Aumento salarial proposto por Sergio Moro a amigos da cúpula da PF custará R$ 7,8 milhões

A Medida Provisória, proposta por Moro durante as festas de fim de ano, será analisado pelo Congresso, que pode derrubar o aumento.

Matéria retirada da Revista Fórum.

O aumento nos salários da cúpula da Polícia Federal, ocupada em grande parte por amigos do ministro da Justiça, Sergio Moro, que atuaram com ele na Lava Jato, vai custar R$ 7,8 milhões, segundo estimativa que consta na medida provisória assinada pelo ex-juiz e por Jair Bolsonaro, publicada na última sexta-feira (3) no Diário Oficial da União.

A MP, proposta por Moro durante as festas de fim de ano, será analisado pelo Congresso, que pode derrubar o aumento.

“O fortalecimento da Polícia Federal se revela como um importante pilar na atual política de segurança pública. Portanto, o quadro, parece claro, fundamenta o uso de medida provisória em vez da apresentação de projeto de lei ordinária”, afirmou Moro no texto da MP, que não concede aumento aos demais cargos da PF.

Através de medida provisória publicada na última semana ele reestruturou cargos e distribuiu aumentos e gratificações.

Superintendentes regionais foram um degrau acima na remuneração do setor público. Já chefes de cartórios e de núcleos de operação passaram a receber um bônus.

A medida, de acordo com a coluna Painel, da Folha, é um afago à categoria que havia se ressentido pelo ministro ter concedido benefício apenas à Polícia Rodoviária Federal.

Abaixo-assinado contra MP que ataca autonomia universitária tem 50 mil assinaturas

Autor da petição eletrônica, o deputado federal Reginaldo Lopes diz que não há justificativa para que tal mudança seja feita por medida provisória

Matéria retirada do site da CUT 

O abaixo-assinado contra a MP 914, medida provisória que viola gravemente a autonomia universitária, já atingiu 50 mil adesões. “Não mediremos esforços para que essa medida seja imediatamente devolvida pelo presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e pelo presidente do Senado Federal, Davi Alcolumbre (DEM-AP), para que saia prevalecido o respeito à democracia, às instituições federais de educação e a seus educadores, servidores e estudantes”, diz a petição, de iniciativa do deputado federal Reginaldo Lopes (PT-MG),.

A MP 914 muda o rito para a eleição e nomeação dos reitores das universidades federais. De acordo com o texto, o presidente poderá não acatar o nome mais votado da lista tríplice de candidatos apresentada pela instituição. A regra também se aplica aos institutos federais de ensino e ao Colégio Dom Pedro II.

Na petição, Lopes pede ao Congresso a devolução da MP. Ele argumenta que, entre outros dispositivos da legislação brasileira, a MP viola o artigo 62 da Constituição Federal, que exige “relevância e urgência” como condição para a edição de medidas provisórias. O abaixo-assinado pode acessado aqui.

“Não há urgência ou qualquer outro elemento cabível para que uma mudança como essa seja feita por medida provisória”, destaca Reginaldo Lopes. Segundo o texto do abaixo-assinado, não há urgência ou qualquer outro elemento cabível para que a mudança seja feita por medida provisória, e não por projeto de lei.

A MP tem sido duramente criticada por entidades e personalidades acadêmicas. Caso do ex-ministro da Educação Renato Janine Ribeiro, que pede mobilização contra o texto, publicado pelo presidente Jair Bolsonaro no dia 24 de dezembro. “É um momento em que é preciso que a comunidade acadêmica se mobilize, escreva para os presidentes da Câmara e do Senado e para os jornais. É preciso uma mobilização veemente contra isso”, disse à RBA.

O Conselho Nacional das Instituições da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica (Conif) também se manifestou sobre a MP 914, assim como a Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes).

Segundo o autor da petição eletrônica, no próximo dia 5 de fevereiro, ao fim do recesso parlamentar, será promovido um ato na Câmara dos Deputados para a entrega do abaixo-assinado”.

Lopes diz que “Bolsonaro aproveitou as festas de fim de ano para atacar as universidades e os institutos federais”. Janine Ribeiro observou que a publicação do texto em véspera de Natal “tem um caráter de provocação”.

O deputado Elias Vaz (PSB-GO) impetrou mandado de segurança no Supremo Tribunal Federal (STF) contra a MP 914. A relatora é a ministra Rosa Weber.