Bruno Rodríguez, ministro de Relações Exteriores de Cuba, afirmou que ‘fantasia de surto social’ na ilha só aconteceu ‘nos servidores de empresas norte-americanas que protegem essas operações digitais’
Redação: RT em Espanhol /14 de jul de 2021 às 10:14
O chanceler cubano, Bruno Rodríguez, acusou os Estados Unidos de implementarem uma “operação de comunicação em grande escala” para desestabilizar a ilha e reforçarem protestos liderados por oposicionistas. Segundo Rodríguez, os EUA aproveitaram a pandemia executarem suas ações.
“Os Estados Unidos identificaram o impacto do coronavírus e da pandemia como uma oportunidade para reforçar o bloqueio com motivações políticas e aplicar o que denominaram medidas de pressão máxima para reforçar a agressão contra nosso país”, disse Rodríguez.
Para o chanceler cubano, foi “uma tentativa deliberada, cruel e oportunista de aproveitar uma pandemia para tentar estrangular” a economia nacional.
Rodríguez também acusou o governo dos Estados Unidos de fazer “uso impudente e obsceno de mentiras, calúnias, manipulação de dados” com o objetivo “de mobilizar, convocar, incitar e manipular as pessoas”, acrescentou.
Campanha de mídia
Contra Cuba, disse Rodríguez, Washington usou suas “ferramentas de alta tecnologia, poderosas e sofisticadas” para aproveitar as “duras condições sociais que a pandemia gerou no planeta”.
Sobre as manifestações de 11 de julho, o chanceler afirmou que foram “desordens em escala muito limitada”, nas quais o governo dos Estados Unidos esteve “diretamente envolvido”, por meio de uma campanha na mídia, via Twitter, que contou com recursos multimilionários, laboratórios e plataformas tecnológicas instaladas no país norte-americano.
Por meio da campanha, disse o chanceler, foi feito um apelo para realizar uma “intervenção humanitária” em Cuba, o que, na opinião de Rodríguez, implica de fato pedir “uma intervenção militar dos Estados Unidos” na ilha.
Além disso, essa estratégia de rede teria utilizado as chamadas ‘fazendas de bots e bondes’ para disseminar em grande escala os supostos pedidos de socorro na ilha por meio das hashtags #SOSCuba e #SOSMatanzas.
“Fantasia de um falso surto social”
Esta estratégia permitiu a operação de milhares de réplicas de hashtags em menos de um minuto para ajudar a criar a “fantasia de um surto social que não ocorreu em Cuba, mas nos servidores de empresas norte-americanas que protegem essas operações digitais”, conforme afirma o titular das Relações Exteriores.
Rodríguez também destacou que esta campanha representou uma “violação grosseira das políticas” aplicadas pelo Twitter. Nesse sentido, o chanceler destacou que esta rede social “é muito eficaz quando lhe é conveniente influenciar certas contas”, mas que não bloqueou nenhuma das contas que divulgam informação falsa em grande escala.
“Advirto o Governo dos Estados Unidos que será responsável pelas consequências de persistir nesta política de estrangulamento”, disse o chanceler cubano.