24 DE MARÇO – DIA NACIONAL DE LUTA PELA VIDA!

Faixa do Sintufrj na passarela da Linha Vermelha próxima ao HUCFF.

VACINA NO BRAÇO, COMIDA NO PRATO!

Neste 24 de março, no pior momento da pandemia, com mais de 300 mil vítimas da Covid-19, trabalhadores e militantes dos movimentos sociais realizaram o Lockdown Nacional, Dia de Luta em Defesa da Vida, da Vacina, do Emprego e do Auxílio Emergencial de R$ 600,00 para os desempregados e informais. 

Em todas as regiões do país esta quarta-feira foi marcada por faixaços, atos simbólicos e lives nas redes sociais. Para encerrar a programação de mobilizações organizada pela CUT e demais centrais sindicais, junto com movimentos sociais, a população foi convocada para realizar um panelaço contra Bolsonaro, às 20h30. 

Mobilização

Avenidas e rodovias amanheceram bloqueadas na região metropolitana de São Paulo. O Rio de Janeiro também amanheceu com luta na região metropolitana. A Frente Povo sem Medo bloqueou a RJ-104, entre Niterói e são Gonçalo. E no Centro do Rio os trabalhadores participaram de um ato simbólico contra o governo Bolsonaro. Várias categorias ocuparam as esquinas da Avenida Rio Branco, entre a Candelária e a Cinelândia, com cruzes e faixas para denunciar as mortes e os casos da doença que não param de crescer. 

O Sintufrj fez atividades on line e mobilizações virtuais, marcando presença na Linha vermelha com a exposição de uma enorme faixa que dizia: “Vacina no Braço, Comida no Prato. Fora Bolsonaro”. O Sindicato também distribuiu cestas básicas na Cidade de Deus, Vila Kenedy e no Complexo da Maré.

“Não participamos do ato presencial no Centro da cidade porque optamos por ações nas redes sociais para não fomentar aglomeração e em respeito às vidas perdidas para a Covid-19. Realizamos mobilizações virtuais. Colocamos a faixa ‘Fora Bolsonaro”, divulgamos um card na internet sobre o dia 24 e produzimos os adesivos junto com a Frente Brasil Popular e Povo Sem Medo para o grupo que deu visibilidade ao Dia Nacional de Luta em Defesa da Vida. Acho importante destacar a nossa atividade de solidariedade nas comunidades com a distribuição de cestas básicas como contribuição para esse dia de luta e denúncia do governo genocida de Jair Bolsonaro”, declarou a coordenadora do Sintufrj, Noemi de Andrade.

Lambe-lambes no Ceará

Cartazes com críticas à Bolsonaro foram espalhados em vários pontos de Fortaleza. Os lambe-lambes, que foram colados em muros pela capital cearense, relacionam Bolsonaro e sua equipe econômica ao aumento do preço de alimentos como arroz, feijão, carne e óleo de cozinha. Além disso, os cartazes também alertaram sobre a alta dos preços nas bombas de combustíveis.

Sem-Terra trancam rodovia

No Paraná, famílias dos acampamentos Helenira Rezende e Hugo Chávez, do MST, trancaram pela manhã a BR 155.

Fora Bolsonaro no Acre

Em Rio Branco, no Acre, camponesas foram à região central na cidade e estenderam faixas que pediam a saída de Bolsonaro da presidência.

Rio Grande do Sul pede vacina

Nos municípios de Gravataí e São Leopoldo, no Rio Grande do Sul, os trabalhadores espalharam faixas em diversos pontos das cidades pedindo vacinação e auxílio emergencial.

Homenagem em Santa Catarina

Já em Blumenau, Santa Catarina, os manifestantes colocaram cruzes na entrada da cidade, para lembrar as vítimas da Covid-19.

