Greve dos Correios tem adesão de 70% dos trabalhadores em todo o Brasil

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Luta recebe apoios de várias categorias e mobilização pode aumentar ainda mais. A greve é pela vida, por manutenção de direitos e contra a privatização

Matéria retirada do site da CUT

Cerca de 70% dos trabalhadores e trabalhadoras dos Correios de todo o Brasil paralisaram as atividades em uma ampla mobilização nacional contra a retirada de direitos, em defesa da vida e contra a privatização, de acordo com estimativas dos sindicatos filiados a Federação Nacional dos Trabalhdores em Empresas de Correios e Telégrafos e Similares (Fentect).

A greve que é por tempo indeterminado e foi iniciada nesta segunda-feira (18) tem a adesão tanto do setor operacional, quanto administrativo. A maioria dos sindicatos promoveu atividades durante o dia, como atos e manifestações que reafirmaram a unidade e luta pela manutenção dos direitos e em defesa da vida.

Várias mensagens de apoio á luta da categoria foram postadas nas redes sociais, entre elas uma do presidente da CUT, Sérgio Nobre, que colocou toda a estrutura da central à disposição dos trabalhadores dos Correios e alertou que esta greve é de toda a classe trabalhadora.

A luta dos trabalhadores dos Correios por direitos é de toda classe trabalhadora

Os trabalhadores agradeceram todo apoio e solidariedade de quem reconhece as dificuldades de uma luta como essa, em plena pandemia do novo coronavírus, que já matou quase 110 mil brasileiros. A categoria segue com a saúde e vida ameaçados pela negligência e descaso da gestão dos Correios, que tem a frente o general Floriano Peixoto, em relação aos riscos de contaminação e morte por Covid-19.

Os dirigentes da Federação ressaltam que desde o início da pandemia foi necessário travar uma luta judicial, com uma verdadeira guerra de liminares, para garantir equipamentos mínimos de proteção individual, testagem de trabalhadores e afastamento dos que estão nos grupos de risco, como trabalhadores com comorbidades ou idosos.

Para os sindicalistas, essa ação negacionista da empresa expõe não só a vida dos trabalhadores e seus familiares, mas também a da população. Prova disso é a quantidade de óbitos e trabalhadores contaminados, a qual a empresa vem se negando a fornecer os dados oficiais.

Com base em informações encaminhadas pelos sindicatos filiados, a Federação estima em mais de 70 os óbitos de trabalhadores da ativa vítimas da Covid-19.

Apesar do avanço da pandemia, afirmam, muitas agências dos Correios ainda não têm segurança mínima de trabalho, nem tampouco para atendimento do público.

A luta dos trabalhadores dos Correios, afirmam os sindicalistas da Fentect, é pela manutenção dos direitos conquistados em anos de enfrentamento e em defesa da vida e também contra o desmonte da empresa que o governo de Jair Bolsonaro (ex-PSL) quer privatizar.

Em nota, a Frentect pede “a compreensão da sociedade nessa luta”, diz que segue aguardando “uma postura correta da empresa, de negociação, para que os trabalhadores não sejam ainda mais penalizados nessa pandemia, assim como a população”.

De acordo com a entidade, novas assembleias serão realizadas nos estados ao longo da semana, com avaliação de greve. No entanto, a greve deve contar com novas adesões dada a retirada de direitos, prevista no Acordo Coletivo da categoria que teria vigência até 2021, e perdas salariais que chegam a 40% da remuneração, além de direitos como licença maternidade de 180 dias e auxilio para dependentes com necessidades especiais. A nossa luta é pelo Brasil.

Confira aqui os principais direitos retirados da categoria.

 

 

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