Centro de Triagem da covid/UFRJ constata que o vírus está mais forte

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O Centro de Triagem e Diagnóstico para a Covid-19 da UFRJ (CTD) e o Laboratório de Virologia Molecular divulgaram, na quarta-feira, 24, dia em que o descontrole da pandemia no país atingiu a dolorosa marca de mais de 300 mil vítimas –, boletim constatando o aumento de casos e a elevação da carga viral do novo coronavírus.

De acordo com o boletim, foi observado, nas duas últimas semanas, um aumento da positividade do RT-PCR dos casos sintomáticos, que passou de 11,6% (Semanas Epidemiológicas 9 e 10) para 20,1% (Semanas Epidemiológicas 11 e 12). 

Alerta dos especialistas 

A coordenadora do CTD Covid-19, Terezinha Castanheiras, e o chefe do Laboratório de Virologia, Amílcar Tanure, que assinam o boletim, ressaltam que no mesmo período foi constatado cargas virais mais elevadas, risco de aumento de transmissibilidade e, consequentemente, potencial de explosão de casos nas semanas subsequentes. 

sNo documento, os doi especialistas alertam pasificaçra a necessidade da intenão das medidas de contingência. Na sexta-feira, 26 de março, terá início no Estado do Rio, notadamente nos municípios do Rio de Janeiro e Niterói, o período de medidas restritivas para tentar frear a expansão do contaminação viral, que vai inicialmente até 4 de abril. Apenas serviços essenciais funcionarão.

Orientação

Os Comitês Científicos do Rio e de Niterói apresentaram posicionamento consensual sobre a necessidade urgente da implementação de medidas restritivas de circulação e aglomeração de pessoas, considerando todos os indicadores de crescimento da contaminação e as consequências da pandemia da Covid-19, incluindo a iminente saturação da capacidade do atendimento hospitalar da rede pública e privada. 

De acordo com os comitês, os 10 dias de restrições, em hipótese alguma devem ser considerados feriadão, mas sim como medidas para conter a mobilidade e reforçar o isolamento social, mas as atividades produtivas podem e devem ser mantidas a distância, respeitando as diretrizes e orientações municipais.

Os comitês também manifestaram a necessidade da sinalização de um plano de retorno, com revisão das medidas restritivas adotadas nos 10 dias e uma comunicação segmentada, assertiva, ressaltando que toda a rede de atenção à saúde pública e privada deverá continuar funcionando no período, incluindo a vacinação, atendendo às orientações sanitárias. 

Os integrantes dos comitês entendem ainda que medidas de assistência social e compensação a indivíduos e empresas são importantes como mitigação ao impacto econômico derivado dessas restrições e do engajamento.

Crescimento da contaminação 

Nas últimas semanas, o Rio de Janeiro viveu uma escalada no número de internações e de aumento de casos e mortes pela Covid. De acordo com os dados da Secretaria Estadual de Saúde, 18 municípios não têm mais vagas de tratamento intensivo e estão com 100% de ocupação. Em todo o estado, 493 pacientes com a Covid-19 aguardavam vagas para tratamento intensivo.

Em Niterói, entre os dias 1º e 11 de março, o número de pacientes com a doença internados em leitos clínicos subiu 80%: de 78 para 140. Em UTIs, foi de 109 para 174, uma alta de 60% em dez dias. No dia 11, o município tinha 527 casos ativos da doença, o maior índice em dois meses. 

Além do crescimento nas internações, o alto número de novos casos por semana também preocupa. Desde maio, a Prefeitura de Niterói divulgou 41 relatórios semanais de monitoramento da pandemia, e em nenhum deles a cidade conseguiu sair do estágio considerado de altíssima gravidade pelo comitê científico no indicador de incidência de novos casos.

 

 

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