Chuva inunda corredor e salas do Palácio Universitário

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Chove dentro do prédio histórico tombado

A  chuva forte que atingiu o Rio no fim da tarde da quarta-feira, dia 12, com raios e ventania intensos, provocou alagamentos em vários lugares da cidade. Houve quedas de árvores e até a interrupção da linha do metrô. Até um muro, na Presidente Vargas caiu com o vento.

A situação também atingiu UFRJ: choveu nos corredores e salas do Palácio Universitário, prédio histórico da Praia Vermelha. “A falta de orçamento segue afetando a estrutura da nossa universidade e ocasionando problemas como esse. Essa semana, o DCE esteve em Brasília para pressionar que mais orçamento fosse destinado pra educação. As aulas voltam na próxima semana e nossos prédios não podem continuar assim”, alertou o site do Diretório Central dos Estudantes que divulgou imagens da água caindo em cascata num dos corredores. (Veja os vídeos ao final da matéria).

A situação repercutiu no Conselho Universitário. Conselheiros contaram que a chuva inundou os corredores e salas de aula, lembrando a proximidade do reinício das aulas e pedindo providencias para que se evitassem maiores danos e acidentes com trabalhadores e alunos.

Outros apontaram a situação de envelhecimento dos prédios, corroborada pelo constante subfinanciamento, ponderando a importância da manutenção predial preventiva e dos telhados do palácio, da Escola de Música e outras unidades.

Abordando a questão do orçamento para obras emergenciais nos centros, o reitor Roberto Medronho anunciou o repasse de metade do orçamento participativo e, tão logo este seja aprovado no colegiado, se fará os ajustes necessários caso se resolva alocação distinta. “Pelo menos resolve o gargalo que unidades e decanias têm”. Ele anunciou ainda licitação para nove lotes de serviço (entre os quais um exclusivo para unidades do Centro, como o IFCS e o IH) para manutenção predial.

A UFRJ chora sem consolo

 

“Os telhados do palácio universitário foram totalmente reformados em 2017. Menos de um ano após a conclusão, começaram as goteiras”, alertou um estudante, depois da postagem do DCE,  questionando se a empresa responsável chegou a ser responsabilizada. Outro completou: “A  estrutura da praia vermelha e do ifcs vai desabar e ainda vão falar que foi acidente”. E alguns cogitavam a necessidade de interdição do prédio. “A UFRJ chora. Sem consolo”, completou uma estudante.

Não foi apenas no palácio

Além da inundação no palácio, quatro árvores caíram naquele campus. Uma delas no terreno da Casa da Ciência e outras três no campinho. Foi em torno das 19h, quando, segundo o prefeito Marcos Maldonado, ventos acima de 56 km atingiram o Centro e a Zona Sul. As ruas da Praia Vermelha ficaram alagadas. Menos de 12 horas depois, na manhã do dia seguinte, a Prefeitura já providenciava a retirada das árvores.

Maldonado contou ainda que técnicos do Instituto Patrimônio Histórico e Artístico Nacional estiveram lá, nesta quarta-feira, fiscalizando o local.

Mas o prefeito não pode adiantar informações sobre as condições do palácio. A Coordenação de Preservação de Imóveis Tombados (Coprit) dos Escritório Técnico Universitário (coordenado por Roberto Machado) é quem cuida do patrimônio tombado. O setor já foi contatado por e-mail, conforme orientação do diretor, e aguardamos resposta.

História

Inaugurado por D. Pedro II, em dezembro de 1852, o hospital dos alienados funcionou por 92 anos, até que em setembro de 1944, os últimos enfermos foram transferidos para os Hospitais colônia Juliano Moreira e Gustavo Riedel. Abandonado e em ruínas, esteve a ponto de ser demolido, mas foi tombado pelo Patrimônio Histórico e doado a Universidade do Brasil. Em  dezembro de 1949 estava parcialmente restaurado, e tornou-se sede da reitoria da Universidade do Brasil. A reconstrução foi até 1952.

Prefeitura se mobiliza rapidamente para retirar árvores caídas e limpar áreas da PV atingidas

imagens: arquivo da Prefeitura

   

Estudantes registram momento em que a água cai do teto no palácio

 

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