Universidade para os trabalhadores como impulsionador da categoria

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“Universidade para os trabalhadores: um projeto para uma gestão democrática” foi o tema da minipalestra apresentada nesta terça-feira, 24, por cinco dos 10 integrantes do Grupo de Trabalho Universidade para os Trabalhadores. A atividade fez parte da programação do VIII Seminário de Integração dos Técnicos-Administrativos em Educação da UFRJ (Sintae), evento que prossegue até sexta-feira, 27, com transmissão disponível pelo canal do YouTube da Pró-Reitoria de Pessoal (PR-4). 

O GT Universidade para os Trabalhadores busca resgatar a base da proposta do projeto Universidade para os Trabalhadores do Sintufrj, que foi criado há 34 anos, e mostrá-lo à categoria. O objetivo final é fazer com que os trabalhadores participem das discussões direcionadas à redefinição da universidade pública, por meio de uma proposta ampla de participação democrática no seu interior. 

Seres críticos e atuantes

“Repensar a universidade em bases autônomas e democráticas, cuja produção do saber venha a servir à construção de uma sociedade mais justa e menos desigual” é o que quer o GT, que também pretende debater como formar técnicos-administrativos com visão crítica e atuante na construção da universidade e da sociedade.

A coordenadora de Educação do Sintufrj, Damires França, que faz parte do GT Universidade para os Trabalhadores, fez um relato das reformulações feitas pelo Sindicato no projeto original Universidade para os Trabalhadores, em 2018 e 2019, adequando-o à necessidade de mais especialização e capacitação da categoria. Para estimular o senso crítico, a entidade investiu em publicações voltadas a temas como gênero, raça, assédio moral e carreira – sempre presentes nos movimentos e lutas da categoria. 

“O Sintufrj tem promovido ações que fazem com que os técnicos-administrativos dialoguem e troquem ideias sobre questões presentes na nossa realidade, dentro e fora da universidade. Atuamos para estimular a politização da categoria, para que construam um pensamento crítico dos fatos do seu cotidiano”, afirmou Damires. Segundo a dirigente, a categoria possui saberes que podem ultrapassar os muros da universidade e contribuir para um mundo melhor. 

O papel dos técnicos na universidade

Uma das autoras e ex-coordenadora do Sintufrj, Ana Maria Ribeiro, fez um relato histórico do projeto, e destacou a necessidade de se conquistar a participação democrática de todos os segmentos, em todas as instâncias da UFRJ.

“Nosso objetivo é sensibilizar as novas gerações sobre o papel predominante que a gente tem que ter na atuação da universidade. Queremos que o técnico-administrativo tenha uma participação com o mesmo peso do estudante e do professor, seja respeitado igualmente e que também tenha uma postura crítica perante a realidade em que vive”, afirmou Ana Maria, que faz parte do quadro de servidores do Centro de Filosofia e Ciências Humanas (CFCH).

De acordo com ela, essa postura crítica desejada tem a ver com a atuação do técnico-administrativo. “A nossa universidade tem a sua função na sociedade, e nós, técnicos-administrativos, temos de dar nossa contribuição para dar conta de que as desigualdades e opressões sejam banidas. Então, a nossa ideia de universidade para os trabalhadores passa por isso. Nós temos um papel a cumprir, mas para isso precisamos ser formados”, acrescentou a palestrante. 

Educação e liberdade

“O projeto Universidade para os Trabalhadores trata exatamente da educação como algo libertador”, observou o integrante da Câmara de Políticas Raciais, Rogério Silva. 

“Precisamos discutir nosso fazer e a nossa prática para que sejam valorizados e vistos como parte do funcionamento da universidade. Temos na instituição uma multiplicidade de atores, e é sobre isso que queremos debater com todo o corpo social da UFRJ e com outras universidades e institutos. Queremos trazer todo mundo para discutir com a gente. Quem quiser e tiver disponibilidade”, afirmou Luiz Felipe Cavalcanti, da Escola de Educação Física e Desportos da UFRJ.

Alessandra Monteiro, do Centro de Ciências Jurídicas e Econômicas (CCJE), provocou: 

“Se você quer exercer a democracia, você precisa participar. Não adianta colocar sobre o ombro de outro uma responsabilidade que é nossa. Além de estarmos aqui defendendo o poder crítico do técnico-administrativo e políticas da universidade que nos integrem e façam com que a gente alavanque a nossa carreira e, obviamente, alavanque a sociedade e a universidade, estamos aqui para motivar a categoria a participar desse projeto. Fazer vocês acreditarem que a universidade não é só um balcão de carimbo e processos eletrônicos.”

 

 

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