Jornada de trabalho no centro do debate
Discussão envolve turno contínuo com jornada de 30 horas e maior autonomia dos servidores
A reorganização da jornada de trabalho em turnos contínuos de 30 horas é tema que ingressou no cotidiano das expectativas dos técnicos-administrativos da UFRJ.
Trabalhadores de várias unidades têm solicitado a presença da Comissão Central, constituída para esclarecer dúvidas e tratar do assunto com as comissões locais.
Mas o ritmo da Pró-Reitoria de Pessoal não tem acompanhado a inquietação dos trabalhadores. Infelizmente, a PR-4 ainda não conseguiu instalar a Comissão reestruturada.
A manifestação da PR-4 é importante. Algumas unidades estão enfrentando a resistência de diretores para a realização das reuniões sobre o assunto. Há, ainda, insegurança de trabalhadores devido à falta de informação.
Ressalte-se que a resistência de certos chefes deve-se ao fato de perceberem que a reestruturação das relações de trabalho vai dar autonomia aos técnicos-administrativos. Temem o fim da subalternidade.
Entre em contato com a Comissão Central para solicitar reuniões e esclarecer dúvidas: trabalhoejornada@pr4.ufrj.br
O que o Sintufrj defende
O entendimento do Sintufrj sobre essa questão essencial para o nosso dia a dia é que a produção da universidade não pode ser aferida por meio de ponto eletrônico.
As características do nosso fazer são complexas demais e não podem ser engessadas (ou compreendidas) por mecanismo tão burocrático.
Quando o TCU indaga os docentes sobre a forma como organizam o seu trabalho, a resposta é que eles planejam o seu trabalho a cada semestre.
O que propomos é que os técnicos-administrativos da UFRJ recebam o mesmo tratamento que os docentes.
Insistimos: trabalhamos com critérios de aferição de frequência de acordo com o planejamento.
O caminho é que os trabalhadores de cada unidade se organizem para distribuir o trabalho e assegurar o funcionamento de forma ininterrupta – fazendo 30 horas semanais. Sem redução de salários.
Os trabalhadores devem montar o seu organograma e suas planilhas de funcionamento em turnos contínuos que possibilitem as 30 horas de jornada.
Afirmamos que a institucionalização da jornada de trabalho em turnos contínuos, sem redução de salário, é bandeira do Sintufrj.
É fundamental um pronunciamento oficial da Reitoria garantindo que não haverá perdas de salários e de direitos. Esse é um compromisso firmado entre o vice-reitor Carlos Frederico Leão Rocha com o
Sintufrj.
Estamos tratando, aqui, de propostas que vão alterar, de forma substantiva, as relações de trabalho. Uma resposta histórica para a organização do trabalho.
Não é hora para bravatas
1 – O trabalho do técnico-administrativo é complexo. Não é tarefa de linha de montagem. Mas a luta contra o ponto eletrônico precisa se dar de forma nacional e coordenada, e não individualizada, sob pena de acontecer a mesma derrota que ocorreu na UFF.
2 – Não é hora de bravata. O que nós propomos é a reestruturação do nosso trabalho em jornadas contínuas de 30 horas. Esta é a melhor forma de enfrentarmos a ideia do ponto eletrônico.
3 – O controle da nossa frequência deve se submeter ao planejamento do nosso trabalho, como ocorre com os docentes.
4 – O governo ataca os servidores. E nós precisamos nos preparar e nos antecipar aos ataques.
5 – Esta reorganização vai resultar numa apropriação do nosso fazer com o controle de todas as etapas de nossas tarefas. Teremos mais poder sobre o nosso trabalho.
6 – Com a implantação da reestruturação da jornada de trabalho com turno contínuo vai aumentar a produtividade e reduzir as situações que levem ao assédio moral.
Boatos, ah, os boatos
Os corredores não são boas fontes de informação. A informação segundo a qual o ponto eletrônico seria implantado em outubro não procede.
O compromisso do vice-reitor Carlos Frederico Rocha é de que se respeite um processo de discussão da reorganização do trabalho nas unidades que será finalizado em março.