Conquistas da greve, saúde e direitos dos aposentados são debatidos em encontro nacional

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Qual o resultado da greve sobre o PCCTAE  para os aposentados? Quais são as futuras lutas deste segmento? Estes foram alguns dos temas do XI Encontro Nacional de Aposentados (as), Aposentandos (as) e Pensionistas da Fasubra realizado na Universidade de Brasília.

Segundo a Fasubra, o encontro, que reuniu centenas de participantes de diferentes regiões do Brasil, teve como objetivo central debater questões pertinentes à aposentadoria, direitos dos trabalhadores e o cenário das políticas públicas para os pensionistas.

A abertura foi no dia 15 de outubro  pela manhã e contou, além da direção da Fasubra, com a ministra Macaé Maria Evaristo, com os deputados Erika Kokay e Reginaldo Veras. À tarde, as delegações presentes no encontro, provenientes de universidades de todo país (a do Sintufrj contou com 16 pessoas, veja a foto), participaram de ato no Ministério de Gestão e Inovação, quando se desenrolava reunião do GT sobre a inclusão dos termos de acordo suprimidos da minuta do MGI sobre o projeto de lei.

No dia seguinte, 16, os presentes acompanharam três palestras: Saúde e qualidade de vida pós-aposentadoria, Violência contra pessoas idosas e Direito dos aposentados e pessoas idosas.

E, por fim, no dia 17, o encontro abordou o tema “PCCTAE: resultado da greve para os aposentados; futuras lutas desta parcela da categoria”, na mesa formada pelas coordenadoras de Aposentados e Assuntos de Aposentadoria Maria Tereza Fuji e Glaucia Nunes, além de Ivanilda Reis, da Coordenação Geral, e Márcia Abreu, de Administração e Finanças.

O encontro foi fechado à tarde, com encaminhamento de propostas discutidas ao longo do evento. Entre elas, que o MGI coloque por escrito tudo o que diz respeito à categoria, incluindo o RSC no Projeto de Lei sobre o acordo de greve e não à cargo de interpretações.

A expectativa é que as resoluções sejam incorporadas nas pautas da federação, que se comprometeu a fortalecer sua atuação em prol da categoria.

Violência e direitos em debate

Regina Teles Tomé, especialista na área de políticas públicas para a terceira idade, abordou a crescente violência contra os idosos no Brasil, país que tem registrado aumento nos casos de abusos físicos, psicológicos e financeiros, frequentemente dentro do próprio ambiente familiar. “É urgente que o Estado e a sociedade se mobilizem para garantir a proteção e a dignidade dos nossos idosos”, destacou.

Geruza Alves Rodrigues relacionou garantias previstas pela legislação e os desafios enfrentados na defesa de direitos. As dificuldades que os aposentados enfrentam para acessar benefícios, como a revisão das aposentadorias, e a falta de valorização de quem já contribuiu ao longo de uma vida inteira de trabalho.

Delegados do Sintufrj avaliam

A DELEGAÇÂO: Na primeira fileira, Maria José Filha, Maria Soares (Branca), Maria Lenilva, Helena Vicente, Yvone e Maria José Cerqueira. Na segunda fileira, Ana Celia, Selene Sousa, Norma Santiago, Odete  e Vania Guedes. Na terceira, Debora, Almiro Maria Luiza Raimundo Jorge e  José Neto (Chapéu).

 

“Assim como este, o 11º encontro, que esta Coordenação de Aposentados do Sintufrj, gestão 2022-2025, teve a oportunidade de participar, todos os encontros, sempre muito bem organizados pela Coordenação de Aposentados e Assuntos de Aposentadoria da Fasubra, foram perfeitos”, avaliou a coordenadora de Aposentados e Pensionistas do Sintufrj Ana Célia Silva. Para ela, a coordenação nacional está sempre atenta aos cuidados e acolhimentos com os participantes oriundos dos sindicatos de base de vários estados do país. “O temário abrangeu saúde física e mental, qualidade de vida após aposentadoria, violência contra a pessoa idosa, direito dos aposentados e das pessoas idosas, preconceito contra os idosos e a importância e benefícios da atividade física na terceira idade. Todos esses temas muito bem tratados, como nos últimos encontros, e não deverão ficar no papel, pois muitos idosos aposentados estão adoecidos, sem orientação e atendimento necessários. Um aposentado, saudável e ciente dos seus deveres e direitos se torna participativo e preparado para lutar, presente nas reuniões de base, assembleias e até em encontros e congressos sindicais. Neste 11o encontro, tivemos a oportunidade de contar com uma delegação de 16 sindicalizados, entre eles aposentados e aposentandos, participantes do GT Carreira do Sintufrj”, relatou Ana Célia..

Importante interação

A aposentada Norma Santiago (que atuou na Faculdade de Odontologia), achou o evento muito significativo: “Com abordagem de vários temas, falando sobre a violência contra a pessoa idosa, o etarismo, a acessibilidade. É sempre necessário para compreender todo esse mundo atual e as suas demandas. Mesmo que a gente esteja sempre ouvindo esses assuntos abordados pela mídia, é sempre bom estar relembrando. E tivemos contato com pessoas de outras regiões do Brasil, isso é muito importante. Essa troca, essa interação. Precisamos realmente ser agentes multiplicadores, estar sempre em contato, atualizando as informações. É muito importante para que a pessoa consiga até se enxergar: se estiver sofrendo uma violência, se estiver sofrendo o etarismo, se ela estiver sendo, de alguma maneira, tendo o seu direito cerceado. Eu li uma frase que diz o conhecimento liberta. Então, realmente é importante essa interação entre as pessoas”.

