Na abertura da sessão do Conselho Universitário desta quinta-feira, dia 10, o coordenador geral do Sintufrj Esteban Crescente saudou o esforço dos trabalhadores da PR4, frente a tantos empecilhos de funcionamento do sistema e os atrasos impostos pela morosidade do governo, para proceder a implantação do reajuste nos salários e os valores retroativos a janeiro. No entanto, ele cobrou da Reitoria a formação de uma força tarefa que não deixe de fora do reajuste previsto para abril (a ser pago no início de maio) alguns segmentos da categoria.
Em nota na tarde de ontem, a PR-4 informou que todas as categorias receberão seus vencimentos reajustados, com os valores retroativos incluídos, no próximo pagamento, previsto para a primeira semana de maio – à exceção de algumas (professores substitutos, NES, abonos de permanência, lançamento de aposentadoria e pensão, licenças e afastamentos), que, segundo o informe, terão seus vencimentos pagos ainda sem o reajuste. Apenas para esses casos, o reajuste será implantado no pagamento de junho, com efeito retroativo a janeiro.
O coordenador cobrou também as dificuldades que vêm enfrentando as unidades hospitalares, por falta de recursos, inclusive com a paralisação de cirurgias por falta de insumos, como o Instituto de Ginecologia. Explicou ainda que mesmo as que aderiram a Ebserh sofrem com carências.
Veja a seguir a manifestação do dirigente
O coordenador geral reconheceu o “heroísmo” dos servidores da Pró-Reitoria de Pessoal que superam dificuldades para cumprir tarefas, mas propôs que uma solução seja encontrada para que não se consuma a injustiça de deixar trabalhadores de fora do reajuste em maio. O superintendente da PR-4, Rafael Pereira, se manifestou e uma reunião para tratar do assunto acontece esta tarde, às 16h, com a presença do Sintufrj, para tratar do assunto.
Leia a íntegra da fala do coordenador geral
“Estamos na expectativa pela assinatura pela Presidência da República, da Lei Orçamentária, que tem efeitos no nossos contra-cheques de abril, sentidos já em maio. Tomamos conhecimento ontem da nota da Pró-Reitoria de Pessoal sobre a questão do reajuste e do retroativo nas folhas de pagamentos. Em primeiro lugar, queremos ressaltar o trabalho heroico e dedicado dos companheiros e companheiras da PR4 no último período. Com dificuldades enormes no sistema. Houve alterações no módulo do SouGov, que implicaram em dificuldades até de recebimento de auxílio transporte por parte dos trabalhadores. Esses trabalhadores estão se dedicando muito para isso. Mas a gente não pode deixar de questionar a posição política apresentada ontem (na nota) de que, por parte da gestão da PR4, nós teremos dificuldades de implementar para maio o reajuste dos companheiros NES (de natureza especial), dos companheiros que estão em abono e de outros tantos benefícios que dependem de alteração manual. Qual a nossa sugestão? Achamos que é preciso abrir o diálogo aqui e nas próximas horas, como já houve várias iniciativas de mutirão de trabalho da PR4. Agora, é necessário que haja contrapartida para esses trabalhadores que estão nessa condição dos mutirões de trabalho. Quais são as possibilidades, os mecanismos para que esses trabalhadores possam se dedicar a tarefa? Tão importante que é não deixar para trás ou esperando mais tempo gente que está aguardando há muito tempo por esse reajuste, que está endividado, precisando desse recurso para poder se manter nos próximos meses. Trabalhadores que já têm sofrido com dificuldades na universidade. Então a gente não pode deixar uma injustiça acontecer.
Por fim, também dirigido à Reitoria, nos últimos dias temos visto uma série de dificuldades nas unidades hospitalares que não estão no contrato de adesão à Ebserh. O Instituto de Neurologia, IPUB e Instituto de Ginecologia parou as cirurgias dentro por falta de insumos, de contratualizações. Nós precisamos de uma resposta da Reitoria sobre o encaminhamento para a solução desse problema, porque parece que há uma política de estrangulamento, porque os recursos não estão chegando, e mesmo os recursos que estão no HU, no IPPMG, e na Maternidade Escola (que aderiram à Ebserh) não parecem estar resolvendo problemas candentes e estruturais que permanecem, e têm dificultado a vida e o trabalho das pessoas e de quem está sendo atendido no hospital.