Petroleiros cruzam os braços em Pernambuco

Integrantes da Federação Única dos Petroleiros do Terminal Aquaviário de Suape, em Pernambuco, aderiram à paralisação e cruzaram os braços pela manhã. Na capital do estado, manifestantes caminharam até o Palácio do Governo, onde entregaram uma carta com propostas para a classe trabalhadora.

Ato simbólico em Brasília

Na capital federal teve colagem de lambe-lambes e faixas para denunciar o governo. Um ato simbólico também aconteceu em frente à sede dos Correios. 

Rodovia fechada no Pará

 No município de Curionópolis, no Pará, os trabalhadores fecharam a PA-275.

 

O Centro de Triagem e Diagnóstico para a Covid-19 da UFRJ (CTD) e o Laboratório de Virologia Molecular divulgaram, na quarta-feira, 24, dia em que o descontrole da pandemia no país atingiu a dolorosa marca de mais de 300 mil vítimas –, boletim constatando o aumento de casos e a elevação da carga viral do novo coronavírus.

De acordo com o boletim, foi observado, nas duas últimas semanas, um aumento da positividade do RT-PCR dos casos sintomáticos, que passou de 11,6% (Semanas Epidemiológicas 9 e 10) para 20,1% (Semanas Epidemiológicas 11 e 12). 

Alerta dos especialistas 

A coordenadora do CTD Covid-19, Terezinha Castanheiras, e o chefe do Laboratório de Virologia, Amílcar Tanure, que assinam o boletim, ressaltam que no mesmo período foi constatado cargas virais mais elevadas, risco de aumento de transmissibilidade e, consequentemente, potencial de explosão de casos nas semanas subsequentes. 

sNo documento, os doi especialistas alertam pasificaçra a necessidade da intenão das medidas de contingência. Na sexta-feira, 26 de março, terá início no Estado do Rio, notadamente nos municípios do Rio de Janeiro e Niterói, o período de medidas restritivas para tentar frear a expansão do contaminação viral, que vai inicialmente até 4 de abril. Apenas serviços essenciais funcionarão.

Orientação

Os Comitês Científicos do Rio e de Niterói apresentaram posicionamento consensual sobre a necessidade urgente da implementação de medidas restritivas de circulação e aglomeração de pessoas, considerando todos os indicadores de crescimento da contaminação e as consequências da pandemia da Covid-19, incluindo a iminente saturação da capacidade do atendimento hospitalar da rede pública e privada. 

De acordo com os comitês, os 10 dias de restrições, em hipótese alguma devem ser considerados feriadão, mas sim como medidas para conter a mobilidade e reforçar o isolamento social, mas as atividades produtivas podem e devem ser mantidas a distância, respeitando as diretrizes e orientações municipais.

Os comitês também manifestaram a necessidade da sinalização de um plano de retorno, com revisão das medidas restritivas adotadas nos 10 dias e uma comunicação segmentada, assertiva, ressaltando que toda a rede de atenção à saúde pública e privada deverá continuar funcionando no período, incluindo a vacinação, atendendo às orientações sanitárias. 

Os integrantes dos comitês entendem ainda que medidas de assistência social e compensação a indivíduos e empresas são importantes como mitigação ao impacto econômico derivado dessas restrições e do engajamento.

Crescimento da contaminação 

Nas últimas semanas, o Rio de Janeiro viveu uma escalada no número de internações e de aumento de casos e mortes pela Covid. De acordo com os dados da Secretaria Estadual de Saúde, 18 municípios não têm mais vagas de tratamento intensivo e estão com 100% de ocupação. Em todo o estado, 493 pacientes com a Covid-19 aguardavam vagas para tratamento intensivo.

Em Niterói, entre os dias 1º e 11 de março, o número de pacientes com a doença internados em leitos clínicos subiu 80%: de 78 para 140. Em UTIs, foi de 109 para 174, uma alta de 60% em dez dias. No dia 11, o município tinha 527 casos ativos da doença, o maior índice em dois meses. 

