Por Agatha, manifestantes convocam ato na ALERJ contra política de extermínio de Witzel

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Será nesta segunda-feira às 17h

“Não pode ser normal, uma criança de 8 anos morrer executada pelo estado”, diz militante do coletivo Enegrecer, um dos responsáveis pela convocação do ato

Por Lucas Rocha / Revista Fórum

Depois de uma grande mobilização nas redes sociais, a revolta contra o governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, promete ganhar as ruas e cobrar ações da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (ALERJ) contra a política de extermínio empreendida pelo governador. Witzel é apontado como principal responsável pelo assassinato da menina Agatha Félix, de 8 anos, que morreu após ser atingida por tiro de fuzil enquanto voltava para casa com sua família.

“No Rio de Janeiro se acirra a implementação de um modelo de Segurança Pública baseado no confronto. Desde de 1 de Janeiro, quando Wilson Witzel tomou posse, estamos presenciando operações policiais diárias nas favelas e que até início de agosto matou 1075 pessoas pelas mãos do Estado”, diz evento puxado pelo movimento Enegrecer na próxima segunda-feira às 17h. “VIDAS NEGRAS IMPORTAM! Witzel a culpa é sua, tem sangue de crianças na sua mão”, completa.

Segundo Vitória Rosa, integrante do Enegrecer e diretora de combate ao racismo da União Estadual dos Estudantes do Rio de Janeiro (UEE-RJ), o objetivo do ato é denunciar para a população a insatisfação da juventude enquanto juventude negra sobre a política de segurança pública do estado. “Não pode ser normal, uma criança de 8 anos morrer executada pelo estado”, disse a estudante de Engenharia da UERJ à Fórum.

Vitória conta que o Enegrecer avalia o governo Witzel como racista. “Dizemos isso baseado no que apresentou na campanha e no que está apresentando até agora. Foram 1075 mortos pelo estado em 8 meses de governo. Foi pedreiro sendo assasinado, casa sendo derrubada, escola sendo alvejada e famílias sendo destruídas. Segurança para quem? Para quem serve essa política?”, denuncia.

A convocatória do evento, que também conta com a participação de entidades estudantis e outros coletivos, ainda aponta que “não é de hoje que os governantes do Rio de Janeiro tem declarado guerra às drogas, promovendo massacres, tirando a vida da população pobre e negra. Todavia, o facínora que ocupa o Palácio das Laranjeiras, não mede esforços em aprofundar a matança”.

O evento e o Enegrecer não pautam o impeachment do governador Wilson Witzel, que foi defendido pelo ex-ministro da Educação, Fernando Haddad. “O processo do golpe de 2016 nos ensinou o quanto é caro o voto. Precisamos denunciar o que essa política representa para que não elejamos de novo um representante de punho autoritário e genocida”, disse a diretora da UEE.

Reprodução/Voz das Comunidades
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