Nesta quinta-feira, dia 29, aconteceram mais duas reuniões com os técnicos-administrativos em seus locais de trabalho, promovidas pelo GT Carreira do Sintufrj – no Salão Nobre da Decania do CT e no Instituto de Ginecologia – para discutir as conquistas da greve, como estas serão formalizadas e as questões em pauta na Comissão Nacional de Supervisão da Carreira (CNSC).
Com representantes da Fasubra, Sinasefe e MEC, a CNSC está encarregada de elaborar as alterações da Lei da Carreira (a minuta do projeto de lei já está pronta) e – no prazo máximo de 180 dias, a contar da assinatura do acordo de greve, em 27 de junho – regras e elementos de transição para a aplicação dos direitos conquistados.
O GT Carreira do Sintufrj tem se reunido sistematicamente, após a greve de 113 dias, para debater esse detalhamento e contribuir com propostas da categoria da UFRJ, com a formulação da proposta da federação.
Seminário local e nacional
A Fasubra organizou, para os dias 26 e 27 de setembro, o Seminário de Carreira, para aprofundar os pontos ainda sem deliberação de congresso ou plenária.
A próxima reunião dos subgrupos temáticos em que se dividiram os membros do GT do SINTUFRJ, como Desenvolvimento, Reconhecimento de Saberes e Competências (RSC), Racionalização e Aglutinação dos Cargos, Reposicionamento dos Aposentados, acontece na segunda-feira, dia 2, na sede entre 9h e 13h. Trabalho que culminará com a realização de um seminário local, no dia 18 (os detalhes ainda serão definidos) para fechar a proposta local para a Fasubra.
O que está em debate
As reuniões locais têm sido uma tarefa importante da entidade e seus militantes, ao levar à base a importância do que representa, na Carreira, tudo que foi conquistado com os 113 dias de greve e mobilização (veja no box a seguir) e seus desdobramentos.
O coordenador de Comunicação da Fasubra e colaborador da direção, Francisco de Assis, que coordenou a reunião com trabalhadores da Escola Politécnica, decania e outros setores do CT (cerca de 30 trabalhadores, incluindo o pessoal on line), explicou que, no seminário local, o GT apresentará todo trabalho desenvolvido para debater com a categoria e finalizar as propostas a serem enviadas ao fórum da Fasubra. Por isso destacou a importância da participação de todos.
Francisco informou o resultado destes 113 dias de greve, os dobramentos que necessitam de estudo, avaliação e posicionamento para que as proposições se consolidem. “Parte já está bem adiantada no projeto de lei (que vai alterar a Carreira), mas tem outras partes que dependem de regulamentação, de debate com a base, que a gente está promovendo”.
Dúvidas
“É verdade que, no incentivo à qualificação (IQ), toda formação acadêmica será considerada como relação direta?”; “O que fazer para garantir o reconhecimento de saberes e competências?”; “Como ficará a transposição para as tabelas de 2025 e 2026?”. Estas foram algumas das perguntas do grupo ao coordenador.
Segundo Francisco, no caso do IQ, a partir de janeiro, acaba a correlação indireta e todos que recebem a gratificação, passará a receber o percentual correspondente à correlação direta, o que representará aumento de até 23%. “Conquistas da greve que a gente também precisa valorizar”, destacou.
Quanto ao RSC, ele reiterou a importância do seminário para consolidar propostas, por exemplo, de como se pontuará as atividades do servidor para o reconhecimento, ou de como incluir a todos, entre os que podem vir a receber o RSC, inclusive doutores. Porém, como lembrou, tudo deve ser feito com segurança para não ser questionado pelos órgãos de controle. E que, embora o regramento ainda esteja em discussão, é preciso desde já reunir comprovantes de atividades além dos requisitos do cargo, como a participação em colegiados ou comissões, por exemplo, para reivindicar o direito.
Francisco explicou que, para se encontrar na nova malha que será implementada, o servidor pode consultar o material publicado no Jornal do Sintufrj nº 1436, com as tabelas, disponível no site da entidade. Mas, abaixo, resumimos um passo a passo.
Reajustes foram importantes, mas conquistas não se resumem a tabelas
O crescimento do impacto financeiro do que o governo destinaria ao atendimento da pauta (que saltou de R$1,8 bi em fevereiro para R$ 4,1 bi em junho) – se refletem não apenas em percentuais nas tabelas e incentivos.
De fato, há o reajuste linear de 9% em 2025 e de 5% em 2026, o aumento no valor do step (para 4% em janeiro de 2025, e 4,1% em abril de 2026) e do aumento dos percentuais de correlação entre os níveis de classificação com relação em nível E (nível A, 36% do nível E; B, 40%; C, 50% e D, 61%.). O estepe vai para 4% em janeiro de 2025 e 4,1% em abril de 2026.
E tudo disso pode representar muito mais do que a simples soma dos reajustes nos próximos dois anos.
Como assim?
É que, na nova tabela, somando-se o reajuste de cada ano (aplicado no piso do nível E), ao aumento do percentual de correlação dos níveis com o nível E, ainda ao aumento do step, o aumento total pode chegar de 25% e 34 % em alguns níveis, respectivamente em 2025 e 2026.
Isso sem contar o aumento do auxílio alimentação de R$658 para R$1.000, da assistência pré-escolar (de R$321para R$484 e aumento variável do auxílio saúde suplementar (por faixa de idade e remuneração).
E tudo isso ainda pode aumentar, porque há outros elementos acordados que beneficiarão a categoria adiante, como a transformação da relação indireta do Incentivo a Qualificação (IQ) em relação direta, o que em alguns casos pode representar até mais 23% de reajuste. Ou Reconhecimento de Saberes e Competências (RCS, em abril de 2026, cujos percentuais podem se assimilar aos do IQ). Ou ainda a redução do intervalo para progressão por mérito de 18 para 12 meses.
Além dos resultados dos elementos em pauta na CNSC (que tem prazo até o fim do ano), como o Reconhecimento de Saberes e Competências, o reposicionamento de aposentados, entre outros.
Ganhos no piso e no teto
Como se localizar na tabela reestruturada
Tabela 1 – Se localize na tabela atual (maio de 2023);
Tabela 2 – Alie seu padrão de vencimento ao nível de classificação e encontre, ao lado, o seu novo padrão reestruturado;
Tabela 3 – Encontre na tabela de 2025 (com índice de 9% e step de 4%), com base no novo padrão, o seu novo vencimento a partir de janeiro.
Tabela 4 – Da mesma forma, encontre na tabela de 2026 (com índice acumulado de 14,.45% e step de 4,1%), o vencimento a partir de abril de 2026.
Exemplo
Tabela 1 – Nível D Padrão 13: vencimento R$ 4.221,24.
Tabela 2 – Se estiver no nível I de Capacitação, permanece no padrão 13 na tabela reestruturada.
Tabela 3 – Vencimento em janeiro de 2025, R$ 4,850,96.
Tabela 4 – Vencimento em abril de 2026, R$ 5.152,59.
Se tiver nível de capacitação II, III ou IV, o novo padrão será, respectivamente, 14, 15 ou 16, aumentando também o vencimento.
Fotos: Renan Silva