Resistência: Amazônia no centro do VI Seminário do Nides

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Evento promove o intercâmbio entre os segmentos da comunidade universitária e  mostra que a ciência está a serviço da população. Este ano, a importância e a diversidade da Amazônia foram destaques

Além de vitrine de projetos e ideias inovadoras de estudantes de graduação e pós-graduação, pesquisadores, professores e técnicos-administrativos, o VI Seminário do Núcleo Interdisciplinar para o Desenvolvimento Social (Nides), do Centro de Tecnologia, realizado de 4 a 6 de dezembro, ganhou ainda mais destaque com a escolha do tema deste ano: “Amazônia: desafios, reflexões e contradições, a partir da práxis da tecnologia social”.

Perspectivas de resistência pela preservação da Amazônia e desafios de construção de novos caminhos foram alguns dos temas abordados por especialistas como Denise Gutiérrez, coordenadora do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações; Iaci Menezes, coordenadora de Projetos de Conservação Internacional e a artista plástica e cantora indígena do Amazonas, We’e’ena Tikuna.

Projetos

Moradias ecológicas sustentáveis, manejo comunitário de recursos pesqueiros, criação de peixes em canais de igarapés foram alguns dos projetos apresentados pela Coordenação de Tecnologia Social do Inpa. Denise Gutiérrez mostrou um pouco as tecnologias para o atendimento de comunidades amazônicas, “com inúmeros desafios logísticos, pulverização e diversidade de povos”.

Exemplos

A mesa “Reflexões a partir da práxis da tecnologia social”, no dia 6, reuniu pesquisadores de diversos grupos de ensino, pesquisa e extensão que compõem o Nides. Práxis, segundo os dicionários, são ações que possibilitam ao homem transformar o mundo, ou seja, lançar mão do conhecimento adquirido em benefício da sociedade.

O termo práxis resume bem os propósitos do grupo, como também o projeto apresentado pelos estudantes do Laboratório Interdisciplinar de Tecnologia Social, Luciane e Erick, elaborado para atender um assentamento rural em Macaé, sem luz e água encanada. Eles propuseram a construção de uma casa para produção de farinha com triturador de aipim movido a bicicleta e filtro para tratamento de água.

Técnicos-administrativos  

Entre os projetos do Programa de Pós-Graduação de Tecnologia para o Desenvolvimento Social estavam o da técnica em assuntos educacionais e coordenadora pedagógica do Projeto Universidade para os Trabalhadores do Sintufrj, Danielle São Bento, e o do secretário da Pós-Graduação em Radiologia da Faculdade de Medicina, Henrique Oliveira.

O trabalho de Danielle foi sobre “O papel dos técnicos-administrativos em educação na gestão da UFRJ”, e o de Henrique Oliveira “O Sintufrj e o processo de formação humana dos servidores técnico-administrativos em educação da UFRJ”. Ele estudou as ações e as atividades que o Sindicato desenvolve e que viabilizaram para a categoria o acesso à educação formal. A intenção dele é que a sua pesquisa auxilie a entidade a desenvolver mais políticas voltadas para a formação dos trabalhadores.

Piano e carimbó

Várias atrações culturais foram apresentadas durante o seminário. No primeiro dia, Henrique Oliveira nos presenteou executando no piano duas composições de Arnaldo Rebello: Lundu Amazonense e Desafio (à maneira do Amazonas). No último dia, o público “viajou” pelo Pará, saboreando pratos típicos, mergulhando em ritmos (como Lundu Marajoara e a Dança do Carimbó, tocados pelo Grupo Batuque do Igapó) e se encantando com a cerâmica paranaense.

De acordo com o coordenador do Nides, Felipe Addor, o evento se destaca por promover o intercâmbio e a troca entre os alunos do Núcleo, além de romper a divisão existente entre técnicos-administrativos e o pessoal de ensino e da extensão. A mestranda e bibliotecária do CT, Luciana Machado, acrescentou que a finalidade do seminário é apresentar trabalhos desenvolvidos com  base em dissertações, e que a temática tratada este ano teve como objetivo fazer com que “o centro de produção de ideias e tecnologias para o desenvolvimento social pudesse também contribuir para a questão da Amazônia”.

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