Greve na educação federal ganha força

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Em todo o país, nas cinco regiões, técnico-administrativos em educação de 67 universidades e professores e técnico-administrativos da Rede Federal da Educação Básica, Profissional e Tecnológica de dezenas de unidades já estão em greve

A deflagração da greve dos docentes das universidades federais, institutos e Cefets a partir de desta segunda-feira, 15, em mais de 20 instituições intensifica o movimento paredista do setor da educação federal. Eles aderem ao movimento iniciado pelos técnico-administrativos em educação das universidades dia 11 de março e seguido pelos técnico-administrativos e professores da Rede Federal da Educação Básica, Profissional e Tecnológica dia 3 de abril.

Em todo o país, nas cinco regiões, técnico-administrativos em educação de 67 universidades e professores e técnico-administrativos da Rede Federal da Educação Básica, Profissional e Tecnológica em mais de 470 unidades já estão em greve. No Rio, os técnico-administrativos das quatro federais – UFRJ, UFF, Rural e Unirio estão em greve, assim como os servidores do Colégio Pedro II, do Instituto Nacional de Educação de Surdos, do Instituto Benjamin Constant e do Cefet-RJ.

O setor da educação e seus trabalhadores foram os mais prejudicados pelos governos com a política de redução do estado e do orçamento para a área há pelo menos 10 anos. Além de recomposição salarial – seus salários foram congelados nos governos Temer e Bolsonaro e estão corroídos pela inflação com perdas de mais de 50% – e estruturação de carreira, a luta desses trabalhadores é em defesa da educação pública, por orçamento para manutenção e investimento nas instituições de ensino com melhores condições de trabalho e ensino.

Instituições altamente sucateadas, sem infraestrutura adequada, prédios em estado precário, salários defasados, terceirização desmedida e um orçamento cada vez menor para despesas básicas, é a realidade da Educação Federal no Brasil. A UFRJ, maior universidade do país, reflete o cenário de terra arrasada. A verba que as instituições de ensino vêm recebendo não dá para cobrir suas despesas anuais e vivem numa corda bamba para manterem-se abertas.

Paralisação

O país têm 69 universidades federais e 38 instituições federais, e grande parte está em greve desde 11 de março com a paralisação dos técnico-administrativos em educação que hoje somam 67 instituições em greve, sendo reforçada com a adesão em 3 de abril de professores e técnico-administrativos da Rede Federal que congrega colégios e institutos federais atingindo mais de 470 unidades em todo o país.

O movimento dos professores tende a crescer com a adesão ao movimento após o dia 15. Em estado de greve e mobilização se encontram 15 universidades. No Rio, estão em estado de greve Unirio e Rural. Na UFF, os professores fazem paralisação nesse dia 15. A UFRJ rejeitou a adesão à paralisação nacional.

 Negociação: mesas diferentes

Fasubra, Sinasefe e Andes, as entidades nacionais representativas dessas categorias negociam com o governo em Mesa Setorial (com MEC) temas gerais da educação incluindo condições de trabalho. Pautas como o fim das intervenções nas universidades, a Ebserh, a jornada de 30 horas, políticas de saúde do trabalhador são tratadas nessa mesa. Em 6 de maio voltam a se reunir.

Já na Mesa Específica e Temporária (MGI/MEC), Fasubra e Sinasefe discutem reestruturação de carreira e recomposição salarial. Elas já apresentaram suas propostas e um Grupo de Trabalho representativo foi instituído apresentando relatório final ao governo em 29 de março. Em reunião da mesa sexta-feira próxima, 19 de abril, as entidades aguardam contraproposta do governo.

 

ASSEMBLEIA DAS UNIDADES DO PEDRO II, no Rio de Janeiro, que decidiu pela greve por tempo indeterminado; Foto: divulgação
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