Vai pra Cuba!
Quem não lembra o bordão preferido dos apoiadores do governo Bolsonaro, contra a mais simples manifestação de apoio a avanços civilizatórios ou políticas públicas de proteção da população? Pois bem. Um jornal da imprensa brasileira perguntou o que os cubanos achavam da expressão: eles estranham o sentido negativo (muito embora a população viva um momento crítico do ponto de vista da economia), e dizem: “Sim, venham!”, argumentando que a ilha é tranquila e segura, com bonitos lugares históricos, como o centro de Havana, com a Praça da Revolução e o Capitólio, o Passeo del Prado (um calçadão em meio ao centro histórico) e El Malecon (famosa avenida à beira-mar), a Plaza Vieja, a Catedral e a casa de José Marti (mártir da independência).
Guia orienta: Vai pra cuba!
“Cuba é sem dúvida, um país que cativa os corações, adornado por paisagens que parecem saídas de sonhos e habitados por um povo que cultiva um profundo orgulho de sua rica história. A notável segurança que permeia suas ruas permite que você perambule pelos seus cantos a qualquer hora. É uma nação que exala singularidade, com um modo de vida e funcionamento que enfrentam obstáculos singulares, mas que paradoxalmente geraram uma população notavelmente engenhosa e resiliente”, diz o prefácio de uma publicação com o curioso nome “Vai pra cuba”.
É um guia, escrito por Edvanderson Ramalho dos Santos, professor de Geografia do Instituto Federal Catarinense, Campus Araquari (ele integrou a gestão “Vozes em Luta”, de 2017 a 2019, do Sinasefe-Litoral. Mestre e Doutorando em Educação pela Universidade Estadual de Ponta Grossa.
“Uma das concepções que Cuba carregou por muito tempo era a de ser um destino excessivamente caro e distante para os brasileiros. No entanto, se revela como um dos lugares mais econômicos e acessíveis na América do Sul”, diz ele explicando que o guia que tem justamente o intuito de auxiliar nessa missão. “Resolvi assim publicar um livro para alcançar mais pessoas e promover o turismo em Cuba”, comentou.
O que deu origem ao livro foi um relato que publicou no Blog mochileiros.com Cuba. O link é
Ele lembra que, fora as agências, tem a iniciativa da Brigada Internacional de Trabalho Voluntário e Solidariedade com Cuba 1º de Maio. Organizada pelo Instituto Cubano de Amizade com os Povos – ICAP, e por sua agência de viagens (Amistur Cuba S.A), a iniciativa permite que pessoas vão a Cuba com objetivo de conhecer a realidade do povo cubano. A XVII Brigada, de 2024, está com inscrições abertas até 31 de março (Informações na Associação Cultural Jose Martí acjosemartirj@gmail.com).
Viralizou
Mas a proposta do guia, é a de um turismo autônomo, para casais ou amigos. Nas redes sociais, o guia, publicado em setembro de 2023, acabou viralizando com mais de 16 mil visualizações e dois mil downloads.
“A ideia é que as pessoas vão para Cuba ver a realidade do país e se apaixonem”, diz, comentando que o bloqueio estadunidense estrangulou a economia, levando a uma situação difícil, agravada pelas medidas ainda mais restritivas de Trump (ele proibiu que cruzeiros aportassem em Cuba, ou são impedidos de irem para os EUA por um ano, afetando o preço das mercadorias.
“Mas Cuba resiste mesmo num contexto de dificuldade. E mesmo na pobreza há segurança extrema (ele conta que se pode andar tranquilamente pelas ruas na madrugada). É bonito de ver como uma sociedade por viver com mais harmonia”, admira-se.
Por outro lado, ele lembra que muitos jovens têm redes sociais, e acabam se iludindo m a vida que a internet projeta, alvos do discurso liberal. “É uma guerra econômica. Uma ilha pequena que pagou um preço caro para enfrentar o grande império e você percebe o quanto esta resiliência é bonita”.
Ele conta que a pandemia do Covid-19 foi um duro golpe ao país que depende do turismo como principal fonte econômica. Afetou a vida social e econômica da população. Mas, enfrentando desafios o povo cubano permanece resiliente, demonstrando alegria, simpatia e gentileza em cada praça e rua
No Instagram (https://www.instagram.com/eddiesantos1912/), com o nome eddiesantos1912, ele apresenta destaques da viagem e o interesse em ajudar a incentivar o turismo à ilha na forma do guia. O ebook em PDF pode ser baixado gratuitamente na internet no link https://drive.google.com/file/d/1RgdbFL2NdT3xFPzAWwecjxil61p90Ofd/view (ele pede apenas uma contribuição para ajudar nos custos da edição, pelo Clube dos autores).
