Todas as formas de vida importam

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No 7 de setembro, Grito dos Excluídos ocupa ruas do Centro

Essa foi a 30° edição do Grito dos Excluídos com o tema: “Toda forma de Vida Importa, mas quem se importa? A vida em primeiro lugar”

Uma das mais tradicionais manifestações do movimento popular, fazendo frente às investidas da direita neofacista, neste 7 de setembro, ocupou várias capitais do país e, no Rio de Janeiro, as ruas do centro da Cidade, apresentando à população a 30ª edição do Grito dos Excluídos. Na linha de frente da manifestação, estavam as mães que perderam seus filhos em operações policiais, logo atrás da faixa principal.

 

Heitor Cesar, da Articulação do Grito dos Excluídos, membro do Comitê Central do PCB e da Coordenação Nacional da Unidade Classista participa da construção da atividade no Rio de Janeiro desde 2001. Ele conta que o ato no centro do Rio reuniu cerca de duas mil pessoas, que marcharam da esquina da avenida Presidente Vargas com Uruguaiana até a praça Mauá, onde houve a saudação final.

Ainda na concentração, que começou às 10h, na esquina da Rua Uruguaiana com a Avenida Presidente Vargas, um café da manhã feito com a colaboração dos manifestantes, comemorou, com bolo e velas, os 30 anos do movimento.

Heitor conta que o Grito dos Excluídos começou a ser organizado nos anos 1990 por articulação da Segunda Semana Social Brasileira promovida pela pastoral social da CNBB. “E a partir de então começou a envolver diversos movimentos sociais e populares além de partidos do campo progressista e de esquerda. Ao longo dos anos sindicatos, movimento estudantil e populares foram se integrando formando uma rede e articulação de construção do Grito que o promove em diversas cidades de todo o país”, disse ele.

Heitor Cesar, da Articulação do Grito dos Excluídos

Lema provocativo: Quem se importa?

“Aqui no Rio, desde que começou a ser organizado, tem a característica da forte presença de sindicatos e partidos da esquerda, o que dá um tom de envolver, junto as pautas do Grito, as lutas dos movimentos sindicais e sociais. Esse ano a pergunta provocativa de seu lema buscava fazer uma reflexão sobre como a vida da população pobre e excluída é posta de lado numa sociedade que privilegia o lucro dos grandes negócios. Além disso aqui no Rio somou se ao grito a luta contra a militarização da sociedade, a defesa das estatais e dos serviços públicos, por ampliação de direitos aos trabalhadores e em defesa do meio ambiente”, explica o organizador.

Três décadas de denúncia e reivindicações

30 anos do Grito dos Excluidos.
Rio, 07/09/24
Foto Elisângela LeiteDefesa do meio ambiente, a garantida do acesso à moradia, o combate ao racismo religioso, o fim da política repressiva de guerra às drogas e a mudança nas escalas de trabalho foram algumas das pautas, segundo a Agência Brasil, registrando depoimentos que mostram que não há democracia se o povo pobre, preto e favelado não tem acesso à saúde e educação, como vem acontecendo nas escolas fechadas da Maré.

Nós nos importamos

Na frente, as mães carregavam cartazes com a imagem das vítimas, cobrando justiça. “Ninguém sofre mais com a violência do estado do que essas mães. E o pior: com a impunidade imperando. Os assassinos de muitos e muitas nunca foram punidos ou nem respondem processo. São vidas perdidas de jovens e crianças negras, periféricas. Quando damos o protagonismo a essas mães, dizemos: nós nos importamos com essas vidas”, disse à Agência Brasil, Sandra Quintela, que integra a Rede Jubileu Sul Brasil e a coordenação nacional do Grito dos Excluídos.

30 anos do Grito dos Excluidos.
Rio, 07/09/24
Foto Elisângela Leite30 anos do Grito dos Excluidos.
Rio, 07/09/24
Foto Elisângela Leite

30 anos do Grito dos Excluidos.
Rio, 07/09/24
Foto Elisângela Leite
30 anos do Grito dos Excluidos.
Rio, 07/09/24
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