País ultrapassa a marca de 13 milhões de infectados pela covid

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Marca é superada após a semana mais letal da pandemia. Foram quase 20 mil mortos em sete dias. Enquanto isso, vacinação segue a passos lentos

Matéria retirada do site da Rede Brasil Atual

O Brasil ultrapassou nesta segunda (5) a marca de 13 milhões de infectados por covid-19. Com acréscimo de 28.645 novos casos registrados nas últimas 24 horas, o país chegou a 13.013.601 impactados diretos pelo coronavírus. Isso, sem levar em conta com ampla subnotificação, já que a quantidade de testes realizados sempre foi insuficiente de acordo com a demanda. Não foram contabilizados os dados do Ceará, por problemas técnicos no envio dos dados do dia.

Também nas últimas 24 horas, foram 1.319 mortos notificados ao Conselho Nacional de Secretários de Saúde, o Conass. O número é elevado para uma segunda-feira, já que existe uma defasagem de dados no início da semana, devido a um menor corpo de profissionais ativos aos domingos, em especial em laboratórios. O erro tende a ser corrigido nos dias seguintes. Agora, desde o início da pandemia, em março de 2020, o Brasil soma 332.752 mortos.

Números da covid-19 no Brasil. Fonte: Conass

RBA utiliza informações fornecidas pelas secretarias estaduais, por meio do Conass. Eventualmente, elas podem divergir dos informados pelo consórcio da imprensa comercial. Isso em função do horário em que os dados são repassados pelos estados aos veículos. As divergências para mais ou para menos são sempre ajustadas após a atualização dos dados.

Semana letal

A última semana foi marcada por dois movimentos em relação à covid-19. Foi a com maior número de mortos; foram registrados 19.643 vítimas. Neste período, o Brasil se manteve como epicentro da pandemia no mundo, com mais de um terço de todas as mortes do planeta. Em contrapartida, houve uma redução no número de novos casos. A média se manteve elevada, mas inferior às últimas três semanas.

Foram registrados 463.235 doentes, diante de 539.903 da semana anterior. Ações de isolamento promovidas por governadores e prefeitos podem ter influência nesta conta. Uma redução no contágio tende a refletir no arrefecimento das mortes dentro de, no mínimo, 14 dias, período em que a covid-19 tende a se revelar com gravidade. Embora exista uma aparente redução nas infecções, a ordem da ciência é pela manutenção, e até endurecimento, de medidas de distanciamento. A covid-19 está fora de controle no Brasil desde o fim de 2020, e assim segue, de acordo com o Imperial College de Londres.

Tratamento perigoso

Com taxa de letalidade de 2,6% dos casos, 80% dos intubados no Brasil morrem, sendo que a média mundial é de 1% de letalidade e 50% em relação aos intubados. O quadro grave do Brasil é agravado por uma ampla disseminação de desinformação, que levou, inclusive, muitos brasileiros a se medicarem com compostos comprovadamente ineficazes contra a covid-19. A grande fonte das mentiras relacionadas com os tratamentos da covid-19 foi o governo federal, do presidente Jair Bolsonaro, que adotou uma saga messiânica em defesa de medicamentos como cloroquina e ivermectina. Além de ineficazes, tais fármacos produzem efeitos colaterais severos.

Hospitais referência, como o Hospital da Unicamp, em Campinas, interior de São Paulo, já relataram mortes ligadas ao excesso de ivermectina. Apoiadores de Bolsonaro passaram a tomar o medicamento em doses altas de forma indiscriminada, a partir da influência do político. Em levantamento do jornal O Globo, no período da pandemia, houve aumento de 558% nos casos de reações adversas relacionadas à cloroquina e à hidroxicloroquina.

Vacinas

De acordo com dados do Ministério da Saúde, foram distribuídas 42.956.226 doses de vacinas em todo o país. Destas, cerca de 80% são da CoronaVac, vacina do Instituto Butantan, rejeitada e atacada por Bolsonaro desde o período de elaboração. Aplicadas, foram 21.070.128. Entre os estados que mais vacinou está São Paulo, com 6.660.492 doses aplicadas. O estado também é o mais afetado do país, com 2,5 milhões de infectados e 77 mil mortos.

Diante da comunidade internacional, o processo de vacinação no Brasil segue lento. Com 9,91% de brasileiros tendo tomado ao menos uma dose, o país está atrás proporcionalmente de países como República Dominicana, Romênia, Polônia, Eslovênia, Hungria, Uruguai e Chile. A lentidão já levou brasileiros residentes próximos da fronteira com o Uruguai e que possuem dupla cidadania a buscar imunização no país vizinho. Por lá, 22,6% já receberam ao menos uma dose, e o processo de imunização é abrangente, envolvendo inclusive os mais jovens.

 

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