Nesta segunda-feira, 25 de julho, celebramos o Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha, e, no Brasil, o Dia Nacional da Tereza de Benguela – uma líder esquecida pela história. A nossa rainha!
Por falta de registros, não se sabe exatamente quando e onde Tereza veio ao mundo. Pode ter sido tanto na África, quanto no Brasil, o que se sabe é que a história brasileira agradece pela existência dessa grande mulher. Tereza viveu no século XVIII e foi casada com José Piolho, que chefiava o Quilombo do Piolho ou Quariterê.
Atualmente, o Quilombo do Quariterê estaria localizado no município de Vila Bela da Santíssima Trindade, há 548 km da capital Cuiabá. Era um local de difícil acesso, o que era bom para a construção de um território que abrigaria escravos e indígenas fugitivos.
O Quilombo de Quariterê foi o maior do Mato Grosso, e contava com negros nascidos na África e no Brasil, indígenas e mestiços, e sofreu muitos ataques de bandeirantes entre 1730 e 1795, a mando da capitania regional. Em um desses ataques o quilombo foi destruído. Há registros de que alguns quilombolas conseguiram fugir e restituíram o local. No entanto, os ataques não cessaram e em 1795 o quilombo foi dizimado.
A vida de Tereza mudou quando seu marido foi assassinado pelos soldados do estado e ela se tornou a chefe do quilombo. Também chamada de rainha, Tereza foi um exemplo de bravura e eficiência. Ela criou um parlamento para decidir em grupo as ações da comunidade. Os quilombolas viviam do cultivo do algodão, milho, feijão, mandioca e banana, e também da venda dos excedentes produzidos.
Além desses cuidados, Tereza comandava a estrutura política, econômica e administrativa do quilombo. Ela manteve um sistema de defesa com armas trocadas com os brancos ou roubadas das vilas próximas, e muito inteligentemente, Tereza transformou os ferros, que eram usados contra a comunidade negra, em instrumentos de trabalho
Parecia que tudo que a rainha Tereza tocava dava certo, e não foi à toa que, no Brasil, em 2 de junho de 2014 o dia 25 de julho foi instituído o Dia Nacional de Tereza de Benguela e da Mulher Negra pela Lei Nº 12.987. Tereza também foi homenageada em 1994 pela escola de samba Unidos do Viradouro com o enredo “Tereza de Benguela – Uma Rainha Negra no Pantanal”.
Não se tem registro de como Tereza veio a falecer, mas há duas versões muito conhecidas. A primeira seria que, por volta de 1770, ela teria cometido suicídio depois de ser capturada a mando da Capitania do Mato Grosso. A outra versão é que, por volta da mesma época, a rainha tenha sido assassinada e sua cabeça exposta no centro do quilombo. Independente de como foi a sua morte, Tereza lutou até o fim para proteger o seu povo que fugia da escravidão. Ela com certeza foi uma heroína que infelizmente a história resolveu apagar
Com informaçãos do site Universo Preto