Como o movimento dos técnicos-administrativos em greve e estudantes da UFRJ têm alertado, sem que haja uma reação incisiva da comunidade e caso não haja a recomposição orçamentária – e investimentos para a necessária manutenção – a situação da UFRJ tende a se agravar ainda mais. Agora, além da restrição de serviços e mão de obra terceirizada que a administração central vem enxugando para a sobrevida dos recursos parcos, a cada dia se revelam novos problemas de infraestrutura, mostrando o grau de insegurança nos prédios da universidade.
SOS UFRJ. O pedido para que a comunidade se mobilize em socorro à UFRJ se repete nos protestos públicos e nas mídias do Sintufrj e do DCE, que vem mostrando com constância, ora a queda de uma marquise ou parte do forro da sala de aula (como na Escola de Educação Física, no dia 1o, e na sala D107 do CT, no dia 12) ) ora um vazamento ou uma infiltração que alaga salas de aula, um piso que afunda (como no auditório do bloco N do CCS), uma janela ou ventilador que despenca (como na EBA e na FAU).
Só a luta vai mudar a UFRJ
Na assembleia dos TAE desta quarta-feira, 15, a vereadora e professora da UFRJ, Luciana Boiteux, articuladora da audiência pública na Câmara Municipal do Rio de Janeiro que lançou a Frente Parlamentar em Defesa da Educação Pública e que visitou a Escola de Educação Física, disse que acompanha o importante movimento dos trabalhadores em Educação. “A sensação que me deu hoje, visitando aqueles corredores, prédio caindo, o teto caindo, é que todos as críticas que fazem a nós quando fazemos greve, de que a gente quer parar a universidade, é que ela precisa continuar viva e funcionando. O que está acontecendo hoje nas universidades, os institutos da educação federal hoje, e especial aqui na UFRJ, é que a própria estrutura está parando. A gente acredita que essa mobilização é essencial para a pressão. Nunca conseguimos nada sem ter mobilização, sem ser greve, comentou, proposto a convocação da frente, da sociedade para que conheçam a situação. “Faremos outras reuniões da frente, para fortalecer esse movimento tão importante. Se a greve é justa, se a greve é necessária, só a organização e só a luta vão mudar a vida e mudar a UFRJ”.
Veja o vídeo no canal do Instagram do Sintufrj.
Registros preocupantes
“Saunas” de aula e água intragável
“É urgente discutirmos a precarização da nossa universidade. Nosso prédio enfrenta problemas estruturais que prejudicam nossa graduação: goteiras, teto caindo, curto-circuito, falta de refrigeração nas salas e água com gosto duvidoso”, convoca do CA do Curso de História, no IFCS, que está fazendo uma consulta sobre a possibilidade de uma greve e chama os estudantes para a assembleia do dia 20, ás 17h, no Salão Nobre, para decidir os próximos passos e evitar que “o teto do IFCS-IH desabe sobre nós”.
Segundo a representação estudantil do Programa de Pós-Graduação do Instituto de Física, no último fim de semana, logo depois do desabamento de parte do teto da sala do Bloco D no CT, ocorreu um grande vazamento no Bloco A. Vídeos gravados pela equipe de manutenção e segurança do CT mostram a sala 318 alagada e a infiltração até os pilotis do CT. A origem teria sido um vazamento numa tubulação do sexto andar.
“A estrutura da UFRJ está insustentável! É absurdo nos depararmos todos os dias com problemas que impossibilitam as aulas e colocam cada vez mais em risco a vida de estudantes e trabalhadores”, alerta a postagem.
Caxias: infiltração interdita sala.
No dia 14, o segundo andar do Bloco A do campus Geraldo Cidade, em Duque de Caxias, amanheceu com infiltração e vazamento no teto, segundo o DCE (veja vídeo a seguir), a ponto de impedir momentaneamente a utilização da sala, Só que a cena não é nova: a infiltração vem acontecendo há tempos, causando mofo nas salas, o que reforça a necessidade de reparo na infraestrutura.
“Parece piada, mas nos últimos dias casos graves de problemas estruturais nos prédios da UFRJ não param de surgir! Não vamos esperar alguém se ferir. Participe das próximas assembleias e vem pra luta por recomposição orçamentária urgente!”, convoca o DCE.
CCS – Na tarde de 14 de maio, o DCE postou imagens do afundamento de um pedaço do piso do auditório do Bloco N, no CCS: o piso de madeira quebrou durante a aula e o professor caiu no vão, mas não houve ferimentos, segundo o DCE.
FAU – O CA da FAU conta que no dia 15 de abril, um ventilador de teto se desprendeu e atingiu um estudante.A empresa de vistoria da parte elétrica, segundo o CA foi informado não teve seu contrato renovado: “Precisamos lutar pela recomposição orçamentária para que situações como essa não aconteçam”, dizem os alunos.
A Escola de Belas Artes pede Socorro!
Segundo do CA da EBA. a janela do Ateliê de Metal e Madeira caiu em pleno horário de aula. “Até quando vamos viver com nossas vidas correndo risco? Mês passado um Ventilador caiu em cima de um estudante e agora esta janela quase atingiu outro discente. É momento da gente crescer nossas mobilizações ! Queremos a Recomposição Orçamentária das Universidades!”, alertou o CAEBA, convocando para assembleia nesta quinta-feira, 16 de maio.
EEFD interditada
As aulas estão canceladas no prédio interditado da Escola de Educação Física depois de mais um desabamento de um trecho da marquise. A primeira vez foi em setembro do ano passado, no bloco B, atingindo salas de aulas. E agora, dia 1o de maio, no Bloco A, atingindo o corredor da direção. A comunidade discute o destino dos estudantes e há risco do semestre ser suspenso.
Veja os vídeos