(Margarida Alves, líder sindical que inspirou a Marcha das Margaridas)
“Da luta eu não fujo. É melhor morrer na luta do que morrer de fome”, esta frase dita por Margarida Maria Alves na comemoração do 1º de maio de 1983, denota a luta coletiva das mulheres do campo. Margarida foi a primeira mulher camponesa e sindicalista rural, o que não era comum para a época, sobretudo no Nordeste, e defensora dos direitos humanos. Foi brutalmente assassinada em 12 de agosto de 1983, por pistoleiros armados na porta de sua casa.
Margarida era uma ferrenha defensora dos direitos das trabalhadoras e trabalhadores agrários, e durante os 12 anos em que esteve à frente da presidência do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Alagoa Grande, no interior da Paraíba, lutou contra a violência no campo, pelo fim da exploração dos camponeses e pela reforma agrária.
Durante o período em que esteve à frente do sindicato local de sua cidade, foi responsável por mais de cem ações trabalhistas na justiça do trabalho regional, tendo sido a primeira mulher a lutar pelos direitos trabalhistas no estado da Paraíba durante a ditadura militar. Seu nome e sua história de luta inspiraram a Marcha das Margaridas, que foi criada em 2000.
A marcha integra a agenda permanente do Movimento Sindical de Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais (MSTTR) que propõe visibilidade, reconhecimento social e político e cidadania plena a essas profissionais do cenário rural. Organizada pela @contag_brasil , ocorre no dia 12 de agosto (ou em datas próximas) para lembrar a morte de Margarida.
No ato político realizado no dia 12 de agosto, para relembrar os 39 anos da morte de Margarida Alves, Mazé Morais, a secretária de Mulheres da Confederação Nacional dos Trabalhadores Agrários (Contag) e coordenadora geral da 7ª Marcha das Margaridas 2023, reafirmou a luta das trabalhadoras rurais e anunciou parte do projeto político pelo qual as margaridas desse país lutam.
“São 22 anos de muita luta de realização da Marcha das Margaridas e em 2023 vamos ocupar as ruas desse país e sempre em marcha! Em agosto de 2023 estaremos em Brasília, no Distrito Federal! Aproveito para chamar cada mulher, cada Margarida para a 7ª Marcha das Margaridas! Até lá, com a força de nossa luta, faremos ecoar as nossas vozes, as nossas existências e a resistência nesse ano tão importante, ano eleitoral que a gente está vivendo no nosso país. O Brasil e a democracia mais do que nunca precisa da luta das Margaridas!”, anunciou Mazé Morais.
Com site Alma Preta e @marchamargaridas