Experiência importante

“Parabéns aos organizadores do Encontro dos Aposentados. Foi gratificante. Foi uma experiência muito importante”, disse Maria José da Silva Filha (trabalhou no gabinete da Engenharia).

Propostas aprovadas

Raimundo Jorge dos Santos Lima, da Manutenção do Restaurante Universitário Central, há 33 anos na UFRJ, foi autor de uma das propostas absorvidas entre os encaminhamentos aprovados. A de que se faça uma campanha nacional para que o aposentado possa votar para reitor. Segundo ele, as demais entidades acataram a proposta que será enviada a Fasubra para que possa ser uma orientação nacional. “Como, depois de construir um local, não posso mais ter acesso a ele?”, questiona o servidor. Outra proposta sua foi a de que os sindicatos mobilizem os aposentados para procurarem parlamentares estaduais e federais no apoio às causas do segmento.

Ele também achou o encontro proveitoso e se informou sobre vários temas aspectos do acordo de greve, em participar sobre o reposicionamento dos aposentados, o que falta o governo cumprir no acordo de greve e reivindicações como um auxílio para o segmento dos aposentados, o aumento do auxílio saúde, convênio com hospitais universitários (embora pondere que, com a Ebserh, que administra a maioria, todos perderam muito). “No outro dia, abordamos como programar a aposentadoria, a necessidade de um projeto para que, ao se aposentar, o servidor fique livre dos consignados, por exemplo. Também houve palestra sobre cuidados com a saúde para, ao se aposentar, ter uma vida mais saudável. Nós aqui temos essa possibilidade (com o Espaço Saúde). E é preciso incentivar que as pessoas façam mais atividades físicas. Uma aposentadoria programada e com saúde”, disse ele, sugerindo que a entidade promova uma espécie de local de encontro dos aposentados, para atividades e acolhimento, encontrar amigos, fazer atividade física, dança e seja um elemento de integração.

No caminho certo

Maria Soares da Silva Lins, funcionária do Museu D. João VI (EBA) avaliou que esta foi uma experiência foi muito boa: “Principalmente a palestra da psicóloga foi destacada; a orientação que ela nos passou foi essencial para eu perceber que estou no caminho certo para me aposentar com planejamento, sem erros. Todas as falas foram excelentes. Foi uma experiência inesquecível!”

Enriquecedor

Maria José Cerqueira Carvalho  (Aposentada  IPUB) destacou que o Encontro  Nacional  de Aposentados(as), Aposentandos (as) e Pensionistas reuniu inúmeros  trabalhadores  de diversas  regiões do país. “Discutiu temas como PCCTAE, reestruturação  da Carreira e Restauração Salarial, direitos  Aposentandos e o combate a todas as formas de violência a pessoa idosa enfatizando principalmente a violência patrimonial  e a psicológica,  ainda hoje,  muito praticada no Brasil. Foi uma experiência    verdadeiramente enriquecedora .Espero que seja o início  de muitas  vitórias e outras conquistas”..

Ainda é preciso muita luta

Maria Lenilva da Cruz M. Costa avaliou que nem todos os objetivos propostos para debate, foram alcançados. Como por exemplo, uma discussão ampla sobre a garantia das pautas da greve pertinentes aos aposentados. “Destaco a presença da Ministra de Direito Humanos, Macaé Maria Evaristo, na abertura do evento. Bem como da Deputada Erika Kokay. E a presença dos aposentados na entrada do MGI, na tarde do dia 15. As palestras dos dias 16 e 17 enriqueceram o encontro e motivaram vários participantes a fazerem depoimentos emocionantes e realistas. No último dia, o assessor jurídico da Fasubra (Cláudio Santos) esclareceu algumas dúvidas e alertou que nossa categoria de aposentados ainda terá muitas lutas para garantir o cumprimento das reivindicações da greve”.

Nada será concedido graciosamente

Yvone Rosario conta que esse foi o primeiro encontra nacional de aposentados do qual participa. “Me proporcionou alegrias e reflexões; e pude rever amigos e conhecer pessoas maravilhosas.

Parabenizo, por proporcionar esse encontro lindo, a Fasubra e o Sintufrj. Mantiveram preocupações com o nosso bem-estar e nos deram credibilidade. Parabenizo também a nossa coordenadora que foi flexível e compreensiva.  Participar desse encontro só me fortaleceu em minhas ideias e retornei com grandes aprendizados e me sentindo renovada. Ouvir os palestrantes me fez refletir, aprender e criticar. Com as falas da Ministra , da deputada, do deputado e da Direção da Fasubra sobre o que está sendo realizado e movimentando no governo sobre a nossa categoria. Penso que aos poucos estamos saindo da invisibilidade, porém precisa-se de muito trabalho. Os temas foram muito bons, falou-se na saúde e na qualidade de vida, direitos e deveres, violências contra as pessoas idosas, o etarismo etc. Vejo o quanto é necessário refletirmos sobre a política, saúde, relações pessoais.

O advogado da Fasubra comentou que dependerá da categoria a  luta pelas conquistas do que almejamos como por exemplo o RSC para todos e todas. Segundo ele nada será concedido graciosamente”.

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