Mobilização de estudantes e técnicos ocupou salão do colegiado sem uso há quase dois anos
A pressão do movimento contra a Ebserh (Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares) impediu que a sessão extraordinária do Conselho Universitário – convocada a toque de caixa pela reitoria – consumasse a autorização para abertura de negociações para adesão da UFRJ à empresa.
O pedido de vistas feito por alguns conselheiros do relatório de Walter Suemitsu, da Comissão de Desenvolvimento do Consuni, acabou determinando o adiamento da votação do documento favorável à negociação com a Ebserh. A próxima sessão para discutir o tema ainda não tem data.
Anteriormente, a solicitação feita pelo conselheiro Roberto Gambini para que a reunião fosse suspensa e o assunto retornasse na quinta-feira, 2 de dezembro, com a apresentação de um relatório alternativo, havia sido rejeitada.
Foi uma sessão tensionada pela convocação açodada feita pela reitora Denise Pires que pautou às pressas, em sessão extraordinária, a adesão à Ebserh. O impacto dessa convocação acabou estimulando a mobilização de vários setores que se opõe à entrega da rede de hospitais da UFRJ à empresa.
Ocupação
Desde o início da manhã, o salão do Conselho Universitário, vazio há quase dois anos, foi ocupado pelas bancadas de técnicos e estudantes como se a sessão fosse presencial. Foi de lá que eles participaram da sessão on-line do Consuni. Ao fundo, bandeiras, faixas e cartazes.
Joana de Angelis, dirigente do Sintufrj e da bancada dos técnicos, foi a primeira conselheira a se manifestar logo no início da sessão. Ela manifestou sua perplexidade diante da atitude da reitoria de pautar um assunto tão sensível para a comunidade universitária num momento tão atípico como o que estamos vivendo.
“Estamos discutindo as condições para o retorno presencial, enfrentando uma decisão judicial, num ambiente de pandemia e com a universidade sem recursos para a infraestrutura necessária para o funcionamento seguro”, observou. “Este não é o momento para se pautar a discussão da Ebserh”.
Gerly Micelli, coordenadora-geral do Sintufrj, a quem foi dada a palavra, lamentou o ambiente de divisão que o tema Ebserh trouxe para a universidade.
“Num momento tão difícil como esse, a universidade está dividida. Como investir na negociação com uma empresa, dirigida por um general bolsonarista de um governo que, claro, não merece nenhuma confiança?”, observou a dirigente, que defendeu a luta por mais verbas e investimento no Complexo Hospitalar.
A íntegra da sessão está disponível no perfil do Sintufrj no Facebook.
Confira as fotos de Renan Silva da mobilização dessa manhã e início da tarde:
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