BATALHA DE STALINGRADO COMPLETA OITO DÉCADAS

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Há 80 anos, em 2 de fevereiro, soldados soviéticos libertaram a Europa dos nazistas A Batalha de Stalingrado se transformou num marco da Segunda Guerra Mundial, pois foi uma das mais importantes travada no front oriental contra os alemães.

Atualmente a cidade de Stalingrado, onde ocorreu a batalha (que pertencia a União Soviética), se chama Volgogrado. Ela começou no dia 17 de julho de 1942 e terminou em 2 de fevereiro de 1943.

Histórico

A origem da Batalha de Stalingrado tem a ver com o famoso Pacto Germano-Soviético firmado em 23 de agosto de 1939, alguns dias antes do início da Segunda Guerra. Esse pacto assegurou aos alemães a invasão da Polônia e a incursão de tropas sobre outros países, sem que, com isso, a URSS se envolvesse no conflito.

No entanto, esse acordo mais cedo ou mais tarde seria rompido, e a ruptura ocorreu em 1941 com a Operação Barbarossa – um ataque coordenado das Forças Armadas alemãs contra a URSS. Os ataques da Operação Barbarossa tinham o objetivo de dominar completamente o território soviético, assim como havia ocorrido com a Polônia, mas Hitler e seus oficiais não conseguiram

Então, nos dois anos subsequentes, 1942 e 1943, as batalhas travadas no Leste Europeu entre alemães e soviéticos foram desdobramentos da tentativa inicial de domínio por parte dos

A cidade de Stalingrado estava situada na região do Cáucaso, às margens do rio Volga, sendo estrategicamente importante, já que ela estava no centro das rotas fluvial e ferroviária das matérias-primas de petróleo e minério de ferro caucasianos. Dominar Stalingrado significava para os nazistas controlar parte significativa da indústria de base da URSS, além de estrangular o país, deixando Moscou isolada. Sendo assim, grande parte do efetivo alemão foi direcionado a Stalingrado. O ataque ficou a encargo do General Paulus, comandante do VI Exército alemão.

As manobras começaram em 17 de julho de 1942, mas os ataques maciços efetivaram-se a partir do dia 21 de agosto, quando a infantaria e a divisão de tanques conseguiram cruzar o rio Don e rumar em direção a Volga e a Stalingrado, como narra o historiador Antony Beevor:

Surpresa

No amanhecer do dia 21 de agosto, a infantaria do 51º Corpo cruzou o Don em botes de assalto. Uma cabeça de ponte foi conquistada, pontes flutuantes foram construídas através do rio e, na tarde seguinte, a 16ª Divisão Panzer do tenente-coronel Hans Hube começou a avançar. Pouco antes das primeiras luzes de 23 de agosto, o batalhão da vanguarda panzer do Hube, comandado pelo coronel Hyazinth Graf Strachwitz, avançou em direção ao sol nascente e a Stalingrado, situada a apenas 65 quilômetros a leste. A estepe do Don, uma extensão de capim esturricado, estava dura como pedra.

Quando os pelotões chegaram a Stalingrado, os comandantes ainda contaram com o apoio aéreo de 1.200 aviões. O ataque de 23 de agosto foi um dos mais pesados da Segunda Guerra, certamente o mais concentrado do front oriental. Mil toneladas de bombas incendiárias foram lançadas sobre Stalingrado. 40 mil civis morreram apenas nos dois primeiros dias de ataque, civis esses que não sabiam do plano da invasão, como destaca Beevor:

Os habitantes da cidade nunca esqueceriam aquele domingo, 23 de agosto de 1942. Alheios à aproximação das forças alemãs, civis faziam convescote ao sol no centro de uma cidade que se estendia por mais de 30 quilômetros ao longo da curva da margem oeste do Volga. Nas ruas, alto-falantes transmitiram alertas de ataques aéreos, mas só quando as baterias antiaéreas começaram a disparar as pessoas correram para se abrigar. [2]

A resistência ao ataque alemão ficou inicialmente sob o comando do general Chuikov, comandante do 62º Exército soviético. Evitar a queda de Stalingrado era uma das prioridades máximas de Josef Stalin, e sua defesa deveria ser intransigente, mesmo com combatentes famintos e desequipados. Uma das medidas mais cruéis de Stalin para com o Exército Vermelho ocorreu nesse contexto. Tratava-se da Ordem n.º 227, que autorizava o fuzilamento sumário de qualquer combatente que “demonstrasse medo ou hesitação”.

  1. Vitória soviética

Os embates arrastaram-se ao longo dos três meses seguintes, com sucessivas investidas alemãs, mas os rumos mudaram a partir de novembro com a chegada do inverno. Nos dois meses finais de 1942, as tropas alemãs já não tinham o mesmo poder de fogo e a tenacidade de agosto. Ademais, o inverno do Leste já havia posto a perder as investidas da Operação Barbarossa no ano anterior. A solução era redefinir a estratégia e recuar, mas Hitler obrigou o general Paulus e seus comandados a permanecerem em seus postos.

Ao mesmo tempo, as tropas de Chuikov começavam a receber reforços do general Zukov, que tinha sob seu controle os exércitos de Vatuin, Rokossovsky e Yeremenko. Entre os dias 19 e 23 de novembro, teve início a contraofensiva soviética, que, com a “ajuda” do inverno, pôs fim ao ataque alemão. A batalha terminou oficialmente em 2 de fevereiro do ano seguinte.

NOTAS: [1] BEEVOR, Antony. A Segunda Guerra Mundial. Trad. Cristina

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