Afastado do Ministério da Educação (MEC) desde final de março, e preso após operação da Polícia Federal em meados de junho, o ex-ministro da Educação Milton Ribeiro é o pivô de um escândalo de corrupção de grandes proporções na pasta que comandava.
Envolvendo a mediação de pastores e, segundo o próprio Ribeiro, orientações diretas do presidente Jair Bolsonaro, o escândalo de corrupção no MEC sintetiza didaticamente a forma de atuação do Governo Federal, com o discurso falsamente moralista e ideologicamente inflamado, caminhando junto do saque dos cofres públicos e da troca de favores com a velha política.
Após reportagens que expuseram parte da rede de corrupção no MEC, investigações iniciais feitas pelo Tribunal de Contas da União (TCU) e pela Controladoria Geral da União (CGU) estimam que R$ 31 bilhões de reais foram desviados dos cofres públicos em 2021.
Esse total inclui R$ 12,2 bilhões em irregularidades constatadas pelo TCU na prestação de contas do governo Jair Bolsonaro (motivo pelo qual as contas foram aprovadas com “ressalvas”) e R$ 18,8 bilhões mapeados por técnicos da CGU como distorções no Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) – que está no centro do escândalo do MEC e é comandado por membros do partido ao qual Bolsonaro se filiou neste ano.
O Senado já aprovou o requerimento para instaurar uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) sobre o MEC, mas os governistas manobram para postergar as investigações para depois das eleições. O medo toma conta de Brasília.
Eles transformaram o Ministério da Educação em um grande balcão para negócios corruptos. Agora, estão apavorados. (Associação dos Professores do Paraná)