Então queríamos essa resposta (por parte da Reitoria) aqui. Obrigado”.
Respostas da Reitoria
O superintendente da PR-4 Rafael Pereira detalhou o trabalho da equipe dedicada à tarefa de encaminhar as mudanças com as novas determinações do Ministério do Planejamento, explicando porque determinados segmentos terão o reajuste no mês posterior. O reitor Roberto Medronho também informou medidas quanto à situação dos hospitais mas, em resposta às questões levantadas por Esteban, a reitoria marcou uma reunião com o Sintufrj e a Adufrj, hoje, às 16h.
PR-4 está trabalhando no limite de sua capacidade operacional
Trechos da fala do superintendente da PR-4
“Da forma como as coisas são colocadas, parece que a gente não está querendo fazer ou que a gente tomou uma decisão ruim e que poderia tomar outra. A decisão que foi tomada foi a única possível do ponto de vista operacional. (…) O que aconteceu? O MGI só começou a falar sobre isso, e o que iriam fazer, depois que a LOA foi aprovada. Eles fecharam a folha (para qualquer alteração) dia 27. Significa que a gente não conseguiu fazer nenhuma atualização. Porque o MGI estava automatizando tudo (os pagamentos de retroativos, atualizações que envolviam reposicionamento de tabelas de servidores e pagamento de retroativos). Desde que o MGI fechou (a folha), ele tem lançado vários comunicas (documento com procedimentos, códigos, etc)., às vezes um alterando o outro e mudando a forma de fazer. Então a vida operacional da Folha de Pagamento, do setor de pessoal da PR4, aliás, todos os órgãos (…), está todo mundo vivendo um dia de cada vez e atuando no escuro. Então, no dia 8, (o MGI) fez uma live, (e informou) que previsão de abertura da folha na sexta-feira, dia 11. Quando a Folha fecha, todo mundo vê a prévia e tem um período de homologação, para atualizar, corrigir coisas que já foram lançadas. Depois, só abre no outro mês. Dia 11 (de abril) é sexta-feira. E eles disseram que vão fechar na segunda (dia 14). Então, na prática, a gente vai ter um final de semana, com a folha aberta, que é o período de atualização e inclusões, de tudo que é novo. E na UFRJ, tudo é muito grande. São (algumas centenas de), processos de progressão docente. Incentivo à qualificação de técnico. Tudo está sendo feito no limite da possibilidade operacional. Não tem problema de planejamento. Eu refuto essa tese porque a gente planeja previamente. Avisamos antes, justamente porque a gente tem esse planejamento. A PR4 está trabalhando no limite da sua capacidade operacional. Nós vamos trabalhar no final de semana. Não dá para fazer mutirão, porque não dá para ensinar (no prazo exíguo) operações complexas e que, muitas delas, precisam de token (senha) e somente os servidores que já fazem esse trabalho, são capazes de realizar. São oito no pagamento e sete no cadastro. Eles vão trabalhar final de semana e de madrugada. Então a gente já está no limite máximo da nossa capacidade operacional. Nós já estamos fazendo todo o possível para garantir os direitos dos servidores e a gente fez uma escala de prioridade que é o servidor que está fora da folha, que não tem salário, servidor novo que entrou em março. Mas a gente tomou a decisão e é uma decisão de garantir que quem não tem salário hoje possa ter salário no mês que vem. (…)”.
Sobre hospitais
O reitor informou que está, com o diretor do Complexo Hospitalar da Saúde, Leoncio Feitosa, fazendo o levantamento de todas as necessidades das unidades hospitalares para agendar uma reunião com o Ministério da Educação e com o Ministério da Saúde. “Nós estamos absolutamente atentos, essa situação não pode, não é possível que o governo não repasse o orçamento adequado para essas seis unidades que não aderiram à Ebserh e iremos ao MEC e ao Ministério da Saúde para resolver essa situação”, garantiu Medronho.