Encerrada a greve dos trabalhadores em educação das instituições federais de ensino de 2024, logo depois da assinatura do termo do acordo com o governo, em junho, iniciou-se um trabalho intenso e meticuloso de um grupo obstinado de coordenadores e colaboradores do Sintufrj para construção de propostas para a concretização dos direitos acordados que subsidiassem os representantes da Fasubra na Comissão Nacional de Supervisão de Carreira (CNSC, no MEC) e, mais tarde no Grupo de Trabalho do Termo de Acordo, no Ministério da Gestão e Inovação.
Agora, na reta final do prazo de 180 dias a contar da assinatura do acordo para a finalização de projetos e diretrizes que consolidariam as conquistas, um breve balanço revela que o trabalho elevou ainda mais a estatura do Sintufrj, com impacto nacional. Veja porque.
O conceito de GT foi atualizado
A greve foi considerada vitoriosa em muitos sentidos (como na reestruturação da carreira, novos percentuais, reajustes de salário, step, benefícios e incentivos, novo Reconhecimento de Saberes e Competências, entre outros).
Mas mas um deles, subjacente aos direitos conquistados mas não menos importante, foi a consolidação deste Grupo, que se reuniu durante meses, sustentando com dedicação, empenho e seriedade o trabalho, elaborou propostas relevantes. A ponto de ver seus resultados mencionados com destaque nos fóruns nacionais e o trabalho servir de base para a CNSC. Uma equipe que atualizou o conceito de GT.
Um roteiro de sucesso
Nem bem o acordo foi assinado, o Sintufrj organizou uma série de iniciativas, como lives e reuniões para do GT, para debater os termos do acordo e planejar as demandas a seguir.
O grupo, coordenado por Francisco de Assis, coordenador de Comunicação da Fasubra, com o comprometimento ímpar de algumas dezenas de companheiros, se dividiu em subcomissões (Reconhecimento de Saberes e Competências, Reclassificação de Cargos, Desenvolvimento e Reenquadramento de Aposentados) e a partir daí, o trabalho foi constante, com reuniões todas as segundas-feiras, na sede da entidade.
Um seminário em outubro, apresentou as propostas formuladas à categoria. Em seguida, foram levadas à plenária nacional da Fasubra, com menção à qualidade e meticulosidade do trabalho (por exemplo, com o grau de detalhamento de diretrizes, atividades e pontuação do RCS) e divulgação das propostas entre as entidades coirmãs.
O trabalho seguiu, com mais reuniões para finalização das propostas (as mesmas que constam no Banco de Dados do GT Carreira, disponível no site da entidade, mas aprimoradas apenas nos tópicos RSC e Reclassificação de Cargos, cuja atualização será tabulada em breve).
Além disso, vários de seus integrantes realizaram reuniões em unidades para explicar a aplicação de direitos como o RSC
O trabalho chegou ao fim?
Não. Essa semana, os delegados do Sintufrj participam da plenária da Fasubra (dias 4, 5 e 6), apresentando o trabalho para finalização das propostas em nível nacional, depois há mais uma reunião para avaliação dos resultados e nem mesmo assim, se encerram as atividades, porque muitos consideram que haverá necessidade de novas etapas para aprimoramento do acordo que tem etapas até 2026.
Em números
- Foram cerca de 14 reuniões dos quatro subgrupos (RSC, Racionalização, Desenvolvimento e Reposicionamento de Aposentados)
- Mais de 30 pessoas participaram dos grupos e dezenas dos fóruns presenciais e virtuais, como o seminário dia 23 de setembro), lives e reuniões.
- No dia 14 de novembro, o GT realizou reunião on line com chefes de RH para orientar a implantação do RSC e tirar dúvidas; além desta, houve várias reuniões nas unidades (como no NCE e no Instituto de Biologia) em que coordenadores e integrantes do GT explicaram detalhes das conquistas.
Uma experiência inovadora
Veja a avaliação de colaboradores e representantes das subcomissões que levaram a cabo o destacado trabalho.
Helena Vicente Alves, coordenadora de Educação e Cultura do Sintufrj: “Nós, da UFRJ, aguardamos a resposta final no dia 10 de dezembro dos 103 dias de greve pela reestruturação da carreira. Estudamos e analisamos e respondemos com afinco. Revemos, reavaliamos e esperamos o ponto final nestas propostas, demandas de 20 anos sem avanço. Aguardamos resposta, aguardamos o final. O GT Carrera do Sintufrj e dedicou com bastante afinco a esta reestruturação da carreira. Esperamos que, ao fim de dezembro, tenhamos uma resposta positiva. Que esses 103 dias de greve não tenham sido em vão”.
Ana Celia da Silva, coordenadora de Aposentados e Pensionistas do Sintufrj: “Eu achei de uma importância! Porque as pessoas tiveram comprometimento de estar aqui. E confiaram no trabalho, confiaram na Fasubra. E eu me senti muito à vontade, porque eu fui da comissão que implantou o PCCTAE. Então, para mim, foi muito importante. Pena que eu não pude participar das outras comissões, porque a gente ficou focada no Reposicionamento de Aposentados. E o grupo contou também com integrantes comprometidos com o trabalho, que acreditaram, confiaram, foram para Brasília para que eles participassem (do ato) no MGI, da chamada da Fasubra para o encontro (de Aposentados), onde a gente também discutiu a carreira. E este é um resultado da greve, que não vai ficar no esquecimento. As pessoas continuam trabalhando. A gente continua acompanhando a implantação do nosso reposicionamento. Então, valeu!”
