“Na verdade, quem corta a luz da universidade é o governo federal, não é a concessionária de energia. Ela forneceu o serviço, quem não pagou a conta foi o governo”, declarou o professor do Instituto de Economia da UFRJ, João Sicsú.
Sicsú, que foi diretor de Políticas e Estudos Macroeconômicos do IPEA entre 2007 e 2011, afirma que o governo deveria reunir mais recursos para a universidade e não reduzir os recursos da educação e saúde as custas de uma política voltada para os interesses econômico-financeiros.
“O governo tem que rever as prioridades, ter um orçamento que atenda o interesse de desenvolvimento do país, principalmente educação e saúde, mas caminha ao contrário. O governo tem que reunir mais recursos para a universidade, mas faz o movimento contrário que é o de reduzir os recursos para cumprir uma meta de déficit público zero”.
Segundo Sicsú, essa meta de déficit público zero é uma “invenção brasileira” que não existe em nenhum país. “Nem nos EUA. Nem na União Europeia. É uma invenção feita pelo mercado financeiro, pelos Ministérios da Fazenda e Planejamento”, desferiu o professor que é autor do livro “Dez anos que abalaram o Brasil. E o futuro?: Os resultados, as dificuldades e os desafios dos governos de Lula e Dilma.