Dá dicas preciosas de estadia, alimentação, transporte, pontos turísticos e mais sobre a Ilha cheia de belezas naturais. Mas também sobre aplicativos úteis e essenciais, que facilitam a vida do viajante em Cuba, como de hospedagem (que pode ser feita em casas de família), de taxi, câmbio e conexão com a internet, por exemplo. “A opção mais econômica e autêntica em Cuba é ficar hospedado em casas de famílias, que você pode encontrar por meio da plataforma Airbnb”, ensina.
Para um passeio charmoso pela cidade, o “autoclássico”, como é chamado, pode sair pela metade do preço porque negociar é o essencial! E brasileiros têm a simpatia local.
Habana Vieja ou centro de Habana
Depois de um Tradicional desayuno (café da manhã), um passeio a pé (com um guia, que apresenta curiosidades sobre as ruas e construções emblemáticas).
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Praça da Catedral, Praça das Armas Praça de São Francisco de Asís, Praça Velha.
No percurso pelas ruas de Habana Vieja, o turista pode conhecer um pouco do cotidiano e das dificuldades econômicas enfrentadas pelos cubanos, e os desafios do bloqueio econômico e as consequências do isolamento causado pela pandemia.
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La Bodeguita
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Fique atento para evitar armadilhas turísticas, onde os preços podem ser mais altos. Como o próprio Bodeguita del Médio (um dos bares mais famosos do mundo e o Floridita. “Vai lá, tirar uma foto, vê movimento e vai beber mais barato em outros locais”, indica o autor.
Almoço em um dos restaurantes privados ou nos paladares, pequenos restaurantes familiares, onde se pode saborear pratos promocionais a um preço acessível. Em alguns, uma verdadeira experiência gastronômica em um ambiente elegante.
Na Calle Obispo, uma rua movimentada, cheia de pequeno comércio de artesanato, lembranças e trabalhos de artistas de rua.
Passeo del Prado – avenida ajardinada, uma das mais emblemáticas de Havana, que liga o centro a El Malecon, mais um lugar de passeio na orla.
Capitólio, hoje Academia de Ciências, um dos marcos ais significativos da cidade, abriga tesouros artísticos e históricos
Hotel Nacional, joia histórica durante a era da Máfia em Cuba. Hoje é administrado pelo governo com uma bela vista para o Malecon.
A emblemática Plaza de la Revolución, com suas imponentes fachadas dos ministérios cubanos adornadas com os rostos de Che Guevara e Camilo Cienfuegos. O local é um símbolo do movimento revolucionário cubano e irá encantá-lo com sua energia única. A Torre José Martí fica ao lado, um impressionante memorial dedicado ao herói da independência cubana e inspirador das ideias nacionalistas de Fidel Castro. A torre oferece vistas panorâmicas espetaculares da cidade.
Viñales é uma pequena cidade rural famosa por usas plantações de tabaco, região reconhecida mundialmente pela excelência de seus charutos. A melhor experiência é comprar charutos direto dos produtores. É o produto mais icônico e exportado da ilha, famosos por sua qualidade. Os campesinos cultivam de forma tradicional, seguindo técnicas ancestrais. Uma oportunidade única de conhecer mais sobre o processo de produção e a cultura do tabaco em Cuba. Viñales tem também rica herança ambiental e cultural, seja explorando a pré-história retratada em rochas ou navegando por rios subterrâneos em cavernas na região, como a Cueva del Indio.
Na margem leste da baía de Havana o viajante visitará o Cristo de Habana e terá uma vista panorâmica espetacular da capital cubana. Ao lado do Cristo está a “La Cabaña”, onde Che Guevara viveu em Havana enquanto foi ministro das indústrias de Cuba.
Na Fortaleza de San Carlos de La Cabaña, além do lindo pôr do sol e vista de Havana do outro lado da Bahia, pode-se aguardar a cerimônia do Cañonazo (que se inicia às 20h, mas o tiro de canhão é às 21h). Uma reconstituição (inclusive com trajes típicos) dos antigos disparos que avisavam o fechamento da Baía de Havana até o dia seguinte, às 5h, quando outro tiro era disparado anunciando a reabertura do acesso.