Reitoria da UFRJ aponta cenário dramático

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Com novo bloqueio na véspera da eleição, o governo Bolsonaro diminui ainda mais o orçamento das universidades federais. UFRJ pode interromper serviços e Reitoria aponta para cenário dramático.

No final da noite de ontem, dia 5, a Reitoria da UFRJ divulgou matéria em seu site denunciando as consequências do corte promovido pelo governo na sexta-feira, 30/9, véspera das eleições, houve novo bloqueio orçamentário nas universidades federais.

O Decreto nº 11.216 bloqueou cerca de R$ 147 milhões para os colégios federais e R$ 328 milhões para as universidades. Só a UFRJ teve cerca de R$ 18 milhões bloqueados e corre risco de interrupção de serviços.

“Se o bloqueio não for revertido, provavelmente não teremos como continuar funcionando este ano”, declara o pró-reitor de Planejamento, Desenvolvimento e Finanças, Eduardo Raupp na nota, segundo a qual a UFRJ, que já vive um momento crítico com seu orçamento, sofreu um bloqueio no valor de R$ 17.819.264,20, o que corresponde a 5,84% da dotação orçamentária discricionária.

Orçamento discricionário para contas fundamentais para o funcionamento das instituições como água, luz e limpeza.

Histórico

A UFRJ abriu o ano com o orçamento inferior às suas necessidades de R$ 329 milhões, mas teve R$ 23 milhões cortados, caindo para R$ 308 milhões. Agora outros cerca de R$ 18 milhões foram bloqueados, causando o menor orçamento discricionário dos últimos dez anos, apesar da inflação e do aumento do número de estudantes nos mais de 170 cursos de graduação e do Complexo Hospitalar, que conta com nove unidades de saúde e mais de 1.400 laboratórios. É uma das instituições que mais produzem ciência no Brasil.

Para Raupp, o cenário é dramático: “Nós tínhamos um orçamento que permitiria empenhar as despesas de setembro e parte de outubro. Além disso, seria possível planejar esses últimos meses e tentar pactuar com nossos fornecedores o funcionamento da UFRJ. Com esse último contingenciamento, não vai ser possível empenhar as despesas de setembro, nem parte das de outubro, o que antecipa os riscos de interrupção de serviços. Essa é a nossa grande preocupação neste momento. Se o bloqueio não for revertido, não teremos como continuar funcionando neste ano”.

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