Além do crescimento nas internações, o alto número de novos casos por semana também preocupa. Desde maio, a Prefeitura de Niterói divulgou 41 relatórios semanais de monitoramento da pandemia, e em nenhum deles a cidade conseguiu sair do estágio considerado de altíssima gravidade pelo comitê científico no indicador de incidência de novos casos.

 

 

Dirigentes reforçam importância de uma paralisação total por 21 dias e a necessidade de proteção social. “Ciência diz que é único caminho para frear a pandemia”, diz presidente da CUT

Matéria retirada do site da CUT. 

 

O tema central da live realizada nesta quarta-feira (24) pelos presidentes da CUT, Sérgio Nobre, e da Força Sindical, UGT, CTB, NCST e CSB, além da governadora do Rio Grande do Norte, Fátima Bezerra (PT), foi a necessidade – recomendada por autoridades de saúde e cientistas – de o país parar por 21 dias em um lockdown nacional que, em conjunto com a vacinação em massa, pode conter o avanço acelerado das contaminações e mortes pelo coronavírus.

A paralisação das atividades, defendida por governadores e prefeitos em todo o país, enfrenta a fúria negacionista do presidente Jair Bolsonaro (ex-PSL) que, a pretexto de defender a economia, é contra qualquer tipo de isolamento social. Para ele, só idosos e pessoas doentes devem ficar em casa, apesar do total de doenrtes e mortos entre os jovens ter aumentado muito este ano.

Representando o Fórum Nacional de Governadores, Fátima Bezerra afirmou durante a transmissão que nenhum governante “fica feliz em adotar medidas de restrição, mas elas são necessárias nesse momento, para salvar vidas”.

“Não é fácil adotar medidas mais duras, mas temos que ter responsabilidade e em momentos de crise temos que fazer escolhas para garantir a sobrevivência à população”, disse a governadora.

Sérgio Nobre, presidente da CUT, reforçou que, conforme atestam os cientistas, “a medida mais adequada para frear a pandemia é um lockdown nacional de 21 dias”. Mas, ele ressaltou, para isso é preciso ter condições se referindo à necessidade do auxílio emergencial para que as pessoas possam sobreviver em casa e não terem de enfrentar riscos de contaminação nas ruas por precisarem sair para trabalhar.

“O trabalhador sabe dos riscos de sair, mas vai porque precisa sobreviver e o [novo] auxílio emergencial não compra nada. É um desrespeito”, disse o dirigente se referindo aos valores definidos pelo governo para a nova fase, que vão de R$ 150 a R$ 375.

Sérgio ainda rebateu argumentos do governo de que não tem dinheiro para pagar um auxílio emergencial digno aos trabalhadores. “É mentira que o país não tem recursos. O Brasil tem condições de pagar os R$ 600 e já apontamos várias alternativas”, disse o dirigente.

 

Sérgio Nobre, presidente da CUT

 

O auxílio emergencial, amplamente defendido pelos presidentes das centrais para que seja pago, no mínimo, no mesmo valor do ano passado também foi citado por Fátima Bezerra como fundamental para a estratégia de conter o avanço da pandemia.

“É inadmissível o auxílio ter sido cortado. Só um governo que não tem a sensibilidade de entender o drama que as famílias de baixa renda passam, toma uma atitude de tanto desprezo como foi suspender o auxílio em dezembro”, disse a governadora.

Ela contou ainda que no ano passado, governadores do Nordeste tiveram uma reunião com Bolsonaro e quando apresentaram a ideia de um programa de renda básica, o governo se mostrou indiferente.

Para ela, mais do que nunca, um dia nacional de luta, como esta quarta-feira, Dia de Luta em Defesa da Vida, da Vacina, do Emprego e do Auxílio Emergencial de R$ 600 – Lockdown Nacional –  deve ganhar fôlego pelo Brasil e “tocar os corações” do Congresso Nacional, para que parlamentares se sensibilizem sobre o tema.

Não podemos aceitar essa desidratação do auxílio emergencial. O povo merece respeito.

