Muita informação e exemplos de superação marcaram a reunião do GT Mulher do Sintufrj que se reuniu no Espaço Cultural com um tema especial: Outubro Rosa, campanha de conscientização sobre ações de prevenção do câncer de mama e de colo de útero, movimento internacional e celebrado anualmente desde o ano 90.
O encontro foi aberto pelas coordenadoras do Sintufrj Marli Rodrigues, Anaí Estrela e Norma Santiago que saudaram as companheiras presentes e explicaram o caráter dessa edição especial do GT, que se encaixa na programação do Outubro Rosa, assim como a entidade abraçou o Agosto Lilás (de enfrentamento da violência contra a mulher) e demais campanhas de conscientização do calendário colorido. As coordenadoras apresentaram ainda um Quiz (jogo de perguntas e respostas) a respeito de mitos e verdades sobre o câncer de mama e outros, preparado pela gestora de saúde Allcare.
Depois, as coordenadoras apresentaram a enfermeira do Instituto de Ginecologia Jéssica Fidelis Trindade, que ofereceu uma instrutiva palestra sobre o tema. Jessica esclareceu dúvidas e forneceu instruções importantes sobre a necessidade do autocuidado e da prevenção como elemento crucial para o sucesso no tratamento da enfermidade. Sua explicação foi seguida por depoimentos relevantes e emocionados sobre a importância da diligência, da força e da fé no enfrentamento bem-sucedido da enfermidade.
As coordenadoras Norma, Anaí e Marli, organizadoras do encontro prestigiado por várias companheiras da categoria:
Marlu explicou como acesse o Quiz pelo QR Code
Diagnóstico precoce é importante
Jessica abriu a palestra com uma mensagem lógica e otimista: o câncer tem cura se descoberto de forma precoce.
Mas, é preciso que as mulheres cuidem de si próprias e conheçam seu corpo para detectar – além é claro de manterem em dia o preventivo – qualquer anomalia no seu corpo. Em 2023 foram estimados no Brasil, mais de 73 mil casos novos por ano, em 2021 foram ais de 18 mil mortes. Mas, destacou a enfermeira, a mortalidade é bem reduzida se a descoberta é feita logo o início.
A enfermeira explicou que há fatores que reduzem o risco de câncer, como manter o peso corporal adequado, praticar atividades físicas e evitar bebidas alcóolicas. A amamentação também é fator de proteção.
Fique atenta
Ela apresentou um estudo, o “Documento de Consenso do Câncer de Mama” de 2004, que define, como grupos populacionais com risco muito elevado para o desenvolvimento do câncer de mama:
- Mulheres com história familiar de, pelo menos, um parente de primeiro grau (mãe, irmã ou filha) com diagnóstico de câncer de mama, abaixo dos 50 anos de idade.
- Mulheres com história familiar de pelo menos um parente de primeiro grau (mãe, irmã ou filha) com diagnóstico de câncer de mama bilateral ou câncer de ovário, em qualquer faixa etária.
- Mulheres com história familiar de câncer de mama masculino.
Quais são os sinais e sintomas do câncer de mama?
◦ Caroço (nódulo) endurecido fixo e geralmente indolor. É a principal manifestação da doença, estando presente em mais de 90% dos casos
◦ Alterações no bico do peito (mamilo).
◦ Pequenos nódulos na região embaixo dos braços (axilas) ou no pescoço.
◦ Saida espontânea de líquido de um dos mamilos.
◦ Pele da mama avermelhada retraída ou parecida com casca de laranja
Se liga
– Qualquer caroço na mama em mulheres com mais de 50 anos deve ser investigado!
– Em mulheres mais jovens, qualquer caroço deve ser investigado se persistir por mais de um ciclo menstrual.
(Entre outras recomendações)
.No colo de útero: Fatores de risco
Jessica também deu informações importantes sobre o câncer de colo de útero,
-Infecção por Papilomavírus Vírus Humano (HPV) e o Herpes vírus Tipo Il (HSV)
⁃Fatores sociais (baixa condição socioeconômica)
⁃Falta de higiene íntima
⁃ Uso prolongado de contraceptivos orais
⁃início da atividade sexual precoce
– Múltiplos parceiros sexuais
-Tabagismo, diretamente relacionado com o número de cigarros
Sintomas
Quando inicialmente as células do colo uterino (também conhecido como cérvix) se tornam cancerosas, raramente ocorrem quaisquer sinais de alerta. No entanto, com a progressão e crescimento do tumor, podem ocorrer os seguintes sintomas:
-Corrimento vaginal anormal
⁃ Sangramento vaginal entre os períodos menstruais
⁃ Sangramento vaginal após a menopausa
⁃ Sangramento ou dor durante a relação sexual
Depoimentos emocionantes
Tina, Jéssica e Inês: a qualidade da informação abraçada a experiência de quem superou com força, coragem e fé as etapas do tratamento até a cura da doença. Na foto ao lado, ao centro, Rosemere, ao lado das companheiras de GT, segura os folders distribuídos pela direção do Sintufrj.
Maria Inês Guimarães (técnica em assuntos Educacionais do IESC) descobriu com surpresa o câncer em 2011, porque um exame anterior nada mostrara. Rapidamente procurou um mastologista e seguiu com presteza todas as instruções e fez os procedimentos necessários. Em pouco tempo fez a cirurgia, retirando apenas um quadrante da mama e linfonodos. Depois fez sessões de quimio e radioterapia e está curada, alertando as companheiras que façam a mamografia e, se descobrirem algo, não fiquem apavoradas, ajam rápido porque, assim como no seu caso, a maioria dos caoses já tem tratamento.
Tina Guimarães (aposentada, técnica em assuntos educacionais do Polo de Macaé) faz todos os anos os exames preventivos e não tinha caso de câncer na família até então. Da mesma forma que a colega, descobriu cedo, agiu rápido e fez a mastectomia radical na mama esquerda e também o esvaziamento dos linfonodos. Também da mesma forma, teve sucesso no tratamento. Mas ressalta que, quando recebeu a notícia, manteve-se calma e acalmou sua família. Assim como durante todo o tratamento. Amparada em sua fé (cristã, ela segue a doutrina espírita e utilizou seus recursos, como a prece e a água fluidificada), seguindo rigidamente as orientações do médico, ficou tranquila até mesmo durante a cirurgia. Tempos depois, ela conta, foi sua mãe que, aos 82 anos, também foi acometida de câncer de mama e, da mesma forma, hoje está curada.
Rosemere Roza, auxiliar administrativa da Faculdade de Odontologia, também deu importantes exemplos de como três amigas suas enfrentaram a enfermidade. No caso de uma delas, embora um exame tenha indicado algo, o primeiro médico a que recorreu disse que não era nada. Ela recorreu a uma segunda opinião. À ressonância, seguiu-se a cirurgia e hoje está bem. Outra, também foi diligente assim que descobriu e fez logo a cirurgia, com sucesso. E uma terceira amiga foi exemplo da necessidade de se procurar, quando necessário, de apoio. “Com o apoio psicológico, hoje ela está aqui com a gente”, comemora a servidora.
Pequeno trecho em vídeo da apresentação
Veja aqui a íntegra da apresentação de Jéssica