A saudação do coordenador-geral do Sintufrj Esteban Crescente ao Festival do Conhecimento da UFRJ, que começou nesta terça, 27, e segue até dia 30 de agosto, fez parte da programação de abertura do evento. Outras manifestações institucionais em vídeo destacando a importância do tema: “Inteligência Artificial para o Sul Global”, também foram exibidos.
Esta é a quarta edição do Festival do Conhecimento e acontece no histórico prédio da UFRJna Avenida Rui Barbosa 762, no Flamengo, onde funcionou a Casa do Estudante e atualmente abriga o Fórum de Ciência e Cultura. A programação está sendo transmitidas ao vivo pelo canal Extensão UFRJ no Youtube, como as lives propostas por estudantes, técnicos-administrativos e estudantes.
A programação consta de mesas temáticas, oficinas, uma feira de tecnologia e inovação e de gastronomia. O festival é organizado pela Pró-Reitoria de Extensão da UFRJ (PR-5), tendo à frente mais de 20 técnicos-administrativos em educação. A escolha do tema teve por objetivo esquentar o debate na comunidade universitária sobre a produção do conhecimento versus a inteligência artificial, cujo resultado esperado ao final do evento é que se tenha mais conteúdo para uma análise crítica sobre a IA.
Participação da categoria
Na sua saudação em vídeo, o coordenador do Sintufrj chamou a atenção para a importância dos técnicos-administrativos na realização do festival desde o seu início. Sobre o tema, afirmou: “Tomando emprestado a crítica do neurocientista Miguel Nicolelis, inteligência artificial por si só é um termo que pode ser usado para submeter e subjugar trabalhadores e trabalhadoras à condição de trabalho de maior exploração, o que vem ocorrendo mundo afora”. Na visão do Sintufrj expressa por Esteban Crescente, o grande desafio colocado para a sociedade é como usar ferramentas de avanço tecnológico para melhorar a condição de vida e de trabalho das cidadãs e cidadãos do mundo.
Com a crítica ao ambiente onde os algoritmos ditam as regras ou onde o perfil de cada pessoa pode ser controlado pelos interesses de grandes grupos econômicos, Esteban ressaltou que é preciso um conteúdo que seja a favor da classe trabalhadora.
Consenso nas análises críticas
O Festival do Conhecimento da UFRJ foi prestigiado pelos três segmentos que compõem a comunidade universitária e por personalidades acadêmicas de outras instituições. O reitor Roberto Medronho saudou a iniciativa da PR-5 e reafirmou a importância do papel da universidade para as transformações necessárias no país. Ele aproveitou o tema em debate para anunciar a criação de um Grupo de Trabalhosobre inteligência artificial, com grandes nomes de pesquisadores de diversas áreas da UFRJ. A primeira reunião do GT já tem data: 2 de setembro.
“Nós precisamos estar atentos aos usos e aos abusos da inteligência artificial, que tem que vir para ajudar a mudar esta nossa realidade. O presidente Lula, na quinta conferência nacional de ciência e tecnologia, foi muito claro ao dizer o seguinte: se a inteligência artificial trouxer o desemprego, ela não é inteligente, ela é burra, e foi amplamente aplaudido”, disse o reitor.
Segundo Roberto Medronho, o tema é uma das questões cruciais e adiantou sobre a criação de um curso de bacharelado, que vai começar o mais breve possível, integrando várias áreas do conhecimento, como de ciência e tecnologia, humanidades e cultura, ligado à transformação digital.
e a vice-reitora, Cássia Turci, a pró-reitora de Extensãoe , coordenadora do Festival do Conhecimento Ivana Bentes, e outros pró-reitores e superintendentes, Christine Ruta, coordenadora do Fórum de Ciência e Cultura e a representante do ministério de Ciência Tecnologia e Inovação )MCTI), Eliane Azambuja, compuseram a mesa de abertura que já antecipou aspectos do debate.
A superintendente adjunta da Superintendência Geral de Ações Afirmativas,Cecília Izodoro, apontou aspectos críticos e positivos da tecnologia, que invadiu a vida de todos e permitiu se verificar o quanto de erro pode produzir. Ela concluiu afirmando que o momento é também de celebrar a potência das IAs ou máquinas de aprendizagem, como prefere se referir lembrando a nova tecnologia.
“Black Mirror”
A pró-reitora de Extensão e coordenadora do Festival do Conhecimento, Ivana Bentes,classificou a inteligência ancestral como ainda sendo uma caixa preta para sociedade, “uma bolha em crescimento”. Segundo ela, do apoio entusiasmado que demos á culturadigital, temos agora a oportunidade de sermos mais críticos e cuidadosos em relação a inteligência artificial, pelos riscos já anunciados. E citou como exemplo a possibilidade de uma ferramenta de pesquisa criar uma resposta sem muita precisão, ou obras plausíveis mas nem sempre verdadeiras.
O “Black Mirror” chegou ao nosso cotidiano”, alertou Bentes, referindo-se a uma série de ficção científica que faz referência às telas de smartphones e computadores, e que chama a atenção para como os recursos tecnológicos podem afetar a vida das pessoas.
A pró-reitora fez questão de registrar que o Brasil voltou a ser vanguarda na discussão do marco regulatório — tema que, aliás, será abordado numa das mesas do festival pela representante do MCTI Eliana Azambuja –, depois do atraso imposto pelo governo passado de discursos de ódio e fake news.
Também compôs a mesa de abertura do festival a vice-reitora, Cássia Turci, Christine Ruta, coordenadora do Fórum de Ciência e Cultura, pró-reitores e superintendentes e a representante do ministério de Ciência Tecnologia e Inovação (MCTI), Eliane Azambuja.
Confira toda a programação em https://festivaldoconhecimento.ufrj.br/