“Estou cansado de mentiras. Pedi à polícia do Senado para que o senhor seja preso”, disse o presidente da comissão
O presidente da CPI do Genocídio, senador Omar Aziz, (PSD-AM) deu voz de prisão ao ex-diretor de Logística do Ministério da Saúde, Roberto Dias, nesta quarta-feira (7). A medida foi tomada após divulgação de novos áudios mostrando que Dias mentiu na comissão.
“Estou cansado de mentiras. Pedi à polícia do Senado para que o senhor seja preso. Ele está mentindo desde de manhã. Vai ser preso por perjúrio”, disse Aziz.
Alguns senadores pediram para o presidente da comissão mudar de ideia e promover uma acareação entre Dias e Elcio Franco, ex-diretor da Secretaria Executiva do ministério. Aziz respondeu: “Não vou colocar dois mentirosos frente a frente. Estamos aqui pelo Brasil, pelos mortos da Covid. Quem vier aqui e achar que pode brincar com a CPI vai ter o mesmo destino dele”.
A advogada do depoente tentou interceder: “Isso é uma ilegalidade sem tamanho”. Porém, a sessão foi encerrada por volta de 17h50 com a ordem prisão mantida. “Pode levar”, disse Aziz.
O senador Rogério Carvalho (PT-SE) concordou com a decisão de Aziz, assim, como Fabiano Contarato (Rede-ES). “Se o depoente esteve aqui, jurou dizer a verdade e mentiu está justificada a prisão em flagrante”, disse Contarato.
Contradições
Áudios e mensagens do celular de Luiz Paulo Dominghetti, em poder da CPI, levaram à decisão de Aziz e contradizem o depoimento de Dias.
No dia 23 de fevereiro, dois dias antes do suposto pedido de propina, Dominghetti enviou um áudio a um interlocutor, Rafael, às 16h22. “Rafael, tudo bem? A compra vai acontecer, tá? Estamos na fase burocrática. Em off, pra você saber, quem vai assinar é o Dias mesmo, tá? Caiu no colo do Dias… e a gente já se falou, né? E quinta-feira a gente tem uma reunião para finalizar com o Ministério”, disse Dominghetti.
Dois dais depois deste áudio, quando Dominghetti cita já ter uma reunião marcada para “finalizar com o ministério”, é justamente quando houve o jantar em um restaurante de Brasília, no qual Dias teria pedido propina.