Maria Lenilva da Cruz M. Costa: “Para mim foi super enriquecedor, aprendi muito nas reuniões. Participei de todas as reuniões do RSC e Desenvolvimento, mas também da racionalização de cargos e contribui com a subcomissão de aposentados no contato com aposentados que poderiam ser beneficiados no reposicionamento. Foi muito gratificante quando chegamos no encontro dos aposentados e todo mundo quis saber do nosso trabalho (divulgamos no grupo dos aposentados da Fasubra para que eles tivessem conhecimento) e ficamos sabendo que realmente o nosso trabalho serviu também de orientação para a equipe do RSC lá de Brasília. Foi enriquecedor para todo mundo que participou. E gostaria de enaltecer o papel do Chiquinho, porque sem ele nada disso teria acontecido. Porque ele que nos motivou, em todos os momentos estava lá, convocando todo mundo”.
Selene de Sousa Vaz: “Trabalhei no grupo de RSC e Racionalização de Cargos e a experiência foi muito boa porque eu pude aprender bastante. Pude também colaborar com o conhecimento adquirido no tempo em que estive em atividade na universidade. Hoje eu sou aposentada, mas o trabalho foi bastante produtivo, foi realmente exaustivo. Nós fizemos várias reuniões on-line, no fim de semana, durante a semana, até à noite para poder fechar a proposta. Acredito que fizemos um excelente trabalho (que, apresentado no seminário nacional, serve de orientação para outras universidades). Então acredito que a nossa contribuição foi bastante relevante”.
Marisa Araujo: “Participar do GT Carreira foi um verdadeiro aprendizado. Desde o ano passado que eu estou no GT. Li muito, assisti lives e pesquisei muito sobre a nossa Carteira. Esse conhecimento auxiliou muito para pensar e propor critérios para o RSC, por ser uma novidade para nós. Sempre atuei no movimento sindical, antes sozinha e depois em um coletivo. E o que aprendi me deu mais subsídios para lutar por uma carreira digna e um salário decente. Posso dizer que foi uma experiência muito enriquecedora e não me arrependo de ter participado”.
Izabel Cristina Dias de Souza: “A minha experiência com esse trabalho foi muito positiva, foi bacana conhecer pessoas interessadas em movimentar nessa universidade. Enfim, eu só tenho que agradecer. Muito obrigada por poder participar, por poder estar com o pessoal no sindicato. Foi muito bacana”.
Ari Antônio Muniz: “O que observei, aprendi e absorvi, foi o resultado de uma experiência positiva, espelhado em espírito de cooperação, inclusão de ideias, troca de informações entre todos os participantes do grupo que se mostrou heterogêneo, que contribuiu na diversidade de opiniões com o objetivo de alcançar o melhor para todas as categorias de trabalhadores da UFRJ”.
Vania Guedes: “Trabalhar com o GT de Carreira foi muito enriquecedor. Nós tivemos a oportunidade de discutir bastante e dar o pontapé inicial para o nosso trabalho de RSC, que ficou muito rico em contribuições das companheiras e dos companheiros que estiveram conosco. É um trabalho que a gente fez de ponta a ponta, inclusive com pontuação já para as diversas atividades. Então, eu considero que foi algo muito, muito importante e é o que está nos balizando. Nós já vimos discutindo isso há algum tempo. Mas nos fez conhecer um pouco mais das atividades que os TAE desenvolvem dentro da universidade”.
Flávia P. Vieira: “Primeiramente, quero parabenizar a direção do Sintufrj por viabilizar o trabalho do GT carreira e ao Chiquinho pela condução dos trabalhos. Foi um período de muito aprendizado, produtivo para mim. Além de participar do GT, participei como delegada de duas plenárias nacionais da Fasubra (uma presencial e outra online), uma experiência enriquecedora e inédita para mim. A minha participação no GT contribuiu fortemente para me permitir conhecer mais sobre a nossa carreira, as mudanças que que estão por vir e os desdobramentos futuros, além de me aproximar do sindicato. Acredito que iniciativas como estas devam ser sempre priorizadas e amplamente divulgadas para que mais colegas queiram participar”.
Juscelino R. De Souza: “Os trabalhos foram divididos em subgrupos, abertos a quem quisesse participar. E me prontifiquei a fazer parte RSC e Reclassificação dos Cargos. Foi uma experiencia muito produtiva. Na minha avaliação a gente conseguiu sair do “zero” e fomos aprendemos até por conta das colaborações da Fasubra e da CNSC, fomos elucidando dúvidas e aprimorando o trabalho. E, com estas contribuições, construir uma espinha dorsal do que pretendíamos fazer em relação a carreira. E chegamos a um trabalho específico e plural. Vai subir para a plenária nosso relatório final e a nossa contribuição vai estar à disposição da Fasubra e da CNSC para o que for necessário”.
Além destes, representantes das subcomissões listam ainda, entre os participantes do GT, nomes como Alzira das N. M. da Trindade, Edmilson Pereira, Nivaldo H. de A. Filho, Norma Santiago, Maria Soares da Silva, José Neto de Oliveira, Anderson do E. S. da Silva, Antônia Karina M. Lima, Maria José da S. Filha, José Carlos X. de Oliveira, Thiago de Sá Bacelar, Gilvan J. Silva, Igor de O. Dantas, Yvone G. do Rosário, Belizária F. da Silva, Débora F. Henriques, Edson V. da Silva, Rita de C. S. dos Anjos, Almiro C. dos Santos, Rosemere Roza, Fátima R. de O. da Rocha, Fernando G. Pimentel.
Colaborou: Lenilva da Cruz
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Fotos: Elisângela Leite e Renan Silva