– Fátima Bezerra

A governadora reforçou ainda que “sem suporte social para famílias de baixa renda, não haverá condições de segurar medidas restritivas por mais tempo”.

Dia de conscientizar a população

O objetivo da live assim como do conjunto de atividades realizadas em todo o país é conscientizar a população acerca do caos social, econômico e, principalmente, de saúde, vivido pelo Brasil atualmente, consequência da política genocida de Bolsonaro.

O presidente continua negando a ciência, minimizando a pandemia, desdenhando de medidas protetivas contra a contaminação e tentando incitar a população a acreditar que a crise sanitária é um “exagero”, enquanto o país caminha para as mais de 300 mil vidas perdidas para Covid-19.

É dia também de lutar pelas vacinas para todos e todas, por emprego e por um auxílio emergencial de R$ 600.

Vacinação em massa

Vacinas contra Covid-19 para todos e todas foi outro ponto destacado pelos dirigentes das centrais e também pelo representante da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), Ildeu Moreira. Ele afirmou que a vacina pode resolver de forma efetiva o avanço da pandemia e que “o governo tem total responsabilidade quanto à imunização da população”.

Para combater o negacionismo do governo que resulta na falta de ações de enfrentamento, inclusive a negligência na aquisição de vacinas, e que tem custado a vida de muitos brasileiros, a SBPC apresentou ao Congresso um documento propondo um conjunto de medidas para enfrentar a pandemia, entre elas, o lockdown total no país, como exigem os presidentes das centrais sindicais.

“É importante ter um plano nacional porque o Brasil tem infraestrutura para isso. No entanto, foi a política de descoordenação, de negacionismo e desmonte que favoreceu a morte e não a vida”, afirmou Ildeu Moreira.

No mesmo tom, Antônio Neto, presidente da Central de Sindicatos Brasileiros (CSB) criticou o atraso do Brasil na imunização e se referiu a tratamentos precoces como charlatanismo. “A vacina é uma das únicas formas de fazer com que tudo possa voltar ao normal e muitos países são exemplo disso”, ele disse.

Para Adilson Araújo, presidente da Central de Trabalhadores do Brasil (CTB), é grave o estado do país. “Sobra a prevalência do negacionismo, das doses de ‘cloroquina’, de Ivermectina e o Brasil caminha para seu estado terminal”, criticou o dirigente.

Emprego

Ainda para o presidente da CTB, o debate sobre reverter o quadro de desemprego no país está associado à discussão do afastamento de Bolsonaro.

“Temos 14 milhões de desempregados hoje. A Pnad [pesquisa feita pelo IBGE], diz que 79 milhões de pessoas estão fora da força de trabalho. Não temos nenhuma perspectiva de geração de empregos. Portanto, não tem como querer geração de emprego e renda à luz da mediocridade mediana de Bolsonaro”, disse Araújo.

Ação das centrais

Desde o início da pandemia, as centrais sindicais lutam por soluções que protejam os trabalhadores. Exemplo mais claro é o auxílio emergencial que, por pressão das entidades, foi aprovado pelo Congresso em março do ano passado com valor de R$ 600 – o triplo do que pretendia Bolsonaro na época.

Ricardo Patah, presidente da União Geral dos Trabalhadores (UGT), lembra que o esforço das centrais sensibilizou o Parlamento para virar o jogo, o que “salvou pessoas que já estavam à margem da miséria”. O dirigente lembrou ainda que o programa, como foi aprovado, influenciou também na redução da queda do PIB.

“[A queda do PIB] Teria sido de 9%, o dobro do que foi realmente, 4,9%. A pobreza hoje seria ainda maior do que é”, disse Patah.

Miguel Torres, presidente da Força Sindical, lembra que Bolsonaro foi obrigado a assinar a Lei que instituiu o auxílio, mas de lá para cá, “o governo não fez mais nada que pudesse enfrentar a pandemia. Negou a ciência, quaisquer medidas de enfrentamento e divulgou remédios sem eficácia”.

