Cinco anos depois da entrega do relatório final da Comissão Nacional da Verdade (CNV), cresceu no Brasil o autoritarismo, e as ameaças de retorno à época mais obscura da nossa história, a ditadura militar, passaram a ser constantes pelo atual governo federal.
E foi nesta conjuntura tão adversa para os brasileiros que na sexta-feira, 13, a Comissão da Memória e Verdade da UFRJ e o Fórum de Ciência e Cultura (FCC) promoveram o debate: “A CNV cinco anos depois: Memórias e verdades em tempos de negacionismo e autoritarismo”, no auditório Pedro Calmon, no Instituto de Economia, no campus da Praia Vermelha.
A atividade foi aberta pela ex-coordenadora da CNV Rosa Cardoso, seguida do debate “Como enfrentar o negacionismo?”. Entre os debatedores estavam os professores Alessandra Carvalho (Colégio de Aplicação da UFRJ), Alejandra Estevez (UFF/Volta Redonda), Paulo César Gomes (UFF) e Nadine Borges (ex-presidenta da Comissão Estadual da Verdade do RJ).
Para Nadine, o relatório entregue pela Comissão Nacional da Verdade é um divisor de águas na história do país: “Foi a primeira vez que tivemos uma lei federal formada por um grupo de pessoas que tinham a competência para investigar os crimes cometidos pela elite do país, e isso mexe com a história”. E cinco anos após isso, Nadine afirma esperar que “as recomendações que fizemos (no relatório) continuem orientando a elaboração de políticas públicas, independente de uma atual estrutura de governo que defende práticas fascistas e autoritárias”.