A abstenção no Enem de 51,5% confirmou prognósticos. “O contexto era dado e muitíssimo conhecido”, disse Priscila Cruz, da organização Todos pela Educação
Matéria retirada do site da Rede Brasil Atual
A abstenção recorde (51,5%) no primeiro dia do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2020 reflete a incompetência, descaso, omissão indevida de atuação funcional e violação do dever do Ministério da Educação (MEC). A avaliação foi feita hoje (18) pela presidente executiva da organização Todos pela Educação, Priscila Cruz.
Dados do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), órgão do MEC responsável pelo exame, dos 5.523.029 inscritos, compareceram 2.680.697 (48,5%). Uma abstenção recorde de 51,5%. Em 20 anos de Enem, o recorde até então havia sido batido em 2009: 37,7%.
Exclusão no Enem
“O #Enem2020 com 51,5% de eficácia em excluir estudantes”, registrou em suas redes sociais Gregório Grisa, professor do Instituto Federal do Rio Grande do Sul (IFRGS) e especialista em dados educacionais.
O presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE), Iago Montalvão, lembrou que o resultado confirmou prognósticos das entidades estudantis. “Exatamente como dissemos. Recorde de abstenção. Porque os estudantes não queriam fazer a prova. Não! Porque não se sentiam seguros, e às vezes até foram impedidos de entrar nas salas lotadas. Mais um Enem mal organizado no governo Bolsonaro. Quem perde é o estudante!”
O deputado federal Glauber Braga (Psol-RJ) ironizou o ministro da Educação, o pastor Milton Ribeiro. “O 1º dia do Enem teve abstenção recorde de 51,5%. A maioria dos estudantes não foi. Vários que foram não conseguiram entrar e não receberam satisfação adequada. O ministro da Educação ainda teve coragem de dizer que foi ‘um sucesso’. A briga contra o negacionismo é diária.”
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