UFRJ recebe apenas um terço das vacinas necessárias para imunizar grupos prioritários

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A incúria do governo Bolsonaro faz estragos neste início de vacinação. Na UFRJ, o número de vacinas que chegaram  não são suficientes nem para atender os grupos prioritários do HU e IPPMG. O Centro de Vacinação de Adultos (CVA) e o setor da Coordenação de Políticas de Saúde do Trabalhador (CPST), solicitaram à Central de Distribuição da Secretaria Municipal de Saúde sete mil doses tendo em vista o público alvo de acordo com o plano nacional de vacinação – no caso da UFRJ, profissionais que atuam na linha de frente como no  HU e no IPPMG. Mas só chegaram 2.150 (1440 para o HU, 310 para o IPPMG, 380 para o Centro de Testagem Diagnóstica e 20 para o CVA). Ou seja, um número muito aquém da necessidade.  A UFRJ se vê, assim, obrigada a selecionar prioridades dentro da prioridade (todos que precisam de imunização imediata).

Não há previsão das demais doses. Sequer para todos os profissionais de saúde,  muito menos para população, cenário resultante da negligência, descaso e falta de logística do governo Bolsonaro.

Claro que as outras unidades de Saúde da UFRJ reclamam as doses necessárias para seus grupos prioritários. Maternidade Escola, Institutos de Psiquiatria, Neurologia, Hesfa, Instituto de Ginecologia. nas quais atuam profissionais expostos ao vírus.

No meio da tarde, o Sintufrj foi informado de que chegaram doses para a Maternidade Escola, mas em número que não atende a demanda, e que a unidade iniciou a vacinação.

 

Sintufrj está agindo

O Sintufrj reivindicou as direções das unidades algum posicionamento. “A informação que temos é que as secretarias de saúde dos municípios estariam centralizando o recebimento dos lotes de vacina e, a partir daí, enviando para as áreas programáticas o quantitativo necessário de dosagens para os profissionais de saúde. Foi divulgado pela UFRJ que as doses seriam distribuídas no HU, IPPMG, CTD e CVA, porque estão inseridos na área programática da região da Ilha do Governador (que engloba o Fundão e que já recebeu as doses)”, disse a coordenadora geral do Sintufrj Gerly Miceli.

No entanto, como a Maternidade Escola, Ipub e Neurologia, por exemplo, pertencem a área programática 2.1 (da Zona Sul), cujo cronograma estava atrasado, o acesso à coronavac não tem previsão. Mesmo caso do Hesfa e do Instituto de Ginecologia, da área programática do Centro (AP 1.1).

A coordenadora foi informada que, tanto as direções quanto a própria CPST estão pressionando pelo cronograma que inclua na distribuição os hospitais da UFRJ.

“O Sindicato solicitou que as direções dos hospitais produzissem nota esclarecendo a comunidade. Por outro lado, avaliamos que a nota publicada pela UFRJ não deixou esse tipo de detalhe claro e por isso ficou a dúvida. Mas uma coisa está clara: pela falta de competência e de logística do governo Bolsonaro hoje se tem esse processo de vacinação desorganizado, sem quantidade suficiente nem para os mais expostos dentro dos grupos prioritários”, afirma a dirigente do Sintufrj. “Temos que pressionar e responsabilizar o governo federal, o principal culpado. Até mesmo pelos entraves que criou, com tanto desgastes na relação com outros países, para importação de vacinas e matéria prima para continuar a vacinação”, disse.

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