJ aprovou, por unanimidade, a criação da Superintendência de Ações Afirmativas, Diversidade e Acessibilidade (SGAADA), num auditório lotado pela comunidade universitária. Foi um dia histórico para a luta antirracista e para seus militantes. Nesta terça-feira (25) esse dia será celebrado com uma solenidade no Auditório Hélio Fraga /CCS às 14h.
Um desses militantes, a servidora técnico-administrativa Denise Góes, que dedicou sua trajetória na UFRJ pela luta antirracista na universidade, teve homenagem merecida no Consuni. Nesse dia significativo ela apresentou sua reflexão sobre o racismo:
“O racismo nos invisibiliza; tira a nossa capacidade de falar, de nos pronunciarmos. Ninguém vai falar por nós, como tem ou não tem que ser. Eu não estou sozinha, atrás de mim tem muitos homens e muitas mulheres. Eu quero destacar isso. As mulheres são maioria na Câmara de Políticas Raciais. Nossa luta é coletiva. É por isso que este auditório está cheio hoje. A gente, hoje, coloca essa luta no mais alto patamar dentro da UFRJ. Mas as articulações têm que estar dentro e fora da universidade, porque o racismo é mundial”.
Hoje superintendente da SGAADA, Denise Góes apresenta um sucinto balanço de um ano de trabalho.
Sintufrj – O que representou a criação da SGAADA?
Denise Góes – Representou consolidar a pauta racial com ênfase nas políticas de ações afirmativas no âmbito institucional, ou seja, é a universidade pensando com profundidade na implementação e controle das políticas públicas de democratização do acesso. Com a SGAADA também se potencializa a pauta da diversidade e da acessibilidade no contexto da garantia de direitos.
Sintufrj – Houve avanços?
Denise – Sim, o avanço maior está sendo o da mobilização efetiva da comunidade universitária na construção de um movimento antirracista. Estamos a frente e em defesa de pautas fundamentais que antes estavam silenciadas.
Sintufrj – O que ainda deve ser feito?
Denise – Uma universidade do tamanho e complexidade da UFRJ nos impõe uma pauta extensa de ações e políticas antes não consideradas importantes. A unidade da SGAADA com todos os movimentos internos, a unificação das pautas com outras universidades, tendo o Ministério da Igualdade Racial (MIR) como o polo de luta, são ações que nos fortalecem. Precisamos entre outras ações alterar o currículo ainda eurocêntrico pontuando a necessidade de assimilar outros saberes. A unidade nos fará avançar.
Sintufrj – Qual o balanço que você faz?
Denise – Balanço positivo! Muito trabalho neste 1 ano. Formação para nós é fundamental, formação incide diretamente na construção da consciência crítica que nos movimenta para sedimentar um espaço representativo, diverso e plural.