Direção do HUCFF dá explicações ao Sintufrj

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“Tudo que está escrito aí é verdade”. A afirmação foi feita pelo superintendente geral do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho (HUCFF), Amâncio de Carvalho, aos coordenadores do Sintufrj em reunião convocada por ele, nesta terça-feira, 15, após o ato realizado pela manhã, na entrada principal da unidade.

Amâncio se referia ao conteúdo do panfleto que os dirigentes sindicais distribuíram aos pacientes e seus familiares, denunciando as cinco últimas medidas adotadas pelos gestores do hospital nomeados pela Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh).

Há mais de 100 dias a Ebserh é responsável pela administração do Complexo Hospitalar da UFRJ, que inclui o HUCFF, a Maternidade Escola e o Instituto de Puericultura e Pediatria Martagão Gesteira (IPPMG).

Cobrança e justificativa

O panfleto “Ebserh diz não aos pacientes e adoece profissionais do HU” denunciava atitudes postas em prática pelos gestores contra os servidores RJU e usuários do hospital. O Hospital Universitário da UFRJ é uma das mais importantes unidades de ensino na área da saúde do país e referência no SUS para tratamento de doenças de alta complexidade.

Além de Amâncio de Carvalho participaram da reunião com os dirigentes do Sintufrj Laura Gomes, Esteban Crescente, Ana Mina e Vander Araújo, e o coordenador da Fasubra, Francisco de Assis, o superintendente executivo, Marcos Freire, e o chefe da Divisão de Gestão de Pessoas, Leandro Costa Lima. Eles responderam item a item elencados no panfleto da entidade.

“A falta de informação complica num hospital desse porte, com três mil funcionários. Principalmente num momento como este de transição. Temos falha na comunicação”, admitiu Amâncio para justificar alguns equívocos de interpretação em decisões tomadas que, segundo ele, estão ocorrendo. Como o denunciado no panfleto sobre a proibição de encaminhamento médico de um paciente em tratamento no hospital para outra especialidade, caso haja necessidade. Só por via do Sisreg (sistema de regulação do acesso a uma unidade de saúde do SUS).

Segundo os gestores da Ebserh, cada situação tem que ser bem analisada, porque pelas regras gerais do SUS se um paciente apresenta outra patologia deve se submeter ao Sisreg, podendo ser atendido em outra unidade hospitalar. Mas, o HUCFF tem seu Núcleo Interno de Regulação, que segue as regras do governo federal, mas adaptadas à sua realidade, e a Ouvidoria, que pode ser acionada para resolver problemas gerados por má interpretação.

Insumos

“É verdade sobre a falta de insumos, conforme consta no  panfleto”, confirmaram os gestores. Eles explicaram que algumas licitações são desertas (vazias), por conta do preço baixo ou porque as empresas não estão mais produzindo o produto. “A solução imediata foi ativar mecanismos legais de empréstimos para reposição de oito dos 10 medicamentos em falta para cobrir 20 dias”, informaram. A UFF e o hospital da Unirio atenderam a demanda do HUCFF.

Novas licitações estão em curso de acordo com estimativas dos fornecedores em relação ao custo. Além desse problema, a Ebserh não tinha acesso a senhas para dar continuidade ao pregão, uma função que era exercida em sua maioria por trabalhadores extraquadro. Mas quase a totalidade dos 840 já foram dispensados.

“O HU é o que mais faz pregão no Estado do Rio. Temos licitação para mais de seis mil itens. A prioridade são os medicamentos. Esperamos abastecer o estoque até março. E a falta de insumos não vai mais acontecer”, disse Amãncio.

Sesat

A coordenadora Laura Gomes expôs a situação atual do setor e defendeu a continuidade do trabalho com a reposição de profissionais. Mas o fim do Serviço de Atendimento à Saúde do Trabalhador do Hospital Universitário (Sesat) não foi descartado pelos gestores da Ebserh.

Por enquanto, somente terá continuidade o atendimento de emergência aos profissionais do hospital, já o acompanhamento ambulatorial os gestores anteciparam que não têm como garantir. Tanto Amâncio como Marcos Freire se comprometeram a se reunirem com as chefias do Sesat para definir a situação.

Antes, porém, pretendem saber quais são as atribuições da CPST (Coordenação de Políticas de Saúde do Trabalhador). Eles entendem, por exemplo, que exames periódicos nos trabalhadores do HUSFF é tarefa da CPST.

Avaliação

Os gestores concordam que a avaliação dos servidores RJU do hospital não pode ser feita por profissionais da Ebserh. “Somos concursados da UFRJ cedidos para a Ebserh. Quem tem que dizer pra gente o que se deve cumprir é a universidade. A Ebserh tem que reconhecer que o Sintufrj é o interlocutor dos trabalhadores RJU. E o AvaDes (avaliação do desempenho dos servidores técnico-administrativos) tem que ser feita por trabalhadores do RJU”, afirmou Amâncio.

Essa demanda, segundo ele, está na pauta do GT de Trabalho, formado por servidores RJU e contratados pela Ebserh para atuar na transição administrativa em processo no hospital. “Essa fase de transição é complexa, mas tem espaço de negociação com o sindicato”, respondeu Amâncio em relação a demanda levada pela direção sindical sobre os inúmeros pedidos de transferência para outra unidade. No momento, saída só por permuta, embora o chefe da Divisão de Gestão de Pessoas, Leandro Costa Lima, tenha sinalizado para as coordenadoras Ana Mina e Laura Gomes ouvi-las para atender aos casos mais urgentes.

“Às vezes, uma troca de setor já resolve a situação do servidor que está trabalhando num local onde não se sente bem, o oprime”, observou Ana Mina.

Reunião deliberativa

Ficou acertado que haverá o mais breve possível uma nova reunião dos gestores do HUCFF com o Sintufrj para pontuar soluções para as reivindicações da categoria, e de acompanhamento das mudanças administrativas que ainda serão postas em prática. (FOTO: RENAN SILVA)

*Mais Ebserh na edição 1442 do Jornal do Sintufrj.

DIRIGENTES DO SINTUFRJ E DA FASUBRA com o comando da Ebserh em reunião no HUCFF

 

 

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