A LUTA É CONTRA O FASCISMO

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Três olhares de especialistas sobre a perigosa conjuntura que ameaça os trabalhadores, as universidades e a sociedade

O professor Francisco Carlos Teixeira (UFRJ/UFF e UFRRJ) que acompanha por dever de ofício (é historiador e cientista político) desde os anos 1970 a política brasileira, confessa nas redes sociais a sua perplexidade: “não esperava uma maré de extrema direita tão forte e tão dura emergindo das urnas nesse 1º turno”.

Em tom de alerta, o professor afirma que “(…) não se trata simplesmente de um resultado eleitoral: se trata do avanço da barbárie sobre a sociedade brasileira”.

Em outro trecho, Teixeira aponta um caminho. “Cabe investir fortemente na educação em cada momento, em cada minuto, em cada discussão, em cada debate. Será arriscado, será difícil, será violento. Mas, mais violento serão os anos de fascismo que se abaterão sobre nós”, sustenta.

Do contrário, adverte o professor, “a floresta, o serrado, o pantanal serão destruídos. Os povos indígenas odiados por Bolsonaro serão abandonados a sua própria sorte e, em seguida, declarados extintos”.

Francisco Carlos Teixeira no áudio que distribuiu logo após o 2 de outubro invoca a pandemia como prova de como uma prova “de como eles (Bolsonaro e companhia) tratam o povo brasileiro”.

”Isso seguirá. A cultura brasileira será transformada numa sequência de programas de auditório cruéis e terrivelmente conservadores. E enfim, se abaterá sobre nos mesmos na universidade, que serão transformadas em escolas ideológicas do fascismo. É o momento de pegar na mão com força, sem medo e com muita esperança. A luta é contra o fascismo que avança sobre nós”, finaliza.

Perseguição

Numa entrevista ao portal da CUT – à jornalista Rosely Rocha e publicada em 24 de setembro –

a historiadora e professora da USP, Maria Aparecida de Aquino, afirma que “o governo de Jair Bolsonaro flerta com o fascismo ao, por exemplo, promover cortes orçamentários que destroem políticas em áreas como a educação e a cultura, além de induzir seus seguidores a abominar e criticar quem pensa diferente do que o presidente prega”.

Ela considera, no entanto que “no Brasil ainda há resistência por parte de entidades civis e de representantes de outros poderes a esse regime (o fascismo)”.

Mas alerta “que a população fique atenta aos movimentos de perseguição e tentativas de retirada de direitos e liberdade, e que não se cale diante de atos autoritários”.

 

DITADURA NO BRASIL Durante 21 anos o país viveu mergulhado nas sombras de um regime sem liberdade, de tortura e perseguições, sequestros e assassinatos. Isso não pode voltar

Fantasia

Ex-reitor da UFRJ, o professor Roberto Leher também foi às redes sociais emitir opinião logo depois do debate da TV Globo, no dia 29. Sob o título “O dito padre e o movimento da extrema-direita golpista”, Leher fez algumas considerações das quais reproduzimos algumas

“1. O dito padre #Kelman é a ponta do iceberg do braço bolsonarista-extremista e disposto ao Capitólio no Brasil. Não deveria ser visto como folclore. A questão de fundo, a meu ver, não é somente seu pertencimento à Frente Integralista Brasileira.

  1. Desde que que frações bolsonaristas passaram a trabalhar para deflagrar uma crise que pudesse comprometer o processo eleitoral, abrindo vias imprevisíveis, Roberto Jefferson foi elevado ao lugar de organizador dessa opção. Kelman é Roberto Jefferson. E Roberto Jefferson é Bolsonaro. Embora sem o talento e visibilidade de Steve Bannon, pode articular milicias, clubes de armas e outras frações para engendrar a crise da via eleitoral.
  2. Desde 2021 o PTB vem agregando tais forças da extrema-direita.
  3. Ao se fantasiar de padre, o agente de Roberto Jefferson objetivou criar a imagem de que, fora Bolsonaro, os outros são capazes de agredir até mesmo um “padre” e o próprio cristianismo, buscando justificar a legitimidade das ações da extrema-direita fascista.

 

 

 

 

 

 

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