Por isso, ele disse, as centrais se mantiveram unidas na pauta que trata, em primeiro plano, da vida e dos trabalhadores mais vulneráveis. Em janeiro deste ano, as centrais elencaram as cinco prioridades na luta contra a Covid-19: vacina já!, auxílio emergencial, proteção ao emprego e renda, financiamento a micro e pequenas empresas e uma campanha nacional de solidariedade.

Sérgio Nobre afirmou que a proteção ao emprego é importante, mas a proteção às empresas também é necessária.

“Pequenos negócios estão morrendo. Essas pequenas empresas são responsáveis por metade dos empregos gerados no país e precisam de linha de crédito a fundo perdido. Elas não têm como devolver, todo mundo sabe disso, precisam ser salvas”, disse o presidente da CUT.

Orçamento

Tema de relevância, o corte de R$ 36 bilhões na saúde, no orçamento da União para 2021, foi citado pelo presidente da Nova Central Sindical de Trabalhadores (NCST), José Reginaldo Inácio.

Para ele, a atenção que o governo federal dá ao Sistema Único de Saúde (SUS) afronta o mundo inteiro, e para o SUS cumprir sua missão, tem que ter orçamento.

“A saúde precisa sobreviver, mas o governo está transformando o Brasil num hospedeiro do mal. O povo brasileiro, antes feliz, agora é um povo sofrido que o mundo não quer nem chegar perto”, disse o dirigente.

Governadores

Parte da frente de resistência e combate à pandemia, as propostas do Fórum Nacional de Governadores, que reúne 21 governadores estaduais, convergem com as propostas das centrais. Uma delas é o lockdown por 21 dias, com amparo social aos trabalhadores, para que fiquem em casa.

Na manhã desta quarta-feira, o governador do Piauí, Wellington Dias, que preside o fórum, participou de um encontro em Brasília, envolvendo presidentes da Câmara dos Deputados, Artur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), além de Luiz Fux, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), e o presidente Jair Bolsonaro, para tratar de uma estratégia no enfrentamento à Covid-19.

Durante a live, Fátima Bezerra, que representou o Fórum, anunciou e comentou o resultado da reunião com Bolsonaro.

“O presidente anunciou que, a partir de agora, vai ter um comitê de crise e que vai redirecionar o enfrentamento. Espero que seja verdade e isso tem que começar por ele enterrar o desprezo pela ciência, abandonar definitivamente a postura negacionista que foi decisiva para fazer a gente chegar a essa tragédia, com 300 mil mortos e o Brasil sendo visto como pais que pior tratou a pandemia”, disse Fátima Bezerra.

 

Veja a íntegra da live:

 

 

 

Os números da pandemia no Brasil são os piores do mundo, seja em óbitos ou casos confirmados de Covid-19. DF tem momento de caos com corpos pelo chão de hospitais, já São Paulo bate todos os recordes de mortes

Matéria retirada do site da CUT. 

Em quase três meses, o Brasil registrou 100 mil vítimas fatais de Covid-19, doença provocada pelo novo coronavírus, e com a escalada de mortes e novos registros de casos da doença, o país deve chegar nesta quarta-feira (24) à triste marca de 300 mil vidas perdidas desde o começo da pandemia.

A pandemia segue descontrolada no Brasil, que ainda não tem um comando nacional de combate ao vírus, e o presidente Jair Bolsonaro (ex-PSL) ainda ousou fazer um pronunciamento carregado de mentiras em cadeia nacional de TV. E isso nesta terça-feira (23), dia em que o país ultrapassou a marca de 3 mil mortes em apenas 24 horas.

Bolsonaro falou pouco e mentiu muito sobre as supostas ações do governo contra a Covid-19, tentou desfazer a imagem de negacionista e a barreira para a chegada das vacinas, apesar de ter rejeitado por meses propostas de imunizantes e até ter levantado dúvidas, sem provas, sobre a eficácia das vacinas. Foi recepcionado por um imenso panelaço em todo o país.

