No Brasil, a fome diminuiu em 82% de 2002 e 2013, mas voltou a subir nos últimos cinco anos. E a situação para milhões de brasileiros fica cada dia pior durante a pandemia. Por isso, ações de solidariedade se multiplicam país afora. O Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) dá exemplo desde o ano passado, quando a covid-19 aprofundou o desemprego no Brasil sob o comando do governo genocida de Jair Bolsonaro. Os trabalhadores rurais passaram a dividir o que plantavam com os mais pobres da cidade e do campo.
Quer somar com a iniciativa? Esta é a pergunta que as companheiras e companheiros à frente da Jornada Nacional de Solidariedade faz a todos nós. A ação é nacional e ocorre no sábado, 10 de abril, no Armazém do Campo RJ, e a sua ajuda aos que tem fome sai por menos de R$ 10,00. Confira:
Marmita solidária
O custo de cada Marmita Solidária é R$ 9,60. É possível apoiar a iniciativa com qualquer quantia depositada nesta conta no Banco do Brasil: Agência: 3086-4. Conta corrente: 27970-6. Ou: Chave PIX CNPJ: 08.087.241/0001-21. Escola Estadual de Formação e Capacitação à Reforma Agrária (Esesf).
Deste endereço sairão 200 marmitas com alimentos da Reforma Agrária Popular, Feijão Campo Vivo, Arroz Terra Livre, carne moída com legumes produzidos pelo Coletivo Alaíde Reis e farinha de mandioca do Assentamento Zumbi dos Palmares.
A entrega das refeições será na Ocupação Moisés e Ocupação Livramento 209 (uma ocupação urbana que passou por um terrível incêndio). As marmitas serão produzidas no Armazém do Campo RJ e no Centro de Ação Comunitária (Cedac).
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Número de pessoas com fome aumenta durante a pandemia, alerta ONU
Matéria publicada em 26 de setembro de 2020, na CNN Brasil, já indicava que a triste realidade brasileira ficaria ainda pior. Veja:
A palavra fome voltou a assombrar os brasileiros mais pobres. Além do recrudescimento da pandemia e do impacto com as quase 4 mil mortes diárias pela Covid-19, há uma tempestade perfeita nesse caos que coloca em risco também sua segurança alimentar: inflação alta, desemprego e ausência do auxílio emergencial – ao menos num nível que permita a compra de uma cesta básica.
O Brasil deixou o chamado Mapa da Fome em 2014 com o amplo alcance do programa Bolsa Família – estudo do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) baseado em dados de 2001 a 2017 mostrou que, no decorrer de 15 anos, o programa reduziu a pobreza em 15% e a extrema pobreza em 25%. No entanto, o país deve voltar a figurar na geopolítica da miséria no balanço referente a 2020.
O Mapa da Fome é um levantamento feito e publicado pela ONU (Organização das Nações Unidas) sobre a situação global de carência alimentar. Um país entra nesse levantamento quando a subalimentação afeta 5% ou mais de sua população. Venezuela, México, Índia, Afeganistão e praticamente todas as nações africanas apareceram no mapa referente a 2019.
O Brasil tem ficado fora, embora dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) mostrassem que, já em 2018, após anos de turbulências políticas e crescimento econômico pífio, a fome voltava a se alastrar. Agora, com a eclosão da pandemia e suas consequências econômicas e sanitárias, vai ser difícil escapar.
De acordo com Daniel Balaban, representante no Brasil do Programa Mundial de Alimentos das Nações Unidas (WFP) e diretor do Centro de Excelência contra a Fome, a situação brasileira é muito preocupante. Ele projeta que o Brasil esteja próximo dos 9,5% de sua população com subalimentação.
“A condição do Brasil vinha se deteriorando antes da pandemia, por conta dos cortes orçamentários de políticas sociais, crises políticas e econômicas. A pandemia só apressou e piorou essa situação”, disse Balaban à CNN.
Medidas para arrecadar alimentos se espalham pelo país entre poder público, empresas, igrejas e organizações da sociedade civil.
Vergonha nacional
Este ano, apesar do agravamento da pandemia do novo coronavírus e de centenas de cidades terem adotado um isolamento mais rigoroso para conter a transmissão do vírus, o governo de Jair Bolsonaro (ex-PSL) pagará um valor bem menor do que o que foi aprovado pelo Congresso Nacional em 2020. Além disso, um número bem menor de pessoas terá direito ao benefício.
A previsão é de que 45,6 milhões de pessoas recebam o benefício este ano. No ano passado, quase 68 milhões receberam o auxílio. O valor do benefício caiu de R$ 600, pagos em 2020, para, em média, R$ 250 e apenas uma pessoa por família poderá receber o auxílio – no ano passado, até duas pessoas da mesma casa podiam receber. As mulheres chefes de família, que no ano passado receberam R$ 1.200, receberão apenas R$ 375 este ano. E os desempregados e informais que viverem sozinhos receberão menos ainda, apenas R$ 150.
Redação CUT