“O CAp também é UFRJ”

Compartilhar:

Situação precária de funcionamento do Colégio de Aplicação, que inclui a Educação Infantil, foi exposto no Consuni. Servidores e estudantes estão cansados de promessas

A comunidade do Colégio de Aplicação da UFRJ (CAp) suspendeu suas atividades na quinta-feira, 27, e professores, estudantes e técnicos-administrativos ocuparam o auditório da Escola de Química, onde foi realizada a sessão do Conselho Universitário (Consuni), para cobrar da Reitoria providências e as aulas prossigam, para os problemas de infraestrutura que se acumulam no prédio cedido pela Prefeitura do Rio, na Lagoa, e  vários outros que impossibilitam aos profissionais realizarem com qualidade e segurança o seu trabalho.

Além da comunidade do CAp, alunos de graduação de vários  cursos na direção do DCE Mário Prata, Centros Acadêmicos e  Grêmios também se manifestaram no colegiado superior expondo as dificuldades que enfrentam diariamente na UFRJ para estudarem. Mas a principal revolta dos estudantes era em relação a ameaça de aumento do preço da refeição nos bandejões, que atualmente custa R2,00. Eles denunciaram que a Reitoria pretende fazer uma redefinição da renda dos discentes e cada um pagaria um preço.

 

“Chega de Promessas”

“Não somos a única unidade acadêmica da UFRJ em situação precária. Questões antigas se agudizam com o crescente enforcamento orçamentário da universidade e são muito poucas as unidades que têm boa estrutura física, embora o relatório técnico da universidade informe o contrário”, citou a professora Renata Flores, das séries iniciais do CAp (1º ao 5º ano), na sua explanação no Consuni.

Documento entregue pelo coletivo de professores aos conselheiros e à mesa, detalhava os  problemas do CAp: falta deespaço para as turmas da Educação Infantil, que há dois anos foram transferidas do Fundão (porque as instalações estavam condenadas) para o prédio na Lagoa –“As crianças ficam espremidas em duas salas e por falta de infraestrutura, estamos atendendo a partir de quatro anos, quando deveria ser de dois anos” — acrescentou Renata Flores.

“Chega de Promessas”, ilustrava um cartaz cobrando da Reitoria a sede própria para a Educação Infantil prometida. Segundo a comunidade do CAp, o reitor se comprometeu com duas datas, a última foi fevereiro deste ano, e o local para onde iria a escola seria as antigas instalações da Bio Rio, no Fundão.

 

Problemas só aumentam

Parte do muro sob ameaça de desabamento foi interditada e, por conta disso, não é possível o uso da quadra de esportes. As aulas de Educação Física são ministradas em salas improvisadas e no   espaço de convívio coletivo. Os professores não contam com material didático: “Um recurso essencial para as atividades de pesquisa e inovações na Educação Básica e nas Licenciaturas. Estamos sem toner e sem contrato de maquinário para impressão”, detalha o texto.

As salas de aulas, inclusive as ocupadas pela Educação Infantil,estão com os pisos e paredes rachados, vidros e janelas quebrados, sem ventilação (porque a rede elétrica não tem capacidade para suportar aparelhos de ar-condicionado ou ventiladores). A construção de uma cozinha industrial possibilitaria a oferta de alimentação adequada e de qualidade aos alunos, o que hoje não ocorre.

Falta espaço para realização de reuniões de setor, salas para atendimento de grupos de licenciados. O documento cita também as mobilizações da comunidade do CAp “contra a precária situação da terceirização na universidade, que frequentemente compromete a limpeza da unidade”, como o atraso no pagamento dos salários dos trabalhadores terceirizados pelas empresas contratadas pela UFRJ.

 

COMENTÁRIOS