Brasil chega hoje a 300 mil mortes desde o início da pandemia

Os números da pandemia no Brasil são os piores do mundo, seja número de óbitos registrados ou de novos casos confirmados da doença. Nesta terça-feira (23), com 84.996 novas infecções notificadas, o total de pessoas contaminadas foi para 12.136.615. E com as 3.251 mortes registradas em apenas 24 horas, entre segunda e terça-feira, o total de óbitos desde o início da pandemia foi para 298.843.

O país está atrás apenas dos Estados Unidos, único país a chegar a um nível diário de mortes por Covid-19 tão elevado. O país americano registrou 4.470 mortes em 11 de janeiro de 2021, segundo a Universidade Johns Hopkins.

O quadro da pandemia de Covid-19 no Brasil se agravou nos últimos dias com o sistema de saúde em colapso, sem dar conta de atender todos os pacientes que chegam em estado grave, muitos passam dias em enfermarias lotadas, no chão em alguns locais, até conseguirem uma vaga em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI).

DF tem corpos pelo chão

No Distrito Federal, o sistema de saúde vive uma situação dramática, com corpos de vítimas de Covid-19 à espera de deslocamento em corredores de hospitais e até expostos no chão. As imagens que circulam pelas redes sociais mostram um corpo ensacado no piso. Em outra situação, há uma vítima da doença já sem vida enrolada em panos, sobre uma maca.

Em números atualizados pelo governo do Distrito Federal, 411 pacientes no aguardam de vaga de UTI para tratamento da doença. Os 432 leitos de atendimento intensivo de hospitais privados estão quase todos tomados, com apenas cinco vagas disponíveis. A pressão recai sobre os 409 leitos de Covid-19 da rede pública.

São Paulo vive momento delicado

São Paulo vive uma situação de calamidade pública. Apesar dos números altos de casos e mortes, o estado não consegue elevar o isolamento social, as pessoas continuam nas ruas.

Nesta terça-feira (23), pela primeira vez desde o início da pandemiao estado de São Paulo registrou mais de mil mortes por Covid-19. Foram 1.021 óbitos em 24 horas. Os dados são assustadores e preocupam as autoridades de saúde do estado.

Em todo o estado, há 28.738 pacientes internados se tratando da doença. Destes, 16.570 estão em enfermarias e 12.168 estão em UTIs.

Fiocruz aponta colapso e defende medidas rígidas por 14 dias

A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) através do boletim extraordinário do Observatório Covid-19, divulgado nessa terça, aponta o colapso do sistema de saúde em praticamente todo o país. A instituição pede aos estados medidas imediatas de lockdown.

A instituição sugere que todos estados e cidades classificados em “alerta crítico” por causa da lotação de leitos de UTI devem restringir todas as atividades não essenciais por 14 dias.

De acordo com os dados do boletim, ocorreram, em média, 73 mil casos diários e 2 mil óbitos por dia na última semana epidemiológica analisada do período de 14 a 20 de março de 2021. O número de casos cresce a uma taxa de 0,3% ao dia e o número de óbitos por Covid-19 aumentou para 3,2% ao dia, um ritmo ainda maior do que o das semanas anteriores.

Com relação às taxas de ocupação de leitos de UTI Covid-19 para adultos no SUS, os dados obtidos no dia 22 de março continuam indicando um quadro extremamente crítico no Brasil (a imagem do post mostra a taxa de ocupação de leitos UTI Covid-19 para adultos no SUS).

 

 

Neste dia de mobilização contra o governo genocida, a maioria das ações serão virtuais. Mas, no Rio, partidos do campo popular e movimentos sociais programaram manifestações presenciais em áreas do Centro do Rio e Niterói, com número limitado de pessoas.

#LockdownPelaVida #PararTudoPelaVida #ForaBolsonaro

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